Confira as produções selecionadas para as mostras competitivas do 13º Olhar de Cinema

Um dos mais importantes festivais de cinema do Brasil ocorre de 12 a 20 de junho, ocupando as salas de cinema de Curitiba, no Cine Passeio, no Cinemark Mueller e na Ópera de Arame

O 13º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba acaba de revelar as produções selecionadas para a edição 2024 para as aguardadas mostras competitivas, sendo a Competitiva Brasileira e a Competitiva Internacional.

O evento, que já havia divulgado algumas de suas mostras pelas redes sociais, agora anuncia os longas e curtas-metragens que disputam pelos prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Atuação, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Som e Melhor Montagem, no caso dos longas da competitiva brasileira, e Melhor Filme e Prêmio Especial do Júri, para os curtas. Já na Competitiva Internacional, a premiação vai para as categorias Melhor Filme e Prêmio Especial do Júri, para os longas, e de Melhor Filme, para os curtas. O público ainda tem parte essencial nas premiações, uma vez que definirá, por meio de votação popular, o Melhor Filme (longa) e Melhor Filme (curta) das duas mostras.

A Mostra Competitiva Brasileira é composta por 16 produções inéditas, sendo oito curtas e oito longas-metragens. Os longas são “A Mensageira”, do diretor Cláudio Marques, que narra a história de uma mulher preta, chamada Íris, moradora de Salvador e Oficial de Justiça. Em seu trabalho diário, Íris anda pela cidade, mantendo contato direto com a população e presenciando questões difíceis e muitas vezes perigosas. Diante de uma determinada situação, ela precisará compreender o real significado da palavra justiça; “Greice”, do cineasta Leonardo Mouramateus, uma jovem mulher brasileira que estuda e trabalha em Lisboa. Em um dia de trabalho, ela conhece Afonso, cuja relação será o estopim para uma série de acontecimentos que a levarão de volta ao Ceará, sua terra natal; “O Rancho da Goiabada, ou pois é meu camarada não é fácil, fácil não é a vida”, de Guilherme Martins, que se encontra com diferentes camadas de subalternização do proletariado contemporâneo, transitando entre a área urbana e a rural, entre os “subempregos” e a informalidade na capital paulista, e os “boias-frias” nas plantações de cana do interior do estado; “Praia Formosa”, de Julia De Simone, que vagueia por encontros entre personagens e paisagens que reforçam tanto a permanência cruel das raízes coloniais brasileiras, quanto a resiliência e os laços formados pela população afro-brasileira, com atenção especial às mulheres, por meio da protagonista Muanza, uma mulher nascida no Congo e trazida ao Brasil pela escravização; “Quem é Essa Mulher?”, de Mariana Jaspe, que leva o público a pegar a estrada junto com a historiadora Mayara em busca das origens de sua pesquisa sobre Maria Odília Teixeira, a primeira médica negra do Brasil; “Tijolo por Tijolo”, de Victoria Alvares e Quentin Delaroche, que gira em torno de uma família moradora de Ibura, periferia do Recife, que no início da pandemia da Covid-19, teve que abandonar sua casa devido ao risco de desabamento. Grávida de seu quarto filho e lutando por uma laqueadura, Cris trabalha como influenciadora digital enquanto a família reconstrói sua moradia; “O Sol das Mariposas”, de Fábio Allon, que traz Marta, uma mulher que luta para manter funcionando o seu sítio de café, após a partida de seu marido, resistindo aos avanços de um emergente agronegócio pelo interior do Paraná da década de 1970. Na medida em que sua relação com a colega Juliana se torna mais forte, o ambiente adverso e conservador se mostra um risco tão grande quanto a promessa das geadas de um inverno inclemente; e “Um Dia Antes de Todos os Outros”, de Valentina Homem e Fernanda Bond, que traz a jovem Sofia, que improvisa rimas com suas amizades na comunidade em que vive, enquanto sua mãe, Marli, organiza a desocupação do apartamento de classe média alta em que trabalhou por boa parte de sua vida como cuidadora, em que velhos sonhos e novos planos surgem no horizonte desse último dia de trabalho.

