Ambiente de inovação fomenta surgimento de startups em Guarapuava

Os fundadores de startups comentam sobre seus projetos e suas trajetórias no mundo da inovação

O envolvimento da comunidade com o ecossistema de inovação tem sido muito incentivado em Guarapuava. Parte marcante neste momento é o surgimento de startups nas mais diversas áreas.  

O CORREIO conversou com dois empreendedores e apaixonados por este universo para conhecer os projetos e o interesse por inovar. Gilmar Lejambre (30 anos) e Henrique Amorim (22 anos) são cofundadores de startups e participam ativamente buscando incentivar o compartilhamento de novas ideias.

“Desde muito cedo eu sempre gostei de empreendedorismo. Sempre fui muito ligado a isso e não sabia por onde começar. E dentro da universidade começaram alguns projetos de incubação e eu tentei incubar uma ideia. Eu tinha um projeto de um sistema de energia solar e acabou não passando. Mas eu aprendi bastante coisa e meu interesse por este mundo de inovação e empreendedorismo começou a crescer cada vez mais”, conta Gilmar, que hoje é uma liderança no meio e tem uma startup voltada ao setor imobiliário.

Henrique Amorim é mais um jovem empreendedor. De São Paulo, veio para Guarapuava onde cursa Engenharia Mecânica na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). 

“Minha primeira startup foi uma impressora 3D de baixo custo, quando isso nem era algo tão conhecido. Mas nesta época eu nem sabia o que era uma startup, só estava criando”, explica, destacando que ainda teve um aplicativo de delivery de medicamentos. O projeto não deu certo e ele acabou indo morar no Vale do Silício, onde estudou na UC Berkeley. 

“Foi uma experiência fantástica, mas não só pela parte acadêmica. Eu fui estudar empreendedorismo de alto impacto, mas o mais bacana foi ter conhecido o ecossistema de startup mais forte do mundo”. Atualmente Henrique está à frente de uma startup que auxilia empresas a promoverem inovação. 

Os dois destacam que passaram por programas de incubação e participaram de projetos da UTFPR ligados ao tema, assim como de instituições externas, como o Sebrae.

CONHEÇA AS STARTUPS

A JustHome, da qual Gilmar faz parte junto a mais pessoas, tem como objetivo solucionar problemas de moradia compartilhada. A plataforma, a partir de um questionário, define o nível de afinidade entre quem procura um local para morar e quem está ofertando.  

“Nossa plataforma vai cruzar as respostas das pessoas e gerar um percentual de afinidade. Nossa ideia é solucionar dois problemas. Encontrar pessoas legais para você morar e encontrar um lugar para morar. A plataforma é voltada ao público universitário”, explica.

Já a Space, de Henrique e mais dois sócios, foi criada inicialmente para auxiliar quem estava querendo empreender, no entanto, foi necessário mudar para que a Space fosse rentável financeiramente. 

“A gente decidiu mudar. A Space já tem praticamente três anos e nós mudamos para um propósito diferente que é de auxiliar as empresas a inovar. Então hoje o grande foco é transformar inovação em um diferencial competitivo das empresas”, aponta. Conforme Henrique, mesmo com a mudança, a Space continua auxiliando quem está começando uma startup, mas direcionada a prestar serviço a empresas.

“Hoje nós somos a solução mais completa em gestão da inovação para empresas, Nós atuamos desde a inovação interna, focado nos colaboradores que são as pessoas que mais conhecem os processos, mais conhecem a empresa, até quando a empresa quer partir para o open innovation, que é inovar de fora pra dentro, é buscar soluções no mercado, fazer programas de startup, de aceleração, pré-aceleração”, afirma Henrique Amorim.  

MOMENTO DE INOVAR

“O ambiente nunca foi tão bom quanto está hoje. A gente tem praticamente todas as universidades com incubadoras”, garante Gilmar, indicando que há muitas formas de apresentar uma ideia. 

De acordo com ele, conseguir investimento é um pouco difícil, mas a validação é necessária para o projeto se desenvolver. “Basicamente, você precisa ter validação da sua ideia através de alguns passos. Tem toda uma metodologia por trás, não é difícil, mas se você tiver uma boa ideia e um planejamento para validar essa ideia, você tem uma startup. Claro que tem que executar, fazer programação, tem que transformar aquilo em algo um pouco tangível. Mas é um começo”.

Tanto Lejambre quanto Amorim fazem parte da comunidade Nevalley, um ambiente de troca de ideias e de ajuda para quem tem ou deseja ter uma startup. Estar nesse ecossistema também auxilia nos projetos. Porém, para Henrique, apesar de todo o incentivo, ainda é preciso começar de fato. 

“Está tudo muito estruturado, só que eu acho que falta reação, faltam pessoas agindo para criar tudo isso. O momento é de novas ideias, de novos programas, de novos projetos. Para as empresas começarem a não só falar, mas fazer inovação. E para as pessoas aproveitarem esta abertura que está tendo de instituições privadas e órgãos públicos”, reconhece. 

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