Safra tem perda de 60% na região de Guarapuava

Seguindo a tendência estadual, produção do grão passa de 267.415 toneladas para 106.395 toneladas

A região de Guarapuava encerra a colheita de trigo da safra 2017 com uma quebra de 60% na produção em relação ao ano passado. Ou seja, os números reduziram de 267.415 toneladas para 106.395 toneladas.

Uma das explicações tem a ver com a redução da área plantada, replicando uma tendência estadual. No terceiro planalto paranaense, o trigo perdeu mais de 20,9 mil hectares de terreno. Na safra passada, os agricultores utilizaram 60.970 hectares para o cultivo do grão; nesta atual, o espaço caiu para 40 mil hectares. Enfim, queda de 34%.

Com essa conjuntura, o rendimento do trigo ficou em 2.680 kg/ha na safra atual; é um valor abaixo dos 4.386 kg/ha da temporada passada. Em termos percentuais, significa quebra de 39%.

Em todo o Paraná, a colheita está reduzida em 37% na produção em relação ao ano passado – variando de 3,5 milhões para 2,2 milhões de toneladas.

A queda na produção ocorreu em função da redução na área plantada que este ano foi de 13% – de 1,1 milhão para 960 mil hectares. Além disso, teve quebra de safra de 27% em relação à estimativa inicial (3,024 milhões de toneladas).

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), o trigo foi prejudicado por um período seco entre julho e setembro, que atingiu todas as fases de desenvolvimento das lavouras, e agora está sendo prejudicado novamente com excesso de chuvas na colheita.

Este ano, pior não podia ser. No início da plantação, estava seco. Em seguida, uma chuva em agosto; mas, na sequência, mais 45 dias sem chuva, disse o agricultor Andreas Keller Junior, durante visita em outubro da reportagem do CORREIO à sua propriedade, localizada entre os municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu, na região de Guarapuava.

No inverno, ele dedica seus esforços principalmente para o cultivo da cevada. Mas ele também entende de trigo, afirmando que esse grão foi mais prejudicado com as oscilações climáticas. A cooperativa diminuiu em 10 mil hectares nos últimos anos. Aliás, a colheita atrasou o plantio da soja (safra de verão), o que pode afetar a produtividade dessa oleaginosa.

PREÇOS

O mercado continua com preços estáveis de R$ 34 a saca para o trigo, abaixo dos custos de produção. Segundo o Deral, esses preços são os mesmos praticados no ano passado e não reagem por estar no período de safra e por causa das importações.