Revista Visual chega a duas décadas de história em Guarapuava
Ao CORREIO, a diretora Elizabeth Machado falou sobre os desafios de manter o impresso e da importância do veículo que registrou muitas histórias nesses últimos 20 anos
Mesmo com o mundo cada vez mais digital e os meios de comunicação impressos migrando em grande escala para o online, em Guarapuava, o analógico ainda resiste. Em maio deste ano, a revista Visual completou 20 anos de fundação e está se preparando para seguir em frente.
A publicação surgiu em Irati e depois foi criada uma filial em Guarapuava, no entanto, hoje apenas a revista guarapuavana está em atividade. A diretora proprietária Elizabeth Machado é a maior referência da Visual e garante que ela é uma das poucas revistas mensais do Estado. Apesar de ter se tornado dona da marca somente quando a Visual fez 10 anos, ela está presente desde o primeiro ano de atividade. “Quando estudava em Curitiba, trabalhei muito tempo na Gazeta do Povo nessa área de escrever, de fazer entrevista. Quando vim para Guarapuava comecei a escrever para os jornais e acabei entrando na revista. Quando ela fez oito meses eu entrei, estou desde o começo”, contou em entrevista ao CORREIO.
De acordo com Elizabeth, em toda edição o trabalho é muito complexo e exige atenção em todas as etapas. “É muito difícil fazer revista hoje em dia. As pessoas começam a fazer e param. Sempre vêm me perguntar como faço. E eu sempre digo, se fosse fácil todo mundo iria fazer. É uma cirurgia a cada revista. Ela tem que sair perfeita. A gente fez a vida inteira com qualidade em tudo, desde o papel, a área do jornalismo dentro da revista, foto, impressão, para que os clientes fiquem felizes com a matéria. Nosso trabalho continua vivo pela satisfação do cliente”.
Atualmente, a revista Visual conta com matérias pagas, conteúdos sobre eventos, lançamentos e materiais informativos, além de cobertura também nas redes sociais, principalmente no Instagram.
O período do início da pandemia foi um dos momentos mais complicados para a Visual. Elizabeth conta que chegou a cogitar o fechamento do impresso e seguir em um projeto apenas digital, mas foi convencida pelos próprios anunciantes de que deveria seguir com o material. “Ficou dois anos de ‘recesso’ por causa da pandemia e eu realmente não sabia o que fazer. Eu fui fazer uma pesquisa com meus clientes mais antigos, os empresários importantes da cidade e pessoas que eu sei que tem uma paixão muito grande pela revista. E eles me responderam claramente que não entrariam no digital para ver”. Segundo ela, a revista tem sido um meio de perpetuar histórias e momentos de Guarapuava. “Este ano estamos trabalhando muito. Nós fizemos de cinco a seis eventos”, comemora, destacando ainda que tem recebido muitos pedidos também da região.
“Eu sempre falo para as pessoas quando abrem empresas, eu digo que não é nem para mostrar que abriu uma empresa, mas para perpetuar essa história. É uma história que fica. Eu vejo isso porque todo mundo me liga pedindo as edições com as matérias do Prêmio Visconde de Guarapuava”. O prêmio citado por Elizabeth é uma iniciativa da Visual que busca homenagear em vida as pessoas que contribuíram de alguma forma com o município. “Eu sempre falo, como ela é importante para Guarapuava porque ela tem histórias de 20 anos. O importante é o registro das histórias guarapuavanas”.

PROCESSO
O trabalho começa com a venda dos anúncios e materiais pagos, depois a produção das matérias e fotos, a revisão do material e o envio para a diagramação. Em seguida, a equipe revê todo o conteúdo para garantir que não haja erros e depois disso ela está pronta para ir para a gráfica.
A Visual já teve um caderno de saúde dentro da revista, mas hoje, apresenta temas gastronômicos em uma coluna assinada pela diretora executiva da Abrasel Centro-Sul, Leila Pires. “Nós fizemos essa parceria de falar todo mês sobre a gastronomia ligada ao Turismo. Fomos parceiros no Guarapuava Gastronômica. A gente está ajudando o comércio de Guarapuava a se movimentar”.
DISTRIBUIÇÃO
A Visual é distribuída gratuitamente nos mais diversos estabelecimentos do comércio de Guarapuava. Não é incomum encontrar uma edição em salas de espera de clínicas, laboratórios, salões de beleza etc. Mas, caso o leitor queira adquirir um exemplar, pode ir até a Banca do Henrique, na Marechal Floriano Peixoto.
“Ela é vendida também porque tem gente que quer cinco, seis revistas para guardar, para levar para parentes. Nosso intuito é que ela circule, mas quando a pessoa quer guardar ela vai lá e compra”, conclui.