Escutar e acolher: psicóloga fala sobre importância da campanha ‘Setembro Amarelo’

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é comemorado nesta sexta-feira (10), e joga luz a um tema complexo; em Guarapuava, será feita uma blitz educativa das 10h às 11h30 e das 13h às 15h30

Ao longo do mês de setembro, ações voltadas à prevenção do suicídio são adotadas em todo o Brasil. Mas é nesta sexta-feira (10 setembro) que o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é comemorado; é um momento de sensibilização e diálogo, em que se busca desmistificar questões sobre essa condição.

Em Guarapuava, em alusão à data, será feita uma blitz educativa das 10h às 11h30 e das 13h às 15h30, saindo do 16° Batalhão de Polícia Militar (BPM); mas outras ações serão realizadas nas próximas semanas, com apoio de diversas entidades e instituições guarapuavanas.

Em entrevista ao CORREIO, a psicóloga Amanda Caroline Ribeiro explica que, durante a blitz, serão distribuídos materiais informativos para conscientização de motoristas e, no dia 24 de setembro, será feita uma mesa redonda de debates sobre o tema.

“No meu ponto de vista, o papel da campanha do Setembro Amarelo é o da sensibilização de um tema muito importante para nossa sociedade. É importante para quebrar tabus, desmistificando ideias erradas sobre quem está passando por esse momento delicado”, afirma a profissional.

PREVENIR
A prevenção é o foco justamente porque grande parte dos suicídios podem ser evitados. A psicóloga explica que é possível compreender sinais comportamentais e verbais; também, há instituições como o Centro de Valorização da Vida (CVV), disponível no número 188 ou pelo chat online (disponível no link www.cvv.org.br), que oferecem apoio emocional, e serviços de urgência e unidades de saúde que fazem encaminhamento para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

“E a importância de se falar sobre prevenção ao suicídio é para orientar sobre as formas de enfrentamento”, acrescenta a profissional. Entre os sinais comportamentais ela cita o isolamento, a mudança de humor e a resolução de assuntos pendentes, e entre os verbais as frases que indiquem despedida ou sofrimento.

NÚMEROS
A nível nacional, é estimado que ocorram 13 mil suicídios por ano; no Paraná, essa estimativa é de 900 e, em Guarapuava, 20.

“E os dados mostram que houve, de 2019 para 2020, um aumento de 27% no número de suicídios da nossa cidade. E comparando os primeiros oito meses de 2019, 2020 e 2021, o aumento foi de 60%”, acrescenta.

A profissional reforça que alguns serviços que podem auxiliar na saúde mental são o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), os prontos atendimentos, os Caps, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o Guarapuava Salvando Vidas (GSV). Esse último é formado por voluntários e atua na prevenção de domingo a domingo, das 19h às 23h.

Ao tratar desta questão, Amanda diz que é preciso “escutar e acolher com atenção e sem julgamentos, sem desmerecer o sofrimento que está sendo relatado e, em seguida, procurar um profissional de saúde mental”.

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