Nova versão do Pelt apresenta mais de 140 obras prioritárias para o Paraná

Plano Estadual de Logística em Transporte passou por revisão em julho, trazendo olhar regional sobre as necessidades da sociedade nessa área

Após passar por um processo de atualização, o Plano Estadual de Logística em Transporte (Pelt) 2035 ganhou uma nova versão. Elaborado em conjunto por diversas entidades da sociedade civil, sob coordenação técnica do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o Pelt apresenta os projetos prioritários para que o Estado elimine gargalos logísticos. Enquanto a edição anterior, lançada em 2016, trazia 97 projetos, a versão atual tem mais de 140 obras consideradas necessárias nos diferentes modais.

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As novas contribuições foram coletadas em sete reuniões regionais realizadas em julho, que contaram, no total, com a participação de mais de 440 pessoas. Nelas, foi detalhado o status das obras constantes no Pelt, sendo que dos 97 projetos, 24% foram concluídos no período. A maior parte, equivalente a 55% das demandas, já está planejada ou em início de execução. E os outros 21% ainda não tiveram avanços.

“Analisamos todas essas obras e também o planejamento já feito pelos governos estadual e federal em relação às demais obras. Levamos isso às reuniões e ouvimos as pessoas para ter um olhar fino em relação às necessidades regionais”, explica o gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr. “Com isso, temos agora mais de 140 obras que serão acompanhadas até a gente ter a execução de todas elas”, completa.

PRIORIDADE EM RODOVIAS
As principais demandas continuam relacionadas a melhorias e aumento de capacidade da malha rodoviária do Paraná. Boa parte das obras necessárias está contemplada no novo modelo de pedágios, que deverá começar a ser licitado ainda neste ano. Com extensão total de 3.327 km, divididos em seis lotes, a concessão prevê, entre outras obras, 1.783 km de novas duplicações, 253 km de faixas adicionais, 104 km de terceiras faixas e dez novos contornos rodoviários, que desviarão o tráfego de perímetros urbanos.

Porém, outras intervenções ainda não previstas nas concessões foram solicitadas pelas lideranças regionais e incluídas na atualização do Pelt. Como, por exemplo, a duplicação da BR-376, no trecho entre Paranavaí e o trevo para Nova Londrina, próximo à divisa com o Mato Grosso do Sul. Ou, então, a construção dos contornos Norte de Cascavel e Leste de Londrina. A necessidade de ampliação da capacidade de diversas rodovias federais e, principalmente, estaduais que atravessam as diferentes regiões também foi apontada como prioridade.

Novas contribuições foram coletadas em sete reuniões regionais realizadas em julho (Foto: Arquivo/Correio)

OUTROS MODAIS
Em relação a outros modais, o Pelt mostra que, desde a atualização de 2016, houve avanço significativo nas demandas ligadas aos portos e aeroportos. No primeiro caso, 53% das 17 intervenções que haviam sido listadas foram concluídas no período. Outros 35% estão planejados ou em execução, enquanto apenas 12% não foram efetuados, seguindo como prioridades no plano.

No modal aeroviário houve a maior evolução. Dos 16 projetos apontados na versão anterior, 81% saíram do papel, em grande medida pelo programa Voe Paraná, implantado pelo governo estadual, que trouxe incentivos para a aviação regional, ampliando o número de cidades atendidas com voos comerciais regulares. Ainda assim, o Pelt mantém como prioridades melhorias em diversos aeroportos, tanto naqueles concedidos pela Infraero quanto nos mantidos por administrações municipais.

Já no caso das ferrovias, as principais demandas estão relacionadas ao projeto da Nova Ferroeste. Com extensão total prevista de 1.304 km, a ferrovia vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, ampliando e modernizando o trecho atualmente existente entre Cascavel e Guarapuava. A previsão é que o investimento alcance US$ 6,2 bilhões – cerca de R$ 33,2 bilhões pela cotação atual. O Pelt defende, ainda, a construção de ramais que liguem as cidades de Foz do Iguaçu e Chapecó (SC) à nova ferrovia. Além disso, aponta a necessidade de estudos para a prorrogação da concessão da chamada Malha Sul, que abrange outras ferrovias que cortam o Paraná.

O plano também mantém como destaque a necessidade de ampliação de investimentos em dutovias e infovias no Estado.

NOVIDADES
A nova versão do Pelt 2035 apresenta alguns itens até então não abordados no plano. Um deles é a navegação de cabotagem, o transporte marítimo entre portos brasileiros, que surge como opção ao transporte rodoviário para mercados mais distantes do país. “O Pelt, nesta atualização, faz uma menção especial para que a gente possa desenvolver no Paraná um ambiente mais competitivo para a cabotagem”, explica Mohr.

Outra novidade é a questão da mobilidade urbana. “Estamos incentivando as regiões metropolitanas para que trabalhem nisso, com as cidades pensando em conjunto a mobilidade urbana”, diz o gerente da Fiep. “Se você tiver uma mobilidade urbana boa, um trabalhador vai conseguir chegar mais rapidamente a seu trabalho, o que ajuda em sua produtividade e qualidade de vida”, acrescenta.

PLANO DE ESTADO
A nova versão do Pelt 2035 foi disponibilizada a candidatos que concorreram nas eleições deste ano, incluindo o governador reeleito Carlos Massa Ratinho Junior. A partir de agora, será entregue também aos parlamentares eleitos, para que possam contribuir com os esforços para execução dos projetos. “O Pelt é um plano de Estado, não de governo. Ele tem uma visão de longo prazo que vence a troca de governos a cada quatro anos, por isso pedimos que, independentemente de quem sejam nossos representantes no poder público, o plano seja executado”, conclui Mohr.

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