Deral estima produção de 21,5 milhões de toneladas de soja no Paraná
O Deral destaca que o plantio da soja perdeu ritmo nesta semana devido às chuvas recorrentes nos municípios paranaenses. No entanto, já foram plantados 9% do total da área estimada em 5,7 milhões de hectares
O Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgou na quinta-feira (29) o tradicional Boletim Semanal, em que atualiza o andamento da safra paranaense.
Um dos destaques do documento é a soja que, de acordo com as expectativas, deve ter produção da ordem de 21,5 milhões de toneladas. Caso esse número se confirme, será 78% maior do que o da safra anterior, que ficou em pouco mais de 12 milhões de toneladas.
O Deral destaca que o plantio da soja perdeu ritmo nesta semana devido às chuvas recorrentes nos municípios paranaenses. No entanto, já foram plantados 9% do total da área estimada em 5,7 milhões de hectares.
“Este percentual está acima das últimas três safras, quando no fechamento de setembro o plantio não superava os 3%”, diz o Deral. “O rebento das plantas já aparece no campo e as chuvas que ocorreram têm maior potencial de beneficiar do que prejudicar neste momento. 78% da área plantada encontra-se em germinação e 22% já em desenvolvimento vegetativo.”
O documento também pontua que a oleaginosa foi cotada, na última semana, em torno de R$ 167 a saca de 60 kg. O valor é 3,5% menor que a média dos últimos quatro meses. “Isso, em parte, contribui para a queda de preços do óleo de cozinha (soja), insumo bastante presente na casa dos brasileiros”, acrescenta.
FEIJÃO
Segundo o Deral, a área que deverá ser ocupada com feijão no Paraná é estimada em 122 mil hectares, com produção da ordem de 243 mil toneladas. De modo geral, esses números representam uma redução de 12% na área e aumento de 25% na produção, se comparados à primeira safra de 2021/22.
“Lembrando que no ano passado a produção sofreu forte perda pela estiagem. Durante os últimos dias as condições climáticas estão desfavoráveis, tanto no plantio, como também no desenvolvimento das lavouras já implantadas”, diz o Departamento.
Houve registro de chuvas em excesso na maioria das regiões produtoras, assim como temperaturas baixas e até ocorrência de geadas.
Em termos de preços, os produtores receberam, na última semana, uma média de R$ 266 na saca de 60 kg para o feijão de cores (aumento de 7,63% com relação à semana anterior) e R$ 184 na saca de 60 kg do feijão preto, elevação de 4,59%.
“O mercado está abastecido e o feijão que está nas gôndolas dos supermercados é proveniente, em sua maioria, da produção obtida da segunda safra”, completa.
MILHO
Outro importante produto agrícola, o milho atingiu 58% de plantio da sua área estimada em 402 mil hectares. Desse total, 28% encontra-se em germinação e 72% em fase de desenvolvimento vegetativio.
Considerando condições normais, o Deral aponta que é esperada uma produção de 3,9 milhões de toneladas, volume 32% superior ao ciclo anterior.
“Na pesquisa de preços da última semana, 19 a 23 de setembro, o produtor estava recebendo em torno de R$ 75,00 pela saca de 60 kg do cereal, valor 12% menor que em setembro de 2021. Porém, se comparado à média dos últimos quatro meses, a redução se situa em estáveis 3%, quando a saca de milho ficou cotada próxima a R$ 77,00”, diz o boletim.
TRIGO
Para o trigo, a estimativa de safra de setembro mostra uma produção de 3,8 milhões de toneladas, em uma área de 1,18 milhão de hectares. O Deral destaca que o volume está cerca de 100 mil toneladas abaixo do estimado em agosto, e isso se deve à estiagem que atingiu as lavouras do Norte do Paraná, além das geadas no Oeste e Sudoeste.
“A expectativa é que o impacto desses problemas climáticos se restrinja à fração colhida no Estado (37%), devendo se confirmar esta como uma boa safra, em termos de volume”, pontua.
Um problema enfrentado neste momento são as chuvas frequentes, que têm dificultado a evolução da colheita. Isso porque, explica o Deral, praticamente metade das lavouras remanescentes no campo “estão em maturação e dispensariam totalmente novas chuvas, principalmente a fração que está em ponto de colheita e começa a sofrer com germinação nas espigas”; a outra metade também preocupa, “dado o grande volume de chuvas e o longo período de molhamento das plantas”.
“Isso é particularmente problemático nas lavouras que espigaram, pois as doenças que atingem a espiga são de difícil controle e oneram significativamente a produção”, completa.
Com informações do Deral/Seab.