Comerciantes de Guarapuava têm expectativa de incremento na venda de peixes
Em entrevista ao CORREIO, vendedores ressaltam que esse ano a espera é que seja vendido ainda mais que o ano passado, mesmo o setor tendo um aumento nos preços comparado a 2020
Com a chegada da Quaresma, período do ano litúrgico que antecede a Páscoa, muitos cristãos deixam de comer carne vermelha, em alguns dias da semana, seguindo preceitos da doutrina católica, ortodoxa, anglicana e luterana.
O cenário costuma ser de aumento no consumo de peixes. Em entrevista ao CORREIO, comerciantes ressaltam que esse ano a espera é que seja vendido ainda mais que o ano passado, mesmo o setor tendo um aumento nos preços comparado a 2020.
Emanoel Martini Bastos é proprietário de uma peixaria que está há mais 25 anos no mercado trabalhando no atacado e varejo. Para ele, a pandemia não afetou muito sua área, pelo contrário.
“Quando iniciou a pandemia nós ficamos muito assustados por toda a questão do movimento em nosso comércio. Também por conta dos nossos fornecedores e alta nos preços. Porém, nós tivemos uma surpresa em nosso movimento aumentou pelo maior consumo de peixes na pandemia”, destaca.
Por conta da lei da procura e da demanda, Emanoel ressalta que além do aumento no consumo também houve um aumento no preço dos peixes e frutos do mar. “Em comparação ao ano passado, nós tivemos uma alta bem significativa no valor dos peixes, tanto pela procura como também pela falta de produto, justamente, afetada pela questão da pandemia”.
EXPECTATIVA
O comerciante espera que o ano de 2021 e o período litúrgico cristão façam com que as vendas superem as expectativas. “Nós esperamos esse ano uma Quaresma melhor que a do ano passado, que já tinha sido boa, não podemos reclamar. Mas, agora, com a vacinação, o pessoal está saindo um pouco mais e já estão sabendo se prevenir do vírus, esperamos uma Quaresma melhor ainda”, diz.
Bastos explica que a tilápia é o principal produto de vendas. “Teve uma alta muito grande em comparação ao ano passado, chegando a um aumento de 40% em relação a 2020. E, por isso, muitos procuram um peixe mais em conta como o filé de merluza, bossa de cascudo, e outros clientes buscam também o bacalhau, camarão e salmão”.
EQUILÍBRIO
Gerente de outra peixaria, André Kuczer Filho tem um estabelecimento que atende Guarapuava há mais de 20 anos. Ele também reitera que a pandemia impactou sua área de trabalho, mas que conseguiram manter as vendas. “A venda em plena pandemia teve uma queda, porém, a gente conseguiu se manter bem, mesmo muitos restaurantes, que é um dos nossos públicos, terem fechado e daí vieram aqui na loja comprar. Então teve um equilíbrio bom”.
O gerente destaca que a Quaresma é um período ótimo para suas vendas, mas que existem outras datas comemorativas que contribuem para o movimento do seu setor.
“Claro que temos outras datas comemorativas que fazem o movimento da nossa peixaria aumentar, como Dias das Mães, Dia dos Namorados e Natal, mas a Quaresma ganha bem na frente”, esclarece. “Esperamos que a Quaresma, e todo o ano em si, seja melhor que o ano passado. Todo ano esperamos na verdade. Mas dezembro já foi um mês bom e, agora, nessa época da Quaresma é bom para as vendas, mas posso dizer que já começou com um movimento legal”.
André vende em atacado e varejo, e salienta que com o passar dos anos muitos clientes buscam peixes diferentes, mas os clássicos continuam no topo das vendas: tilápia, merluza, cação, frutos do mar. “E chegando mais perto da época da Páscoa mesmo, sem dúvida, é o bacalhau que vende bastante”.
IMPACTO
Além do aumento no preço do peixe, muitos clientes percebem a alta em vários setores comerciais por conta dos impactos que a pandemia trouxe. Josiane Santos é gerente de um supermercado e percebe esse movimento entre seus clientes.
“Além do peixe, a gente vê também uma alta nos ovos, por exemplo. Não sei como o pessoal vai acompanhar esses valores. Subiu o combustível, subiu a cesta básica, tudo praticamente e, consequentemente, subiu o peixe também. Como sempre, o brasileiro tem que dar seus pulos”, reitera.
***********Reportagem: Lucas Herdt, especial para CORREIO