Livro revisita o clássico seriado de TV ‘O Incrível Hulk’
A série semanal do CORREIO retorna para relembrar um programa de TV que marcou época: ‘O Incrível Hulk’. Produzido entre 1978 e 1982, o seriado apresentou o drama do Dr. Banner, que se transformava no monstro Hulk
Em Thor: Ragnarok (2017), o personagem Hulk tem uma participação bastante ativa, tanto nas cenas de pancadaria quanto nos diálogos. Apesar de primitivo, o gigante verde expressa algumas frases e monossílabos. Tudo na voz do ator Lou Ferrigno.
Para as gerações mais jovens, esse detalhe passou batido. Hoje talvez pouca gente ainda saiba quem foi Ferrigno, um fisiculturista que se tornou Mr. America nos anos de 1960 e o monstro Hulk na década seguinte. Isso mesmo. Os músculos e a sua cara de mal ficaram mundialmente famosos entre 1978 e 1982, durante as cinco temporadas da série de TV O Incrível Hulk.
Produzido por Kenneth Johnson, o seriado norte-americano da CBS era uma adaptação do personagem criado por Stan Lee e Jack Kirby para os gibis da Marvel Comics. Bombardeado por raios gama, o Dr. David Banner (na TV, o nome foi alterado) adquire a capacidade de se tornar o monstro verde conhecido como Hulk. Sempre que fica irado, o pacato e gentil cientista vira o bicho, literalmente falando.
Em cena, Lou Ferrigno encarnava a versão monstruosa de Banner. Maquiado de verde, o fortão usava lentes de contato e uma duvidosa peruca.
DRAMA
Aos olhos de hoje, os efeitos especiais da série revelam toda a sua precariedade. No entanto, o drama humano continua bastante atual. O Hulk nada mais é do que a materialização de nossa fúria, em uma referência clássica ao binômio Dr. Jekyll/Mr. Hide, do livro O Estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde (1886), de Robert Louis Stevenson.

Hoje, os filmes trazem muito mais efeitos especiais do que propriamente histórias críveis. Naqueles tempos, o roteiro era tão importante quanto a estrela da série ou seu elenco convidado, atores e técnicos davam o seu máximo para que o melhor fosse exibido, avalia o escritor Saulo Adami, autor do recém-lançado O Incrível Hulk (2017, ed. Estronho), que esmiúça o seriado dos anos de 1970 e os produtos derivados sobre o Golias verde – telefilmes, animações e longas-metragens.
PRODUÇÃO
Como já é praxe na coleção TV Estronho, o livro de Adami demandou pesquisa em fontes documentais. A maior dificuldade do autor foi selecionar a grande quantidade de informações.
O processo todo de produção do material consumiu seis meses.
ORIGEM
Segundo informações da obra da TV Estronho, o piloto da série O Incrível Hulk tinha 120 minutos de duração e foi ao ar em duas partes: 11 e 18 de novembro de 1977, pela CBS. Portanto, o programa completou 40 anos em 2017.
Sucesso no Brasil, com exibições em emissoras como Globo e Manchete (esta já extinta), o enlatado americano marcou várias gerações de espectadores com a melancólica trilha sonora e a sina de David Banner (Bill Bixby): a busca pela cura para a sua transformação. Sempre na estrada, Banner utilizava identidades falsas e assumia empregos diferentes. No seu encalço, o chato do repórter Jack Colvin (Jack McGee).
Em seu livro, Saulo Adami revela bastidores de produção do programa. Nessa pesquisa, ele contou com a ajuda de dois quadrinistas: José Aguiar, fã confesso do enlatado; e o guarapuavano Carlos Magno, que desenhou uma das séries The Incredible Hulk (EUA) e de quebra conheceu Lou Ferrigno. E Carlos Gomes – meu coautor em ‘Perdidos no Espaço’, um múltiplo colecionador e parceiro de pesquisas há mais de 20 anos, frisa o autor.
COLEÇÃO
O livro O Incrível Hulk é o quinto volume da TV Estronho. Coordenada pelo escritor Saulo Adami, a coleção da editora Estronho foi criada para perpetuar a memória das séries de televisão que marcaram época. Até aqui, já foram publicados obras sobre Perdidos no Espaço, Shazan – Xerife & Cia., Kung Fu e Ultraman.
O volume sobre o seriado do Hulk pode ser adquirido diretamente com a Estronho, na internet.