Morre Nivaldo Krüger, ex-prefeito de Guarapuava

O ex-prefeito de Guarapuava Nivaldo Passos Krüger morreu aos 94 anos de idade nesta quarta-feira (14), em sua residência.

Ao longo de sua trajetória, ele se destacou como pecuarista, empresário e político, tendo ocupado a principal cadeira do Paço Municipal por três vezes, o cargo de deputado (estadual e federal) e a suplência no Senado (quando exerceu a função).

Nivaldo nasceu no dia 27 de maio de 1929 em Canoinhas (SC). Aos 7 anos, iniciou seus estudos nesta cidade catarinense, transferindo-se para União da Vitória onde ingressou no curso ginasial. Em 1944, veio para Guarapuava, prosseguindo seus estudos no Ginásio Estadual Manoel Ribas.

Iniciou sua vida pública aos 18 anos, elegendo-se vereador pelo Partido de Representação popular.
Em 30 de maio de 1950, casou-se com Lenita Bastos de Oliveira. Tem cinco filhos.

Foi líder de sua bancada na Câmara Municipal de Guarapuava quando ocupou o cargo de vereador. Como prefeito, exerceu três mandatos – de 1964 a 1969, 1973 a 1976 e 1983 a 1986. Entre 1971 e 1974, se elegeu deputado estadual do Paraná. Na Assembleia Legislativa do Paraná foi presidente da Comissão do Desenvolvimento e membro da Comissão de Agricultura.

Já como deputado federal, exerceu mandato de 1979 a 1983. Como senador, teve uma atuação rápida. Assumiu em dezembro de 2002 a vaga deixada por Roberto Requião, na época eleito governador do Paraná, e deixou o cargo no fim de janeiro de 2003.

Durante seus mandatos como prefeito, Nivaldo realizou obras importantes para o progresso da cidade, incluindo a construção de casas populares, a estação de tratamento de água, a rede de distribuição, e o plano básico de urbanização de Guarapuava. Além disso, sua gestão foi marcada pela conclusão da Estação Rodoviária, pelo Cemitério da Vila Pequena, pelo Parque de Exposição, entre outras iniciativas.

ACIG/ALAC
Em Guarapuava, Nivaldo foi o primeiro presidente da Associação Comercial e Empresarial da cidade (Acig). Ele comandou esta entidade de 1955 a 1956 e entre os anos de 1962 e 1964. Inclusive, quando completou 87 anos de vida, foi homenageado tendo seu nome batizado a Sala da Presidência da Associação, em 2016.

Já na Academia de Letras, Artes e Ciências de Guarapuava (Alac), o ex-prefeito ocupava a cadeira 28, fundada por ele próprio e cujo patrono é Amarilio Resende de Oliveira. Nivaldo também foi presidente desta entidade cultural.

Como escritor, produziu obras sobre a história de Guarapuava, além de pesquisas sobre o papel de câmaras legislativas e do Poder Executivo. É o caso de “Guarapuava, fases históricas, ciclos econômicos”, livro que compõe o acervo das bibliotecas da rede municipal de ensino.

Nivaldo foi, ainda, criador da Comissão Especial de Desenvolvimento Econômico da América Latina, fundador da Associação dos Municípios do Paraná e presidiu a Associação Brasileira dos Municípios.

REPERCUSSÃO
A Diretoria da AMP (Associação dos Municípios do Paraná) emitiu uma nota de pesar, manifestando “seu mais profundo pesar pelo falecimento do fundador da AMP, seu presidente por dois mandatos, ex-prefeito de Guarapuava, ex-senador e ex-deputado federal Nivaldo Passos Krüger”.

Segundo o texto, a contribuição de Nivaldo ao fortalecimento do movimento municipalista foi inestimável. “Nivaldo Krüger foi uma das maiores e mais importantes lideranças políticas do Estado e, em especial, do movimento municipalista”.

“A este grande homem e líder, a Diretoria da AMP deve um imenso agradecimento pelo seu compromisso estreito com os municípios e com o desenvolvimento do Paraná”, diz a nota assinada pelo presidente da AMP e prefeito de Santa Cecília do Pavão, Edimar Santos.

CIDADÃO
Em 2018, a Câmara de Vereadores de Canoinhas concedeu a Nivaldo o título de Cidadão Benemérito em sessão solene.

Naquela ocasião, ele falou sobre a hospitalidade com que o povo guarapuavano lhe recebeu. “Uma alma acolhedora. Eu não poderia encontrar outra definição para um povo que acolhe um estranho sem nome, sem influência, sem poder econômico e faz dele um homem público […] Em pouco tempo, eles me absorveram como um conterrâneo e eu os vi como meus irmãos”, relatou, via Câmara de.