Gato do mato de apenas 100 gramas é atendido pelo Cafs da Unicentro
Uma gata doméstica adotou o filhote que deve ser mantido no Centro de Atendimento à Fauna Silvestre da Unicentro (Cafs) até se tornar independente
O Centro de Atendimento à Fauna Silvestre da Unicentro (Cafs) recebeu, na noite de ontem terça-feira (2) mais um filhote resgatado na região de Guarapuava. Dessa vez, foi um gato do mato de apenas 100 gramas, que estava numa propriedade rural localizada no município de Goioxim. Os trabalhadores da fazenda, procuraram o serviço da Unicentro e, inicialmente, receberam orientações sobre como proceder.
“Nós orientamos que eles deixassem o animal lá e não mexessem para a mãe voltar e pegar esse filhote, continuar dando de mamar, cuidando dele, que é o comportamento normal da espécie. É bem importante que as pessoas saibam que os felinos deixam os recém-nascidos em uma moita, em um galho, numa toquinha e fica lá escondido. Ela vai, caça, usa o seu território, faz as suas atividades do dia e volta para dar de mamar no intervalo que é próprio de cada espécie”, explica o coordenador do Cafs, professor Rodrigo Antonio Martins de Souza.
Porém, conta o docente, com o avanço do horário e o não retorno da mãe, a estratégia precisou ser alterada. “Eles ficaram monitorando o dia todo até o período da noite. Então, a mãe realmente não retornou – talvez até mesmo pela presença das pessoas que trabalham na região, por cães, ou, porque aconteceu alguma coisa com ela. Como já estava tarde da noite, o animal estava no sereno, molhado, faminto, tentando procurar a mãe que não voltava, eles acabaram resgatando e trazendo para o Cafs”.
Ao chegar ao Centro de Atendimento à Fauna Silvestre, localizado no campus Cedeteg, o animal foi aquecido e alimentado. Para isso, segundo Rodrigo, os médicos veterinários da unidade adotaram a técnica da ama de leite. E foi uma gata doméstica que cumpriu esse papel. “Essa gata prontamente adotou esse gato do mato e passou a higienizar o seu pelo, a estimular sua pele com a lambedura, a ajudar ele a fazer as necessidades e a amamentar”.
O filhote de gato do mato deve ser mantido no Cafs, recebendo atendimento, até se tornar independente. O objetivo dos profissionais do Cafs, complementa Rodrigo, é que esse gato seja mantido em estado selvagem para que ele tenha condições de se readequar a vida fora do cativeiro. “Se for um animal que se desenvolva com um aspecto bravio, que ele consiga bater presa e não se vincule ao ser humano, ele tem uma chance de ser solto. Senão, ele vai ter que ir para um criadouro, um mantenedouro, um zoológico”, finaliza.
*Coorc/Unicentro