Faturamento das editoras brasileiras com Conteúdo Digital cresceu 36% em 2020, passando a representar 6% do setor

Vendas de e-books, audiolivros e demais plataformas de distribuição contabilizaram R$ 147 milhões no ano passado. Confira esta e outras notas sobre cultura e entretenimento na coluna: 33ª Semana Rosiana, estreias da plataforma Supo Mungam Plus

Coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro chega à sua segunda edição, trazendo dados apurados pela Nielsen Book sobre a produção e as vendas de e-books, audiolivros e outras plataformas de conteúdo digital em 2020. Pela primeira vez, será possível analisar o desempenho deste mercado em comparação ao ano anterior (2019). As informações são do site da CBL.

A Pesquisa Conteúdo Digital revela que o faturamento das editoras com conteúdo digital em 2020 apresentou crescimento nominal de 43%, o que significa 36% em termos reais, considerando a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no período. A receita foi de R$ 147 milhões no ano passado contra R$ 103 milhões em 2019. Assim, o conteúdo digital passou a representar 6% do mercado editorial brasileiro em 2020 – em 2019, esta fatia era de 4%.

Do faturamento total com conteúdo digital em 2020, R$ 103 milhões foram de unidades vendidas (à la carte) e R$ 44 milhões foram por meio de outras plataformas de distribuição, como biblioteca virtual e serviços de assinatura de leitura digital. Em relação à quantidade, foram 8,57 milhões de unidades vendidas à la carte, sendo 92% de e-books e 8% de audiolivros.

Preço
O levantamento aponta ainda que o preço médio de e-books teve queda real de 25%, reflexo de ações promocionais, campanhas e demais estratégias comerciais em meio à crise econômica em decorrência da pandemia do coronavírus.

Mapa
O estudo mapeia o conteúdo digital geral em três categorias: Ficção (literatura infantil, juvenil, jovens adultos, literatura geral, poesia etc.), Não Ficção (biografias, ensaios, autoajuda, negócios, espiritualidade, religião, entre outros) e Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP). O acervo total em 2020 foi de 81 mil títulos. Em termos de representatividade, CTP sai à frente com 39% do total, seguido por Não Ficção (32%) e Ficção (28%).

Lançamentos
Quanto aos lançamentos, foram 10 mil títulos novos em circulação no mercado no ano passado, uma alta de 16% no comparativo com 2019. A categoria que mais registrou lançamentos de um ano para o outro foi Ficção, com um aumento de 27%.

Guimarães Rosa
É gratuito, é online. De 12 a 17 de julho deste ano, rola a 33ª Semana Rosiana, promovida pelo Museu Casa Guimarães Rosa (que fica em Cordisburgo, Minas Gerais, terra natal do escritor Guimarães Rosa). É uma programação que pode ser aproveitada de qualquer parte do Brasil. Serão seis dias de imersão no universo da “Palavra”, seguindo a temática da edição: o livro póstumo “Ave, palavra”, bem como tudo o que a expressão verbal significa para esse autor – humanidade, transcendência, poesia.

Guimarães Rosa (1908-1967) é um dos autores mais importantes da literatura brasileira (Foto: Divulgação)

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A programação da 33ª Semana Rosiana está disponível no Facebook do museu: https://bit.ly/3weEv1E

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Vale lembrar que Guimarães Rosa (1908-1967) é um dos autores mais importantes da literatura brasileira, sendo conhecido principalmente pelo clássico “Grande Sertão: Veredas” (1956). Ao atribuir ao sertão mineiro sua dimensão universal, a obra é um mergulho profundo na alma humana, capaz de retratar o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria. Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) em 1908 e morreu no Rio de Janeiro, em 1967. Diplomata e médico, estreou na literatura com o volume de poemas “Magma”, em 1936.

Streaming
Neste mês, a plataforma Supo Mungam Plus (www.supomungamplus.com.br) traz para seus assinantes três filmes inéditos no Brasil. São eles, o drama francês “Doze Mil”, primeiro filme de ficção da diretora Nadège Trebal que foi selecionado para o Festival de Locarno, o inglês “Meu Coração Feroz” de Jane Gull, indicado a melhor ator e melhor atriz coadjuvante no Prêmio Britânico de Cinema Independente, e o romance australiano LGBTQIA+ “Meu primeiro Verão”, exibido nos Festivais BFI Flare, Adelaide e no Melbourne Queer.

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A Hungria continua sendo destaque na plataforma. Entre as novidades estão 3 animações húngaras, que estreiam nesta sexta, 2 de julho, entre elas, “Cidades dos Gatos”, versão restaurada supervisionada pelo diretor Béla Ternovszky. O filme representou a Hungria no Oscar de 1987. Uma sessão dupla de Zoltán Fábri, um dos maiores diretores de todos os tempos, traz “Os meninos da Rua Paulo”, primeiro filme húngaro indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional, e “O Quinto Selo”, Melhor Filme no Festival de Moscou.

Streaming 3
Os clássicos restaurados “Vozes Distantes” de Terence Davies e “Friendship’s Death” de Peter Wollen, estrelado por Tilda Swinton, o raríssimo cult “Bye Bye Blue Bird”, de Katrin Ottarsdóttir, da Ilhas Faroe, além de 3 curtas da aclamada diretora Jane Campion, também entram em julho no streaming da Supo Mungam Plus.

Estreias
As estreias na Supo Mungam Plus (www.supomungamplus.com.br) acontecem todas as sextas-feiras do mês. Disponível para todo Brasil e focada em cinema independente e de arte, a plataforma é uma janela cinematográfica virtual para diversas histórias e culturas, lançando filmes inéditos, clássicos restaurados, obras cults e joias do cinema mundial.

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