Sub-20 do Batel estreia fora de casa no Paranaense neste sábado (16)

Sob nova diretoria, o Batel aposta no técnico Lúcio Rodrigues para comandar o Sub-20 e na parceria com o cacique Gabriel. Isto mesmo, em 2024 o clube guarapuavano estreitou laços com a comunidade indígena oriunda da Mangueirinha

A Associação Atlética Batel dará o “start” nas competições oficiais da temporada de 2024 neste sábado (16), com a categoria de base.

O Sub-20 batelino estreia no Campeonato Paranaense, fora de casa, no chamado Clássico da Serra. Os meninos visitam o Prudentópolis FC, às 15h30, no Estádio Mun. Newton Agibert. Agora, diante de sua torcida, o Rubro-Negro da Baixada tem encontro marcado para o sábado seguinte, 23 de março, no Waldomiro Gelinski, às 15h30, contra o Patriotas.

Sob nova diretoria, o Batel aposta no técnico Lúcio Rodrigues para comandar o Sub-20 e na parceria com o cacique Gabriel. Isto mesmo, em 2024 o clube guarapuavano estreitou laços com a comunidade indígena oriunda da Mangueirinha. Mais precisamente, da reserva daquele município, formada pela etnias kaingang e guarani.

Em conversa com o CORREIO, o cacique explica que ele se juntou ao presidente do Batel, Marcelo de Oliveira, o Rabugento, e ao diretor Paulo Calixto para sonharam juntos com a reconstrução do Batel. “Vamos levar o Batel a um patamar de glória que é o lugar que merece”, diz Gabriel, que tem experiência na direção de outros clubes profissionais.

Na verdade, ele tinha três propostas neste ano, mas não pensou duas vezes e fechou com o rubro-negro guarapuavano, agremiação com mais de 70 anos de história e que fala alto ao coração do torcedor local. “Tem história, tem tradição”, afirma o cacique, destacando também a proximidade com a região onde fica Mangueirinha.

Aliás, o projeto é de tocar o Sub-20 e o profissional em 2024, aproveitando os talentos indígenas de sua cidade natal, que tem a maior reserva de araucária nativa do mundo e conta com um tradicional clube amador de futebol, o Colorado Indígena.

Ou seja, é montar equipes competitivas, tanto na base quanto no profissional, para representar Guarapuava. Sem contar também a função social. “É tirar o jovem do álcool e das drogas”, explica Gabriel, que tem uma equipe pedagógica e de saúde para acompanhar os jovens jogadores.

ELENCO
No início dos trabalhos no Estádio Waldomiro Gelinski, mês passado, a ideia era formar um grupo com 25 jogadores para o Sub-20 batelino. Inclusive, ocorreu um processo de seleção dos atletas de parte do elenco. Também com testes de indígenas da Mangueirinha.

O cacique Gabriel confia no trabalho de Lúcio Rodrigues, que é acostumado a montar equipes competitivas. “Conhecendo o professor Lúcio, ele é de pegar ‘pangaré’ e virar jogador”, brinca o dirigente, explicando que já viu o técnico do Sub-20 do Batel formar grupos na base que jogaram de igual para igual com o grandes times no Rio Grande do Sul, em passagem anterior no Gauchão.

Outro diferencial, conforme o cacique, é que jogador “pago” não entra no Batel. Ou seja, o critério de escolha não leva em conta o poderio econômico de empresários e afins. “Nós queremos meninos que venham aqui e digam: ‘porque eu mereço’”, destacando que o Rubro-Negro não entra no Paranaense apenas para competir, mas sim para brigar por algo maior.

TRAJETÓRIA
Antes de retornar ao Paraná e fazer a parceria com o Batel, o cacique participou do primeiro time de futebol profissional do mundo formado apenas por indígenas. É uma história que ocorreu no Estado do Pará, onde os índios Gavião respiram futebol e tinham muito investimento à época em que Gabriel esteve por lá.

“Mas tinha muito álcool”, referindo-se ao vício em bebida dos índios daquela região. A saída encontrada foi o futebol, formando um clube profissional em 2009. “Em cinco anos, nós chegamos na elite”, recordando que hoje muitos meninos paraenses saíram para equipes de outros estados. “E os Gaviões não têm mais álcool. Não tomam nem refrigerante”, completa.

COMPETIÇÃO
O Paranaense Sub-20 tem a participação de 25 equipes: Andraus, Apucarana, Arapongas, Araucária, Athletico, Azuriz, Batel, Cambé, Campo Mourão, Cascavel, Cianorte, Coritiba, Grêmio Maringá, Hope, Iguaçu, Iraty, Londrina, Operário, Paraná Clube, Patriotas, Prudentópolis, PSTC, REC, Rio Branco e São Joseense.

O Grupo B do Batel dá o pontapé inicial neste sábado (16), com os jogos da 1ª rodada às 15h30: Coritiba x Rio Branco, Patriotas x Iraty, Apucarana Sports x Andraus Brasil, Prudentópolis x Batel e Paraná Clube x REC. Somente Operário x Cambé será no domingo (17), às 10h30.

O Paranaense será disputado em cinco fases. No caso desta 1ª, os times estão divididos em dois grupos (A e B), jogado em turno único, dentro de seu respectivo agrupamento. Ao final desta etapa, classificam-se para a 2ª fase os seis melhores colocados de cada grupo.

A novidade deste ano é a criação de duas divisões para 2025. Ou seja, os clubes que ocuparem da 13ª à 25ª posições, na classificação geral da competição, só poderão se inscrever no Paranaense Sub-20 da 2ª Divisão da próxima temporada.