Professores da Unicentro fazem assembleia para votar se entram em greve
De acordo com o presidente da Adunicentro, Geverson Grzeszczeszyn, existe perspectiva de aprovação da greve, ‘haja vista que o movimento grevista está forte em todas as demais universidades estaduais’
Os professores da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) se reúnem na próxima quarta-feira (17), a partir das 16h15, para uma assembleia geral da Adunicentro. Em pauta está a deflagração de greve, assim como aconteceu com as outras seis Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do Paraná.
O presidente do sindicato, Geverson Grzeszczeszyn, explica que a perspectiva é positiva “no sentido de deliberarmos pela greve” na instituição, levando em conta que o movimento grevista nas outras universidades cresceu na última semana. UEL, Unioeste, Unespar, UENP, UEPG e UEM estão com as aulas paralisadas.
A categoria está reivindicando uma reposição salarial de 42%, resultado da data-base acumulada nos últimos sete anos. O Governo do Estado sinalizou com um percentual de 5,79%, a ser pago em agosto deste ano.
“Nossa qualidade de vida piorou e nossa saúde mental está prejudicada com a renda defasada. As demandas de trabalhos têm aumentado, as condições de trabalho têm sido precarizadas e a remuneração de professores tem sido achatada pelo governo do Estado”, avalia Geverson.
A Unicentro ainda não deliberou sobre a greve por uma questão de calendário. As atividades do ano letivo na instituição começaram nesta segunda-feira (15).
“Optamos por iniciarmos as aulas normalmente e, então, na quarta-feira, realizar a assembleia. Caso seja deflagrada a greve pelos docentes, ela tende a iniciar efetivamente na segunda-feira [dia 22 de maio], mas isso também são os docentes, em assembleia, que decidem”, ressalta o presidente do sindicato.
“Com esse calendário de assembleia e início da greve, os calouros terão a oportunidade de iniciar os seus estudos na primeira semana com aulas, o que, na avaliação da diretoria do sindicato, ajuda a conter eventuais evasões em início de curso, caso já começassem as aulas com a greve em andamento e, assim, sem professores em sala”, acrescenta.
A tendência é que, caso seja deflagrada, a paralisação seja por tempo indeterminado, assim como ocorreu nas outras instituições.
“Entretanto, serão realizadas avaliações semanais do movimento grevista local e estadual, com o objetivo de decidir sobre a sua continuidade ao longo do tempo. Não há como precisar antecipadamente se será uma greve rápida ou longa”, ressalta.
NEGOCIAÇÕES
De acordo com Geverson, o intuito do movimento grevista é fazer com que o governo estadual abra negociação sobre a defasagem salarial. Também, que ocorra a aprovação das alterações na carreira dos docentes, documento elaborado pela Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp) e que tramita nas pastas estaduais.
CALENDÁRIO
Como ocorreu em outras situações, caso a categoria vote pela greve, o sindicato irá pautar, junto à administração da Unicentro, a suspensão do calendário acadêmico. “É a ação adequada a se tomar diante de uma greve. Após a greve, deve ser reorganizado o calendário para a realização das reposições de aulas do período de greve”, diz o presidente da Adunicentro, ressaltando que uma paralisação só irá ocorrer “se assim for decidido pela categoria em assembleia, por causa da intransigência do governo do Estado em negociar”.
SECRETARIA
A reportagem solicitou à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) um posicionamento sobre a paralisação nas universidades estaduais. Mas não obteve resposta.