Da base às Olimpíadas: a importância dos projetos locais para a formação de atletas

Em época de Olimpíadas ou Copa do Mundo, um sentimento de paixão e apoio aos esportes cresce na população brasileira. Porém, as práticas esportivas que tanto gostamos de admirar a cada quatro anos, durante os grandes eventos, estão dia após dia se desenvolvendo em cada canto do país. Seja em pequenas ou grandes cidades, os esportes proporcionam aos jovens um sentimento de esperança.

Para chegar a esses grandes eventos e ter os olhares de todo um país virados para si, esses atletas começam de algum lugar e podem sair de projetos como o da Associação Esporte em Ação, idealizado em conjunto com a Prefeitura de Guarapuava e agora em parceria com a UniGuairacá.

O projeto, antes da pandemia, chegou a atender mais de 100 meninas e meninos apaixonados pelo vôlei e para o professor e técnico da equipe Sub-15, Jefferson Batista (40 anos), o Esporte em Ação tem destacado diversos talentos para a cidade mostrando a importância de trabalhar com os atletas desde cedo.

Assim como ele, o secretário municipal de Esporte e Recreação, Milton Roseira Jr, reforça que trabalhar com a juventude desde as equipes de base é fundamental para o crescimento desses atletas. “Alguns municípios trabalham aquela ideia de trazer o atleta formado de fora para disputar Jogos da Juventude, Jogos Abertos, e isso não traz nada pra cidade. Porque esse atleta terminou o trabalho dele, ele voltou pra cidade dele, e acabou”. O trabalho de escolinha, onde são admitidas crianças desde os seus oito anos de idade, é o que faz mais sentido para o secretário e é o que o município tem incentivado.

Mas, e para os atletas? Como esses jovens competidores encaram o apoio aos seus sonhos? Para as atletas Paola dos Santos (16 anos) e Maria Helena Paluski (15 anos), o vôlei é muito mais do que apenas um esporte, é onde elas conseguem esquecer qualquer problema externo e se concentrar apenas na paixão pelo vôlei.

PARCERIA
Além de usarem o esporte como válvula de escape para os problemas, as alunas destaque do projeto Esporte em Ação em parceria com a UniGuairacá ganham bolsas de estudo no colégio de aplicação da faculdade, proporcionando a elas maiores oportunidades. A coordenadora pedagógica Juliana Marques da Silva, não somente enxerga a importância desse projeto, como valoriza o esporte dentro do ambiente escolar, principalmente o incentivo às práticas esportivas pelas meninas.

A parceria entre o projeto e a escola deveria ter começado ainda em 2020, mas a pandemia da Covid-19 adiou o sonho do professor Jefferson e das atletas de acontecer. Durante todos os meses de espera, as expectativas cresceram exponencialmente e quando já não se acreditava mais que aconteceria, as notícias boas finalmente vieram. No primeiro semestre de 2021, a UniGuairacá ofertou as bolsas às atletas destaque e conseguiu dar início aos treinos e competições dentro do ginásio da escola.

JOGO
A primeira disputa em casa deste ano aconteceu no dia 23 de julho, entre Guarapuava e Chopinzinho, despertando nos técnicos e nas atletas a sede por competições maiores. O amistoso disputado é feito com a intenção de treinar e preparar as jogadoras para campeonatos estaduais e quem sabe nacionais. O técnico de Chopinzinho, Paulo Sérgio da Paz (59 anos), vê este amistoso como uma oportunidade para treinar para os Jogos da Juventude, o Estadual da Série B da Federação Paranaense e, quem sabe, uma Taça Paraná.

Assim como a Associação Esporte em Ação, o time ACEL Chopinzinho é apoiado pela Prefeitura local e recebe da cidade todo o apoio necessário para descobrir novos talentos do vôlei feminino paranaense.

No final das contas, o placar deste amistoso, que carrega consigo a esperança de competições maiores, terminou em 3×1, com vitória do ACEL Chopinzinho.

***************Reportagem/Foto: Millena Ricardo, especial para CORREIO