Editora 85 apresenta pela primeira vez no Brasil a série ‘Grande Diabolik’

Ao contrário do tradicional formato de bolso (12×17 cm), desta vez o leitor brasileiro tem em mãos uma aventura do personagem em edição maior (15,5 x 21 cm), ao longo de pouco mais de 160 páginas. É uma aposta do editor Leonardo Campos, que já publicou no Brasil três volumes protagonizados pelo personagem criado pelas irmãs Giussani

A história “Um tesouro vermelho sangue” não surpreende apenas pela trama recheada de ação e mistério, com cenas de violência e mortes. Mas também pelo formato desse fumetto (como é chamado o quadrinho italiano).

A edição “Grande Diabolik”, recém-publicada pela independente editora 85 (de São José dos Campos-SP), é uma aventura inédita no Brasil de Diabolik, protagonista há seis décadas do “policial em quadrinhos” da italiana Astorina.

Ao contrário do tradicional formato de bolso (12×17 cm), desta vez o leitor brasileiro tem em mãos uma aventura do personagem em edição maior (15,5 x 21 cm), ao longo de pouco mais de 160 páginas.

É uma aposta do editor Leonardo Campos, que já publicou no Brasil três volumes (cada um com quatro histórias) protagonizados por Diabolik, um criminoso que, ao lado de sua amada Eva Kant, elabora os planos mais ousados para adquirir itens valiosos. É o anti-herói mais famoso dos fumetti. Aliás, é o terceiro personagem mais longevo da Nona Arte na Velha Bota, ficando atrás apenas dos mocinhos Tex (74 anos) e Zagor (61).

Com argumento de Stefano Ferrario, roteiro de Patricia Martinelli e desenhos de Sergio Zaniboni (arte-final a cargo de Franco Paludetti e Brenno Fiumali), “Um tesouro vermelho sangue” (tradução de Júlio Schneider) é uma HQ marcada por reviravoltas e muito suspense. Tudo começa a partir de uma escavação arqueológica em Puerto Blanco. Mas um dos pesquisadores morre de maneira trágica.

Em seguida, descobre-se a tumba do rei Koatl, que é recheada de joias e pedras preciosas. Quando Diabolik fica sabendo desse achado, claro que ele ficará interessado em se apossar de tudo isso.

Mesmo levando a cabo um ousado plano para levar o tesouro de Koatl, acaba sendo preso, juntamente com sua parceira de crimes, Eva Kant. No entanto, o mais surpreendente é o destino do protagonista. Claro, a história não termina aí e muitas surpresas são reservadas ao leitor, com direito à participação direta do incansável inspetor Ginko.

Como é peculiar nessa série, o traço é simples e dinâmico, dando velocidade e ritmo à narrativa. Porém, com mais páginas e quadros para explorar a ação.

“Um tesouro vermelho sangue” (“Un tesoro rosso sangue”, título original) foi publicada originalmente em julho de 1997, na Itália, em “Il Grande Diabolik” nº 1. A chamada de capa italiana destacava as 180 páginas de uma história inédita.

Diferença de tamanho entre os dois formatos do personagem no Brasil (Foto: Redação)

TRADIÇÃO
“Apesar da tradição e da comodidade do formato [de bolso], em meados dos anos Noventa a então diretora da Editora Astorina, Patricia Martinelli, avaliou que muitas ideias propostas para aventuras de Diabolik exigiriam mais espaço para serem plenamente desenvolvidas, o que lhe deu a ideia de uma publicação com cerca de 160 páginas”, explica o tradutor Júlio Schneider, no texto de apresentação da edição brasileira.

Além de maior volume de páginas, havia necessidade também de aumentar o formato, saindo de 12×17 cm para 16×21 cm. Assim, nascia a publicação batizada de “Il Grande Diabolik”.

No entanto, Luciana Giussani, cocriadora do personagem ao lado da irmã Angela, tinha um pé atrás com a mudança, pois fugia dos padrões conhecidos do personagem.

Mesmo assim, Luciana concordou. “Ainda bem, porque o primeiro número, que foi às bancas itálicas em 1997, teve uma tiragem esgotada em apenas uma semana, exigindo uma segunda edição, e o projeto virou uma publicação regular que já dura vinte e cinco anos”, diz Schneider.

ORIGEM
Criado em 1962 pelas irmãs Giussani e publicado pela Astorina, Diabolik é um homem de inteligência fora do normal e de uma audácia sem limites. Com suas máscaras especiais feitas de plástico, consegue modificar a fisionomia de seu rosto; com lentes de contato coloridas, muda a cor dos seus olhos, e graças a uma infinidade de truques é capaz dos crimes mais bem engendrados, ao lado de sua fiel parceira, e não menos cruel, Eva Kant.

No Brasil, Diabolik teve três passagens: sete edições pela Nueva Fronteira (editora argentina que publicava no Brasil), 12 edições pela Vecchi e 15 edições mensais e uma edição especial dupla pela editora Record nos anos de 1990.

Após um hiato de 27 anos de ausência, o personagem voltou a ser publicado no país em 2018 graças à iniciativa da 85, uma editora independente. Foram até agora três volumes publicados, compilando doze aventuras inéditas no Brasil; e agora a edição “Grande Diabolik”.

SERVIÇO
A edição brasileira “Grande Diabolik” pode ser adquirida no site da editora (www.editora85.com.br), a R$ 29,9 (mais o frete).

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