Nas ruas de Guarapuava é que me sinto bem

Oficialmente, a cidade surgiu com a assinatura do Formal de Instalação da Freguesia de Nossa Senhora de Belém, em 9 de dezembro de 1819. Portanto, nesta quinta-feira (9), o maior município do terceiro planalto paranaense completa 202 anos de vida, com sua população de mais de 180 mil pessoas pulsando pela urbe

“Nas ruas é que me sinto bem”, já diria Edgard Scandurra, lendário guitarrista de rock. É uma ode à urbe, território democrático de liberdade, onde todos podem transitar, por ruas, calçadas, avenidas, travessas, bairros, praças.

Infelizmente, nos últimos tempos uma pandemia global obrigou a população a se recolher em casa para evitar o contágio do novo coronavírus. Mas, na virada de 2020 para 2021, o surgimento de vacinas proporcionou a retomada das atividades e a rua ganhou vida novamente.

Com precaução e cuidados, saímos diariamente e tomamos o espaço urbano. Seguimos no fluxo das vias, na confluência da história. Afinal, esse chão em que pisamos tem histórias, vividas pelos antepassados e, claro, a população do presente. Ainda mais numa cidade como Guarapuava, bicentenária.

Aliás, nesta quinta-feira (9), o maior município do terceiro planalto paranaense completa oficialmente 202 anos de vida. Ao longo desses mais de dois séculos, ruas e avenidas foram abertas, brotando da terra batida para o asfalto da modernidade. Diversos cruzamentos ganharam nomes e sobrenomes, de acordo com as circunstâncias de época.

Hoje, os moradores da terra do “lobo bravo” (tradução do nome tupi-guarani) circulam por locais de passagem batizados de Guaíra, Senador Pinheiro Machado, Cap. Rocha, Mal. Floriano Peixoto, Brigadeiro Rocha, Prof. Becker, Comendador Norberto, Cel. Saldanha, XV de Novembro, Padre Chagas, Tiradentes, Vicente Machado, Quintino Bocaiúva, entre tantos.

Tem até mesmo uma avenida chamada de “Guarapuava”, no bairro Cidade dos Lagos. Inclusive, nosso município homenageia outras localidades paranaenses, caso das ruas Londrina, Castro, Irati, Apucarana, Pitanga e Curitiba, no Bonsucesso.

Ou mesmo, as ruas Sarandi (no bairro Cascavel) e Marialva (Alto da XV). Em especial, esta pequena via (com apenas duas quadras) me faz lembrar minha cidade natal, a Capital da Uva Fina (no Noroeste do Paraná). Sempre que posso, passo por Marialva a bordo de um carro com placas de… Marialva!

Movimento de veículos no Centro da cidade (Foto: Redação)

Guarapuava também tem um Bairro dos Estados, que é formado majoritariamente por ruas nomeadas pelos Estados brasileiros: Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo etc. Talvez seja para dar conta da diversidade de pessoas que têm aportado no município nas décadas recentes, principalmente por causa de sua expansão, inovação e crescimento universitário.

A vida também pulsa nos distritos e nas praças, locais de movimentação diária no Centro, principalmente a 9 de Dezembro (no centro histórico) e a Cleve. Já nos finais de semana, o lazer reina na “Praça da Ucrânia”, com as turmas do esporte, do chimarrão e da música. Nesse quesito, não há como deixar de mencionar o Parque do Lago e a Lagoa das Lágrimas.

ENTENDA
Segundo informações do site da Prefeitura, o povoamento de Guarapuava foi o resultado de um processo histórico iniciado no século 18, com as Expedições do Tibagi e levado a cabo pela Real Expedição de Conquista do Povoamento dos Campos de Guarapuava, comandada por Diogo Pinto de Azevedo Portugal, que chegou à região em 17 de junho de 1810 e fez construir o Fortim Atalaia, onde abrigou as primeiras tropas, seus familiares e povoadores que dela fizeram parte.

Oficialmente, a cidade surgiu com a assinatura do Formal de Instalação da Freguesia de Nossa Senhora de Belém, em 9 de dezembro de 1819. Após a instalação da Freguesia, passou a ser vila em 17 de julho de 1852 e, devido ao progresso do povoado, em 12 de abril de 1871, elevou-se à cidade.

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