Lançado em 2019, Voe Paraná conecta cidades, gera negócios e triplica operação aérea no Estado

Programa criado em 2019 pelo Governo do Estado transformou o cenário aeroportuário paranaense. O número de aeroportos com operações regulares subiu de seis para 20. São 61 rotas regionais que encurtam as distâncias e funcionam como uma vantagem competitiva para atrair empresas ao Interior

Por 20 anos, a empresária Maria Salette Rodrigues de Melo viajava semanalmente de União da Vitória a Curitiba para acompanhar o trabalho na filial da sua empresa de advocacia. Uma rotina cansativa que incluía acordar de madrugada, dirigir os 245 km entre os municípios, enfrentar trânsito e ainda torcer para chegar a tempo de tratar de negócios.

Mas isso é passado, como ela mesma diz, já que o trajeto que demorava 3h30 hoje é feito em uma hora com os voos regulares da Azul do aeroporto de União da Vitória para Curitiba. A rota aérea foi viabilizada pelo Programa Voe Paraná, do Governo do Estado, o maior projeto de aviação regional do País.

“Sou uma usuária frequente e grande incentivadora do Voe Paraná. Este voo comercial era muito esperado na cidade e está sempre lotado de empresários e de pessoas que vão viajar para outros lugares e precisam fazer conexão em Curitiba”, diz Salette.

Criado em 2019, o Voe Paraná mudou o cenário aeroportuário do Estado. O número de aeroportos com operações regulares passou de seis, em 2018, para 20 em janeiro deste ano, três vezes maior. Juntos, eles oferecem 61 rotas regionais que conectam cidades de todo o Paraná com o Aeroporto Internacional de São José dos Pinhais, na grande Curitiba, e algumas chegam até Caçador e Florianópolis, em Santa Catarina.

A expansão programada para acontecer em 2020 foi prejudicada pela pandemia e o programa foi suspenso por mais de um ano. A retomada aconteceu no segundo semestre de 2021, com as linhas da empresa Aerosul de Apucarana para Curitiba, Arapongas para Caçador, Curitiba para Caçador/Londrina/Florianópolis e de Pato Branco para Arapongas/Curitiba/Caçador/Londrina/São Miguel do Oeste. As rotas são feitas com aeronaves Cessna Grand Caravan, com capacidade para nove passageiros.

Em dezembro de 2021, depois de uma negociação direta feita pelo governo estadual, a Azul Linhas Aéreas voltou a oferecer voos regulares ligando Curitiba às cidades de Toledo, Guarapuava, Pato Branco e Ponta Grossa. O trajeto é feito com a aeronave ATR-72, com capacidade para 70 passageiros.

Em janeiro deste ano entraram em operação dez novas linhas da Azul Conecta, empresa sub-regional da Azul, que usa os aviões Cessna Grand Caravan, de nove lugares, conectando Cianorte, Telêmaco Borba, Arapongas, Campo Mourão, Apucarana, Guaíra, Francisco Beltrão, Cornélio Procópio, União da Vitória e Umuarama à capital paranaense.

Esses voos permitem que os clientes do Interior do Estado se conectem a outros destinos oferecidos pela Azul a partir do aeroporto de São José dos Pinhais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Maringá, Foz do Iguaçu, Cuiabá e Campo Grande.

Ainda neste semestre, outra rota do Voe Paraná será inaugurada: Paranavaí-Curitiba, com três voos semanais. Para viabilizar os voos em Paranavaí, serão realizadas obras de recape asfáltico da pista do aeródromo municipal Edu Chaves. Os recursos já estão liberados. São R$ 5,35 milhões, sendo R$ 5 milhões do Estado e o restante de contrapartida do município. A prefeitura será responsável pela licitação da obra.

Foto: Arquivo Pessoal/Maria Salette Rodrigues de Melo

RAPIDEZ E SEGURANÇA

Como os aviões Cessna, da Azul Conecta, que fazem os novos destinos, têm poucos lugares, quem precisa fazer um trajeto com frequência costuma comprar a passagem com antecedência. Só para garantir. Mas com as datas flexíveis é fácil conseguir uma passagem.

