Em dois anos, universidades estaduais registram 45 mil atendimentos a mulheres

Núcleos Maria da Penha das universidades atuam em conjunto com instituições e órgãos governamentais, prestando atendimento jurídico, psicológico, psicopedagógico e social às vítimas de violência

Os Núcleos Maria da Penha (Numape) ligados às universidades estaduais do Paraná registraram 45 mil atendimentos a mulheres em situação de violência nos anos de 2019 e 2020 e no início de 2021. Formados por equipes multiprofissionais, os Numape atuam em conjunto com instituições e órgãos governamentais, prestando atendimento jurídico, psicológico, psicopedagógico e social.

Financiado pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por meio da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), o projeto foi criado em 2010 na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e expandido em 2017 para as outras instituições.

O programa conta com 10 núcleos nas cidades de Londrina, Maringá, Jacarezinho, Ponta Grossa, Paranavaí, Guarapuava, Irati, Francisco Beltrão, Marechal Cândido Rondon e Toledo. Em 2021, o objetivo da superintendência, em conjunto com as universidades, é ampliar o Numape para as cidades de Foz do Iguaçu, Cascavel e Paranaguá.

“Queremos expandir o projeto para novas cidades reforçando, junto aos órgãos que já atuam nesse enfretamento, as medidas de atendimento, acolhimento e suporte às vítimas. As universidades possuem esse papel social de tornar a vida das pessoas melhor”, destaca o superintendente da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.

REDE

Os núcleos atuam em rede diretamente ligados às delegacias da mulher, às secretarias municipais da mulher, aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

Segundo a coordenadora-geral do Numape, Claudete Canezin, o suporte dado às vítimas garante proteção em diferentes áreas. “Trabalhamos com atendimentos jurídicos como divórcio, guarda dos filhos, partilha dos bens e medidas protetivas. Já os atendimentos psicológicos dão suporte para a situação vivenciada por essas mulheres. Essa soma de ações contribui para encerrar o ciclo de violência em que a mulher se encontra”.

AUMENTO DE CASOS 

Segundo dados divulgados na segunda-feira (08) pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, o Brasil somou 105.671 denúncias de violência contra a mulher no ano passado, sendo 72% violência doméstica ou intrafamiliar. Claudete explica que esses dados representam um aumento no número de mulheres que sofrem violência doméstica.

“Constatamos um aumento no número de atendimentos realizados pelos núcleos em decorrência da pandemia. Aumentaram as denúncias de agressões, desrespeito e implicância, pois agora as vítimas estão presas com seus agressores. Em compensação, as cidades que possuem os Núcleos Maria da Penha apresentam queda significativa nos feminicídios”, explica.

“O Paraná já foi o 3ª estado com maior número de casos de violência contra a mulher. Hoje, está em sexto. Mas nós queremos estar na última posição. Não tem que existir violência contra a mulher”, reitera a coordenadora.

ATENDIMENTO 

Devido à pandemia e necessidade de isolamento social os núcleos disponibilizam atendimento por whatsapp e e-mail, além de realizar ações nas redes sociais. O primeiro contato é feito de maneira virtual, por chamada de vídeo. Depois, ocorre o agendamento para o atendimento presencial.  Acompanhe as ações dos Numapes da UEMUELUEPGUnicentroUnioesteUENP e Unespar.

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