In memoriam: Acioli Caldas, profissão repórter cinematográfico

A terça-feira (10) amanheceu triste com a notícia sobre a morte de Acioli Caldas, aos 53 anos de idade, vítima de infarto. Seu corpo está sendo velado na Capela Mortuária Municipal Santa Cruz e o sepultamento será quarta (11), às 10h, em local a ser definido

Início de universidade sempre é um choque para os calouros, pois tudo é novo e diferente. Mas na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), sempre havia uma certeza: a companhia de Acioli Emerson Caldas.

Repórter cinematográfico da época em que se usava o termo “cinegrafista”, ele sempre estava à disposição para capturar imagens em movimento e depois trabalhar em cima desse material na famosa ilha de edição. Tinha suas manias e temperamento, mas sempre sobrava tempo para orientar os jovens aprendizes do curso de Comunicação Social.

Principalmente os estagiários da Coordenadoria de Comunicação Social da Unicentro, onde esse profissional era servidor. Geralmente, no jornalismo de TV as equipes são formadas por duplas (às vezes trios, quando saía junto o caboman): repórter e cinegra (no jargão típico). Com Acioli, as imagens ganhavam dinamicidade e um tempero a mais, já que ele gostava de contar histórias, conversar com os entrevistados e ver como estava o trabalho do parceiro/parceira.

Dava impressão de que o Acioli era onipresente na cobertura televisiva. Ele estava em todo tipo de evento da Unicentro: formaturas, semanas acadêmicas, palestras, cursos, aulas, Fuca… aliás, o Festival Unicentro da Canção tem tudo a ver com esse repórter cinematográfico, um cara ligado nas artes. Habilidade no traço e multi-instrumentista.

Não à toa, Acioli também era conhecido como o “John Lennon” da Unicentro, em razão de sua semelhança física com um dos integrantes do The Beatles, quarteto inglês que mudou a história da música pop na segunda metade do século 20.

Em 2013, o jornal narrativo Bebop, um projeto da turma A do 4º ano de Jornalismo daquele período sob orientação do professor Anderson Costa, publicou reportagem sobre esse “parentesco” entre o cinegra e Lennon. Assinada pela então aluna Lays Pederssetti, o material “Separados no nascimento” (CLIQUE AQUI) traçava as proximidades também entre o músico guarapuavano Alex Ferrera e o ator norte-americano Johnny Deep.

Registro antigo do “John Lennon” da Unicentro (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)

No caso do servidor da Unicentro, este conta no texto que os boatos sobre a semelhança com o saudoso beatle começaram na época da escola, quando Acioli tinha 16 anos de idade. “Eu tinha um cabelo meio cumprido, usava óculos e daí começaram me chamar de John Lennon”, diz a matéria. Com o passar dos anos, mais pessoas percebiam a semelhança.

Pra completar, o cinegrafista também era fã dos Beatles, tocando os sucessos da banda ao violão, guitarra e contrabaixo e “por incrível que pareça a única música que eu sei tocar no piano é ‘Imagine’”.

FILHO
O texto de Pederssetti também destacou um dado interessante: o filho de Acioli nasceu em 8 de dezembro de 1990, exatamente dez anos depois da morte de Lennon. O inglês morreu assassinado em 8 de dezembro de 1980.

Outra curiosidade é que o “John Lennon” da Unicentro virou “João Lenha” na versão de alguns mais criativos. “Eu gosto dos Beatles, eu tenho muita coisa que o pessoal me manda, recorta em jornal, fotos, quadros, tem dois quadros que eu ganhei de presente, um inclusive tava aqui na parede do estúdio”, diz o cinegra, referindo-se ao local de trabalho, no campus Santa Cruz.

FALECIMENTO
A terça-feira (10) amanheceu triste com a notícia sobre a morte de Acioli Caldas, aos 53 anos de idade, vítima de infarto. Seu corpo está sendo velado na Capela Mortuária Municipal Santa Cruz e o sepultamento será nesta quarta (11), às 10h, em local a ser definido.

Ele era filho do saudoso Amazonas Caldas, conhecido radialista de Guarapuava.

Por e-mail, a Unicentro manifestou uma “Nota de Falecimento”. “É com pesar que comunicamos o falecimento de Acioli Emerson Caldas, servidor da Coordenadoria de Comunicação Social da Unicentro”.

Já o Departamento de Comunicação Social (Decs) emitiu uma “Nota de Pesar” destacando a presteza do servidor para dar suporte aos alunos nas atividades acadêmicas e também a disponibilidade aos professores nas disciplinas. “Acioli foi um amigo que ajudou a consolidar os 20 anos de história dos nossos cursos. Neste momento de dor, nos solidarizamos com familiares, companheiros de trabalho e amigos”, diz trecho.

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