No final de janeiro, a dona de casa Dalva Fernandes Costa, que voltava para Curitiba depois de visitar a família em Apucarana, comprou a dela três dias antes de viajar. Dalva não sabia que era possível fazer a viagem de avião, já que a linha tinha acabado de inaugurar. “Eu ia comprar uma passagem de ônibus e minha sobrinha falou: ‘não tia, dá pra ir de avião’. Comprei, viajei e gostei muito. É prático, rápido e o custo-benefício é muito bom, sem contar que estou num avião e não viajando de ônibus”, diz.

Dalva visita os pais idosos a cada dois ou três meses e fica com eles dez dias. A próxima ida será na semana do feriado de 21 de abril. E ela garante: “Com certeza vou de avião”.

A mesma boa surpresa teve o professor da Escola Negócios da PUC-PR, Carlos Augusto Candêo Fontanini, que há duas semanas também foi visitar os pais em Apucarana. Na volta, ele decidiu experimentar a nova rota da Azul e aprovou. “É a melhor opção que existe hoje para o trajeto. O voo é pontual, tranquilo, o avião é seguro, o piloto e o copiloto são simpáticos e o preço é muito bom, quase o valor da passagem de ônibus. Além disso, a gente faz os 370 quilômetros de distância entre Curitiba e Apucarana em pouco mais de uma hora”, acrescenta.

Para fazer visitas regulares, Fontaine ia de ônibus leito, que demorava no mínimo seis horas – podendo chegar a oito horas, dependendo do horário – ou embarcava em voos com destino a Maringá ou Londrina. Nesse caso, precisava de alguém disposto a pegar estrada para buscá-lo ou deixá-lo no aeroporto. Já as viagens de carro, explica, eram muito estressantes.

“É uma estrada com trânsito pesado de caminhões e eu tinha que sair mais cedo da casa dos meus pais, no domingo, para evitar esse trânsito. Agora posso ficar mais tempo com eles e voltar no voo das 19h50 da Azul”, diz.

RAPIDEZ E SEGURANÇA

Como os aviões Cessna, da Azul Conecta, que fazem os novos destinos, têm poucos lugares, quem precisa fazer um trajeto com frequência costuma comprar a passagem com antecedência. Só para garantir. Mas com as datas flexíveis é fácil conseguir uma passagem.

No final de janeiro, a dona de casa Dalva Fernandes Costa, que voltava para Curitiba depois de visitar a família em Apucarana, comprou a dela três dias antes de viajar. Dalva não sabia que era possível fazer a viagem de avião, já que a linha tinha acabado de inaugurar. “Eu ia comprar uma passagem de ônibus e minha sobrinha falou: ‘não tia, dá pra ir de avião’. Comprei, viajei e gostei muito. É prático, rápido e o custo-benefício é muito bom, sem contar que estou num avião e não viajando de ônibus”, diz.

Dalva visita os pais idosos a cada dois ou três meses e fica com eles dez dias. A próxima ida será na semana do feriado de 21 de abril. E ela garante: “Com certeza vou de avião”.

A mesma boa surpresa teve o professor da Escola Negócios da PUC-PR, Carlos Augusto Candêo Fontanini, que há duas semanas também foi visitar os pais em Apucarana. Na volta, ele decidiu experimentar a nova rota da Azul e aprovou. “É a melhor opção que existe hoje para o trajeto. O voo é pontual, tranquilo, o avião é seguro, o piloto e o copiloto são simpáticos e o preço é muito bom, quase o valor da passagem de ônibus. Além disso, a gente faz os 370 quilômetros de distância entre Curitiba e Apucarana em pouco mais de uma hora”, acrescenta.

Para fazer visitas regulares, Fontaine ia de ônibus leito, que demorava no mínimo seis horas – podendo chegar a oito horas, dependendo do horário – ou embarcava em voos com destino a Maringá ou Londrina. Nesse caso, precisava de alguém disposto a pegar estrada para buscá-lo ou deixá-lo no aeroporto. Já as viagens de carro, explica, eram muito estressantes.

“É uma estrada com trânsito pesado de caminhões e eu tinha que sair mais cedo da casa dos meus pais, no domingo, para evitar esse trânsito. Agora posso ficar mais tempo com eles e voltar no voo das 19h50 da Azul”, diz.

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