Conheça a forma de prevenção e tratamento radioterápico do câncer de colo do útero

De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer — INCA, deverão ocorrer aproximadamente 16 mil novos casos neste ano no país, quase todos decorrentes de infecção pelo HPV

A campanha Outubro Rosa acontece no Brasil desde 2002 e tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente do câncer de colo do útero, causado principalmente pela infecção por alguns tipos do Papilomavírus Humano, o HPV. São conhecidos mais de cem tipos diferentes do vírus, sendo o HPV 16 e 18 os responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo uterino. A transmissão ocorre por contato direto com a pele ou mucosa infectada, sendo a principal via a sexual. Está infecção pode, ou não, evoluir para o câncer sendo que, na maioria das vezes, ocorre a eliminação do vírus devido resposta imunológica do indivíduo.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), deverão ocorrer aproximadamente 16 mil novos casos neste ano no país, quase todos decorrentes de infecção pelo HPV. Atualmente, é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil e, sem contar o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal.

O rádio-oncologista Daniel Neves, do Oncoville, clínica de radioterapia, explica que a “prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada, principalmente, a evitar o contágio pelo HPV. Já a prevenção secundária é realizada através do Papanicolau, exame de rastreamento que visa descobrir lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. Este exame deve ser oferecido a pacientes na faixa etária de 25 a 64 anos, com colo do útero e que já iniciaram atividade sexual”.

O câncer do colo do útero é uma doença que normalmente não apresenta sintomas na fase inicial. Sinais e sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor podem indicar que o tumor está em fase mais avançadas. “Por esse motivo, a prevenção é fundamental. Apesar de sempre recomendado, o uso de preservativo durante contato sexual não protege totalmente da infecção pelo HPV, porque não cobre todas as áreas possíveis de serem infectadas. Uma estratégia muito interessante de prevenção é a vacina do HPV, as quais tem como objetivo evitar a infecção pelos tipos de HPV nelas contidos”, cita o rádio-oncologista.

TRATAMENTO RADIOTERÁPICO
O físico médico Paulo Petchevist, do Oncoville, explica que o câncer de colo uterino tem seu tratamento em radioterapia feito pelas modalidades de Teleterapia exclusiva ou Teleterapia com Braquiterapia associada. “A Braquiterapia é um procedimento onde aplicadores específicos são introduzidos via vaginal para conduzir fontes radioativas à região a ser tratada no colo do útero. Os aplicadores impedem que haja qualquer contato físico da fonte radioativa em si com a paciente e que apenas a radiação proveniente dela entregue a dose prescrita à região-alvo. Normalmente são necessárias quatro aplicações e cada uma delas tem em média duas horas de duração”.

Já a Teleterapia consiste no emprego de feixes de raios X à região-alvo, com a finalidade de entregar a dose prescrita ao colo uterino e preservar os órgãos de risco vizinhos a ele, como bexiga, reto, intestino, sigmoide e fêmures. “A irradiação é feita de maneira indolor em 25 a 30 aplicações diárias com duração média de 15 minutos cada. A paciente é posicionada na mesa de tratamento com alguns suportes específicos que garantirão a reprodutibilidade do posicionamento diariamente. Após a localização da região-alvo ser feita por imagem radiológica, a irradiação da região iniciará. A paciente verá apenas a máquina girar em torno dela sem qualquer dor ou contato físico durante a aplicação”, finaliza Paulo Petchevist.

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