Criação de novos cursos no campus Guarapuava da Utfpr depende da contratação de pessoal, diz diretor
Com a presença da diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior, Tânia Mara Francisco, o diretor geral do campus, Marcelo Henrique Granza, apresentou o projeto de expansão que inclui criar Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção
Não é de hoje que o campus Guarapuava da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Utfpr) mira na expansão do ensino superior na região Centro. A instituição quer abrir mais três cursos de graduação: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção.
Segundo o diretor geral do campus, Marcelo Henrique Granza, a autonomia universitária permite criá-los em um curto espaço de tempo e pleiteá-los junto ao Ministério da Educação (MEC). “O grande problema é que não temos docentes para isso”, destacando que haveria necessidade de contratar mais 72 docentes e 39 técnico-administrativos (não todos de uma vez), para efetivação dos cinco anos de cada curso.
Por isso, na tarde desta segunda-feira (14) a Utfpr promoveu uma reunião entre lideranças, o reitor da universidade, Marcos Flávio de Oliveira Schiefler Filho, políticos (e representantes), empresários e comunidade acadêmica com a diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior, Tânia Mara Francisco, ligada à expansão das instituições federais de ensino.
“Na verdade, o que estamos pleiteando hoje [segunda-feira], aqui, são as vagas para concurso público de docentes para o magistério superior e também de técnico-administrativos em educação, como psicólogo, assistente social, técnico em laboratório, assistente em administração”, afirma Granza à imprensa (com o CORREIO).
Segundo ele, a proposta de expansão foi apresentada em abril, dentro do MEC, em Brasília. “E agora estamos trazendo a diretora para que ela nos dê dados mais técnicos, de como conseguirmos efetivar os novos cursos”, destacando que a visita foi “extremamente satisfatória”. “Esperamos que, para 2024, tenhamos a abertura de pelo menos esses três novos cursos para Guarapuava, aqui na Universidade Tecnológica Federal do Paraná”.
Afinal, conforme suas palavras, o campus Guarapuava já tem aquilo que precisa para dar início aos novos três cursos, hoje: estrutura consolidada em um terreno que pode abrigar novo bloco de ensino. Mas faltam contratações.
Granza explica que a visitante Tânia Mara Francisco acenou com a possibilidade de recursos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção do Bloco G. Além disso, o diretor do campus frisa que é importante a articulação política de deputados estaduais e federais e o apoio da comunidade, para endossar a expansão em Guarapuava.
“A Utfpr do campus Guarapuava recebeu mais de R$ 5 milhões em emendas parlamentares”, citando que o trabalho de políticos contribuiria na compra de equipamentos e infraestrutura para que esses cursos possam começar.
Presente ao evento de segunda-feira, o reitor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Fábio Hernandes, diz que a expansão da Utfpr representa o desenvolvimento da região. Ele destaca ainda que existe uma proximidade entre as duas instituições, ainda mais que essa universidade federal foi abrigada pela Unicentro em seus primeiros anos.
“A parceria sempre foi muito próxima. Os cursos que nós temos, na Unicentro, não são oferecidos na Utfpr; e vice-versa. Porque o sentido é uma universidade complementar a outra e somarmos juntos”, resumiu Hernandes.
DEMANDA
Marcelo Henrique Granza explica que a Utfpr conta com um Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) para verificar as demandas existentes.
Os três novos cursos pleiteados – Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção – atendem a necessidades da região e do mercado. São fruto de conversas com atores como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), o Sebrae, o Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação, entre outros.
“Nossos cursos são muito alinhados a matérias de tecnologia, por conta da natureza da universidade. Vimos um baixo número de profissionais dessas três áreas e uma demanda não atendida de instituições públicas aqui, no Centro do Paraná”, dizendo que não há uma oferta de cursos públicos nem de arquitetura, nem de engenharia elétrica ou engenharia de produção.
Além disso, as novas ofertas estão em sintonia com pesquisas e na área da madeira como ativo no Paraná, à Inteligência Artificial, à Indústria 4.0. E a necessidade de engenheiros e mão de obra qualificada para atender a essas demandas. Enfim, as graduações podem contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de uma região formada por mais de 500 mil habitantes.
AVALIAÇÃO
Em conversa com o CORREIO, a diretora Tânia Mara Francisco avalia que o diretor Marcelo Henrique Granza apresentou seu pedido de maneira sustentada e meritosa, atendendo aos requisitos necessários nessa fase inicial. “Ele conseguiu mostrar pra gente, primeiro: a harmonização do que está sendo proposto com o que a região precisa”, citando os “vazios” desses três novos cursos públicos no Centro do Paraná.
A diretora também avalia positivamente que a expansão do campus Guarapuava não se sobrepõe à oferta presente na Unicentro, que também funciona em Guarapuava. “São cursos realmente novos, necessários à cidade, que vêm muito articulados com a questão do desenvolvimento econômico da região”, destacando que a proposta agrega valor ao ambiente de inovação, exemplificando que serão profissionais absorvidos pela economia local.
A partir de agora, Tânia conta que será necessário avaliar a viabilidade do projeto, incluindo os investimentos para cada ano de funcionamento dos três novos cursos, os professores necessários de cada disciplina, laboratórios etc. “Acho que a gente tem uma possibilidade grande de conseguir, de verdade, trazer esses cursos”, mas alertando que é preciso levar em conta a viabilidade operacional.
Segundo ela, os cursos de Engenharia Elétrica e Arquitetura são os mais próximos daquilo que já existe no campus Guarapuava e vão ser mais facilmente implementados.
Em relação ao PAC, ela comenta que o plano vai trazer recursos para as universidades, incluindo o Estado do Paraná e a Utfpr. Mas a diretora não entrou em detalhes sobre datas ou valores.