Receita Estadual faz operação contra sonegação fiscal em Guarapuava

Abordando veículos de carga, a equipe de auditores fiscais conta com apoio das forças de segurança e da Prefeitura de Guarapuava; o foco é mercadorias do setor primário

Com objetivo de combater a sonegação fiscal, a Receita Estadual realiza, desde segunda-feira (7 mar 2022), uma operação em diversos pontos de Guarapuava, com abordagem a veículos de carga. A ação segue até sexta-feira (11) e será encampada em outros pontos da cidade.

Nesta terça-feira (8), o CORREIO acompanhou os trabalhos nas margens da PR 170 e conversou com o auditor da Receita, Helder Marques Yano. Segundo ele, as equipes estão verificando se as mercadorias transportadas estão com os documentos fiscais corretos.

“A gente está fazendo uma parceria com a Polícia Militar e Prefeitura de Guarapuava, no sentido de não permitir que haja circulação de mercadoria sem documento fiscal. Toda vez que isso ocorre, nós temos alguns problemas, por exemplo, o produtor rural não consegue comprovar tempo para aposentadoria. Se não tem fiscalização, ele acaba pressionado a não emitir a nota fiscal e acaba sendo prejudicado”, explica.

O foco da operação é na abordagem de cargas de produtos primários, mas de acordo com Helder, todos os caminhões, independentemente da carga, estão sendo parados. Além disso, a fiscalização não é exclusividade para Guarapuava. A receita vem fazendo a mesma ação em municípios “antes e depois de Guarapuava”, como aponta Helder. “Não adianta fazer só a operação aqui, tem que ser em todos”.

GUARAPUAVA
Conforme Helder, outro problema gerado pela falta ou documento irregular, é que o município deixa de receber sua cota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Presente na operação, na manhã desta terça, o diretor da Secretaria Municipal de Finanças, Ueudes Mota, afirmou ao CORREIO que Guarapuava deixou de arrecadar cerca de R$ 73 milhões em ICMS. “Fizemos um estudo de cargas circulando sem notas fiscais. De 10 caminhões parados dentro do município, sete estavam sem nota fiscal”, revela.

Equipes verificam se as mercadorias transportadas estão com os documentos fiscais corretos (Foto: Redação)

Apesar deste número, o auditor Helder destaca que Guarapuava vem realizando um bom trabalho, está entre o sexto e nono município que mais recebe recursos a fundo perdido, e por isso, é importante a fiscalização.

A operação, segundo Ueudes Mota, estava sendo aguardada desde 2020, no entanto, devido a pandemia foi necessário adiá-la. “Eu acredito que essa operação será de suma importância até para conscientizar o produtor primário a circular com documento fiscal”.

MULTA
O auditor Helder explica que uma vez constatada a irregularidade, a carga é apreendida e notificada, cobrando o imposto que vai de 12 a 18% e aplica multa que pode chegar a 30% do valor da carga.

“É importante que a pessoa entenda que isso é um ato de cidadania, você garante a aposentadoria no caso do produtor rural e benefícios para o município que a pessoa mora. A gente já viu algumas irregularidades em que a circulação de mercadorias está sendo feita com notas de outros municípios. Pode até não apresentar sonegação, mas apresenta uma perda de recursos para o município”.

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