‘Páscoa é a passagem para uma vida nova em Jesus’, diz padre Jean Patrick

Tradição entre os católicos, a Semana Santa que antecede a Páscoa é marcada por muitas celebrações nas igrejas. Este ano, com a flexibilização das medidas contra a Covid-19, os fiéis puderam estar presencialmente nas atividades das paróquias e participar, principalmente, das missas.

Em entrevista ao CORREIO, o pároco da Catedral Nossa Senhora de Belém, padre Jean Patrick, falou sobre o significado desta data. “Para nós, católicos, a Páscoa tem a ver com a ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa judaica era a passagem da escravidão para libertação do povo que era escravo no Egito e que foi libertado para a terra prometida. Para nós, agora, simboliza a libertação do pecado que Jesus Cristo nos deu salvação, a redenção em sua cruz. Então, a palavra ‘Páscoa’ é passagem, é uma passagem da vida de pecado para vida nova em Jesus Cristo”, explica o padre.

Conforme o pároco, a Semana Santa é uma forma das pessoas reviverem os últimos instantes de Jesus em Jerusalém e também a chamada Paixão de Cristo. “Desde a última ceia até a sua entrega nas mãos dos seus algozes. O julgamento que foi um julgamento injusto durante a madrugada de sexta-feira e depois a sua crucificação. A Sexta-Feira Santa nos lembra a paixão de nosso Senhor Jesus. Então, a sexta-feira nos lembra o derramamento de sangue que Jesus teve por nós”.

PROGRAMAÇÃO
Na Quinta-Feira Santa, missa crismal pela manhã, onde o bispo preside a missa com a presença de todos os sacerdotes da diocese, na Catedral. À noite, ocorre a missa da Ceia do Senhor, que marca o início do Tríduo Pascal, conhecida como Missa dos Lava Pés.

Nesta sexta-feira (15), a Catedral terá a celebração da Paixão do Senhor, às 15h, e à noite está programada uma via sacra encenada, porém, sem o teatro da Paixão de Cristo.

Já no sábado (16), às 14h30, ocorre uma entrega de bombons no bosque bíblico. A bênção dos alimentos será às 15h na Catedral e a vigília pascal às 19h, encerrando o Tríduo Pascal. No domingo (17), a paróquia segue a programação normal, com missas às 7h, 9h, 10h30 e 19h.

MUNDO
A primeira Páscoa com a liberação de missas com capacidade total está sendo marcada pela volta da proximidade entre os fiéis.

O padre Jean Patrick comenta que as redes sociais foram muito importantes neste período de distanciamento, mas destaca a necessidade do retorno. “Agora a gente vê que as pessoas estão de fato precisando da proximidade, do olhar, do toque, do abraço, do aperto de mão, do carinho que faz parte das relações humanas. Então, nós precisamos retomar. Muitos acabaram se acomodando com essa espiritualidade a distância, mas ela foi uma espiritualidade ali, naquele momento, paliativa. Agora é importante que nós retomemos o convívio da comunidade e não fiquemos isolados. O isolamento nos deixa mais doentes, mais depressivos, voltemos agora para o encontro”, afirma.

Ao destacar as ações da igreja durante a pandemia, o padre lembra do trabalho da Cáritas Diocesana, que é um serviço de ação social, e da situação atual envolvendo a Ucrânia. “Nós temos feito vários trabalhos em vista de orações e também de gestos concretos para os nossos irmãos, de modo especial, da Ucrânia, mas por todos aqueles que estão atingidos de uma forma ou outra com esse momento”.

CAMPANHA
Este ano a Campanha da Fraternidade teve como tema “Fraternidade e Educação” e o como lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Cf Pr 31,26).

Conforme o padre Jean, a Igreja está preocupada com o modo que estamos transmitindo para os nossos descendentes a realidade do mundo e da vida. “O lema deste ano nos trazia a mensagem de fala com sabedoria e ensina com amor. Não adianta só falar com muita sabedoria se o ensinamento não vier com concretos”, aponta.