Os curtas-metragens selecionados são “Povo do Coração da Terra”, do coletivo indígena Guahu’i Guyra; “Capturar o Fantasma”, de Davi Mello; “Caravana da Coragem”, de Pedro B. Garcia; “Cavaram Uma Cova no Meu Coração”, de Ulisses Arthur; “O Lado de Fora Fica Aqui Dentro”, de Larissa Barbosa; “Rinha”, de Rita M. Pestana; “Se Eu Tô Aqui É Por Mistério”, de Clari Ribeiro; e “Viventes”, de Fabrício Brasílio.

Longa “O Sol das Mariposas”, de Fábio Allon (Foto: Reprodução)

MOSTRA COMPETITIVA INTERNACIONAL

A Mostra Competitiva Internacional é composta por 14 produções de diferentes nacionalidades, como Suíça, Alemanha, Haiti, Palestina, Hungria, França, entre outros. Os seis longas selecionados são “Caminhos Cruzados”, de Levan Akin, em que a jovem Lia precisa encontrar sua sobrinha perdida, Tekla, e contará com a ajuda de seu jovem vizinho e de uma professora aposentada. Juntos, partem da Geórgia rumo Istambul, onde conhecerá Evrim, uma advogada dedicada à luta por direitos de pessoas trans, para encontrar Tekla em meio às ruas da cidade; “Eu Não Sou Tudo Aqui Que Quero Ser”, de Klára Tasovská, que apresenta a vida e o trabalho da tcheca Libuše Jarcovjákové, transitando entre Praga, Berlim e Tóquio no período da ocupação soviética na então Tchecoslováquia, a contínua e bem documentada busca da fotógrafa por um modo autêntico de ser e de criar nos conduz por universos pouco conhecidos; “Ivo”, de Carmen Jaquier e Jan Grassmann, acompanhando de perto os dias de Ivo, uma profissional voltada para cuidados paliativos domiciliares, entre suas visitas regulares a pacientes e o tempo escasso dedicado à vida pessoa. O longa explora com sensibilidade a relação entre cuidado, trabalho e a autonomia sobre os próprios corpos, fazendo coexistir sentimentos tão intensos quanto contraditórios face ao cotidiano da morte; “Os Paraísos de Diane”, de Carmen Jaquier e Jan Grassmann, que traz Diane prestes a dar luz a seu primeiro filho. Apesar de ser um fato social aparentemente banal, esse acontecimento mexerá profundamente com a jovem, que parte em uma jornada sem direção segura em busca de algo que nem ela sabe o que é; “As Noites Ainda Cheiram a Pólvora”, de Inadelso Cossa, em que, em Moçambique, o cineasta confronta as memórias desbotadas de sua família e seu país, investigando as fotografias e escutando as memórias, as marcas e as cicatrizes da guerra civil; e “Pepe”, de Nelson Carlos De Los Santos Arias, em que o narrador diz ser um hipopótamo, o primeiro e único morto nas Américas. Interpretado por diferentes vozes e idiomas ao longo do filme, o narrador transmite pela oralidade, histórias dos lugares por onde passou com senso de humor e inventividade.

Já os curtas são “Caindo”, de Anna Gyimesi; “Contrações”, de Lynne Sachs; “Desde Então, Estou Voando”, de Aylin Gökmen; “Mamántula”, de Ion de Sosa; “Minha Pátria”, de Tabarak Abbas; “Nossas Ilhas”, de Aliha Thalien; “Sonhos como Barco de Papel”, de Samuel Suffren; e “Uma Pedra Atirada”, de Razan AlSalah.

SERVIÇO
Acompanhe a programação e as novidades pelo site www.olhardecinema.com.br, pelas redes sociais oficiais: Instagram @olhardecinema e Facebook.com.br/Olhardecinema.

A 13ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba é realizada por meio do programa de apoio e incentivo à cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, sendo também o projeto aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, e pelo Ministério da Cultura – Governo Federal, com patrocínio do Itaú e Peróxidos Brasil, apoio do Instituto de Oncologia do Paraná, Sanepar, Cimento Itambé, Favretto Mídia Exterior, e apoio cultural de Projeto Paradiso, Cine Passeio, Instituto Curitiba de Arte e Cultura. Verifique a classificação indicativa de cada filme e sessões com acessibilidade de audiodescrição.