‘Joaquim, Negra Sim’ vem a Guarapuava nos dias 14 e 15 de março para bate-papo e lançamento

O diretor, dramaturgo, roteirista, professor e militante social Jester Furtado vem a Guarapuava nos próximos dias 14 e 15 de março, para lançar “Joaquim, Negra Sim”.

No dia 14, uma quinta-feira, o encontro será às 19h15, com bate-papo do autor no Centro Universitário Campo Real. Este evento contará com a presença da Dra. Raquel Terezinha Rodrigues, uma referência em literatura, para mediar a conversa.

Dra. Raquel possui um extenso currículo na área acadêmica: é graduada em Pedagogia pela Udesc, em Letras pela UFSC, mestre e doutora em Literatura, com pesquisa focada em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP. Atualmente, ela é professora associada na Universidade Estadual do Centro-Oeste (PR) e colaboradora do PPGLit/UFSCar. Sua expertise se destaca em temas como recepção crítica, memórias, autobiografias e a escrita feminina nas literaturas africanas, afro-brasileira e afro-americana.

No dia 15, sexta-feira, a agenda ocorrerá no Centro de Artes Iracema Trinco Ribeiro (rua Mal. Floriano Peixoto, 1.399, no Centro). Será realizado o lançamento oficial do livro, às 17h30, com o apoio da Prefeitura de Guarapuava e a parceria com o IPONG – Instituto de Povos Negros de Guarapuava e Região.

O livro, voltado ao público infantojuvenil, narra de forma suave as experiências do jovem Joaquim em sua primeira paixão na escola pela colega Ayana, e já um primeiro conflito com as questões raciais, que ocorrem dentro da própria casa.

Durante uma conversa despretensiosa com um tio, não retinto, pessoa negra de pele clara, Joaquim precisa lidar, mesmo sem entender, com o racismo estrutural que, apesar de invisível, impõe padrões e, entre outras coisas, enfatiza a solidão da mulher negra.

Arte: Reprodução

Lançado pela editora Cão, com ilustrações de Hannah Abranches e tiragem inicial de 3 mil exemplares, a publicação não pretende definir uma cor para o amor, mas contribuir para apagar a cor da solidão, já que a história passeia pelo universo de uma alegre família negra na qual música, arte, educação e culinária brasileira desfilam harmonicamente.

Além disso, segundo o autor, Joaquim é um personagem gentil, alegre e popular na escola, graças à sua inteligência e ao seu talento com a música, dom que herdou do pai que é músico e luthier.

“Apesar de ter escrito textos de dramaturgia já encenados e de ter colaborado com outros livros, esta é minha primeira publicação”, destaca o autor, que é professor da rede estadual desde 2005, à AEN.

Segundo Furtado, a inspiração veio do desejo e da necessidade de contribuir com o processo de ensino, no qual se busca identificar e eliminar o racismo estrutural arraigado nas principais instituições sociais, inclusive na familiar. “Uma violência de um racismo que parece sutil por ter sido naturalizado, mas que segue proliferando preconceitos, ódio e exclusão. Nelson Mandela dizia que se podemos aprender a odiar, podemos também aprender a amar. É disso que se trata essa obra: amor, aprendizagem e representatividade”, reflete.

PROFICE
O projeto foi realizado por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Cultura, com incentivo da Copel.