Lei que combate a pobreza menstrual em Guarapuava é assinada

A legislação que agora entra em vigor na “terra do lobo bravo” acompanha outras iniciativas a nível estadual e federal; na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a deputada Cristina Silvestri (Cidadania) foi autora do PL

O prefeito de Guarapuava, Celso Góes (Cidadania), assinou nesta sexta-feira (24) a lei que institui a Política de Combate e Erradicação da Pobreza Menstrual no município. Trata-se de um projeto de lei proposto pela vereadora Bruna Spitzner (Podemos).

A legislação que agora entra em vigor na “terra do lobo bravo” acompanha outras iniciativas a nível estadual e federal; na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a deputada Cristina Silvestri (Cidadania) foi a autora do PL.

Em entrevista ao CORREIO, Bruna Spitzner afirmou que é “uma honra e um orgulho” fazer parte da instalação desse projeto no município.

“Quando fizemos a campanha Dignidade Feminina, a gente viu a necessidade da entrega e distribuição de absorventes, e de ter um olhar diferenciado para essa parcela da população, que não tem condição de comprar seu absorvente”, pontuando que havia necessidade de intervenção do município. “O absorvente não é um item cosmético. Precisa ser considerado um item de higiene básica, de sobrevivência e dignidade das nossas mulheres”.

Na avaliação da parlamentar, o impacto será positivo tanto na vida das guarapuavanas adultas quanto das jovens, ainda em idade escolar.

“Muitas faltavam às aulas por não ter esse item, por ter vergonha, por não ter condição. E agora com a distribuição, vai ser um impacto gigantesco na nossa sociedade”, completa.

Em entrevista ao CORREIO, Bruna Spitzner afirmou que é “uma honra e um orgulho” fazer parte da instalação desse projeto no município (Foto: Douglas Kuspiosz/Correio)

PRÁTICA
De acordo com a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Priscila Schran, a partir da sanção da lei, será feito um decreto para regulamentar a distribuição e as ações de combate à pobreza menstrual.

“A princípio, a gente está alinhando tudo a partir da Defesa Civil, que entrega nos colégios, nos Cras [Centro de Referência da Assistência Social], nas UBS [Unidades Básicas de Saúde] e no Cram [Centro de Referência de Atendimento à Mulher]. A Defesa Civil tem justamente esse contato direto com a família em vulnerabilidade”.

Para a secretária municipal, a pandemia da Covid-19 acabou afetando de forma diferente as mulheres que, além da necessidade de alimento, precisam de absorventes para ter acesso à saúde e aos seus direitos.

“A articulação política de transformar uma ação solidária numa política pública é incrível, é histórica. E traz justamente a perspectiva que nosso prefeito [Celso Góes] sempre fala, de olhar para a periferia, para as pessoas que precisam”, completa.

PROCURADORA
À frente da Procuradoria da Mulher na Câmara de Vereadores, Spitzner ressalta a parceria com a deputada e procuradora da Mulher na Alep, Cristina Silvestri.

“Nós temos uma parceria muito boa, é uma conversa, um diálogo transparente e tranquilo. A deputada Cristina sempre nos dá o respaldo necessário”, ressalta.

Inclusive, a vereadora acredita que a aprovação e sanção da lei é um dos pontos altos do seu mandato. “É um privilégio para mim falar que essa política foi minha primeira lei aprovada”.

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