Dois autores do Paraná na final do 65º Prêmio Jabuti

O Paraná está representado na final da 65ª edição do Prêmio Jabuti, o mais tradicional do mercado livreiro no Brasil.

A lista com os cinco finalistas de cada categoria foi divulgada na terça-feira (21), pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), que é a organizadora do Jabuti. No total foram 4.245 obras inscritas no prêmio.

Em dezembro deste ano, em cerimônia que será realizada no Theatro Municipal de São Paulo, serão anunciados os vencedores das 21 categorias distribuídas em quatro eixos (Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação), além do grande vencedor do Livro do Ano. Para conferir os nomes dos finalistas em cada uma das categorias, basta acessar o site da premiação (https://www.premiojabuti.com.br/5-finalistas).

“A CBL atua incansavelmente, ao longo do ano, para fortalecer o livro e democratizar o acesso à leitura. O Prêmio Jabuti é uma celebração à bibliodiversidade e também representa todo esse movimento que fazemos para garantir a cultura em nosso país. Estamos muito animados com a proximidade da grande festa do livro”, comemora a presidente da CBL, Sevani Matos, via assessoria.

Catarinente radicado em Curitiba, o escritor Cristovão Tezza entrou na lista final da categoria “Romance Literário” (Eixo: Literatura) por causa do livro “Beatriz e o poeta”, publicado em 2022 pela editora Todavia.

Confira o sinopse do livro: em 2020, experimentando o primeiro alívio depois do período mais duro da pandemia, a tradutora Beatriz volta a frequentar um café perto de sua casa, em Curitiba. A pausa no trabalho meticuloso da personagem — a tradução para o português dos ensaios de um polêmico pensador catalão — é interrompida por uma surpresa: a aparição do jovem poeta Gabriel, que a conheceu ainda adolescente.

“A abordagem tímida e estabanada acaba evoluindo para uma relação peculiar, matéria deste novo romance de Cristovão Tezza, que não se deixa cair no cinismo ou no formalismo: as verdades de sua literatura, embora nem sempre fáceis, reconfortantes, estão sempre à disposição de quem tem coragem para vê-las”, diz a Todavia.

“Beatriz e o poeta” concorre com os seguintes livros no Jabuti deste ano: “A vida futura” (Companhia das Letras), de Sérgio Rodrigues; “Menos que um” (Casa dos Mundos), de Patrícia Melo; “Os perigos do imperador: um romance do Segundo Reinado” (Companhia das Letras), de Ruy Castro; e “Via Ápia” (Companhia das Letras), de Geovani.

Tezza nasceu em 1952 e é um dos principais escritores brasileiros contemporâneos. É autor do premiado “O filho eterno” (2007), “A tirania do amor” (2018) e “A tensão superficial do tempo” (2020).

Foto: Divulgação/BPP

LAURENTINO
Por sua vez, o escritor e jornalista Laurentino Gomes é paranaense de Maringá, na região Norte. No eixo Não Ficção, ele emplacou o volume 3 da trilogia “Escravidão”. Desta vez, é o volume de 592 páginas chamado “Escravidão: da independência do Brasil à Lei Áurea”, publicado em junho de 2022 pela Globo Livros. No 64º Jabuti, o maringaense já havia vencido com o volume 2 dessa série (“Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil”).

Em 2023, ele disputa o troféu com “A vacina sem revolta: a luta de Rodolpho Theophilo contra o poder e a peste” (Bella Editora ), de Lira Neto; “O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro” (Zahar), de Juliana Dal Piva; “Poder camuflado: os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro” (Companhia das Letras), de Fabio Victor; e “Rainhas da noite” (Companhia das Letras), de Chico Felitti.

No último livro da trilogia “Escravidão”, Gomes se dedica ao século 19; à Independência; ao Primeiro e ao Segundo Reinados; ao movimento abolicionista, que resultou na Lei Áurea de 13 de maio de 1888; e ao legado da escravidão, que ainda hoje emperra a caminhada dos brasileiros em direção ao futuro.

Seis vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, Laurentino Gomes é autor da trilogia “Escravidão”; “1808”, obra sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro (eleito o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras); “1822”, sobre a Independência do Brasil; e “1889”, sobre a Proclamação da República; além de “O caminho do peregrino”, em coautoria com Osmar Ludovico da Silva — todos publicados pela Globo Livros.

PRÊMIO JABUTI
Realizado desde 1958, o Prêmio Jabuti consolidou-se como a mais importante premiação nacional do livro e é referência no mercado editorial brasileiro. Patrimônio cultural do país, é responsável por reconhecer e divulgar a potência da produção nacional, com a valorização de cada um dos elos que formam a cadeia do livro, dialogando com os diversos públicos leitores e, junto com eles, assimilando as mudanças da sociedade.