Projeto Brasil Sem Frestas já revestiu mais de 40 casas com caixas de leite em Guarapuava

O material é utilizado como isolante térmico e ajuda famílias a ter um ambiente mais quente, principalmente no inverno; saiba como ajudar

O Projeto Brasil sem Frestas surgiu em Passo Fundo (RS) em setembro de 2009, com a química Maria Luisa Camozzato e desde então vem levando calor e humanidade a pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social e que moram em casas com frestas e buracos e sofrem em dias de frio.

“Analisando o material ela prestou atenção que era um isolante térmico e altamente resistente e que podia ser usado para revestir as casas das pessoas carentes. Ela começou esse processo de criar as placas feitas de embalagens tetra pak para revestir as casas e proporcionar um conforto térmico”, explica uma das voluntárias do projeto em Guarapuava, a professora Giselle Schimaiche, em entrevista ao CORREIO.

Outro objetivo é retirar esses materiais do meio ambiente, que tem alta durabilidade. “Uma caixinha que leva centenas de anos para se recompor no meio ambiente ganha outro uso e não vai para o meio ambiente ficar acumulando lixo”, aponta Giselle.

Em Guarapuava, o projeto começou dez anos depois do surgimento, em 2019, e até hoje mais de 40 casas foram revestidas no município. O número poderia ser ainda mais alto, mas, durante a pandemia, a ação social do Brasil Sem Frestas acabou prejudicada. “Os voluntários se afastaram e mesmo porque não havia essa condição de ir visitar as casas das pessoas, entrar nas casas para ter esse contato. Mas agora já retornamos às atividades e nossos voluntários tem feito nesses últimos meses de frio, praticamente um final de semana sim, outro não, revestimento de casas”, destaca Giselle.

GRATIDÃO
De acordo com ela, o trabalho não se resume à aplicação das placas. “A gente já vai munido de várias coisas, além das coisas para o revestimento, a gente leva uma cesta básica, forros de camas limpos e novos, cobertores, toalha para mesa, então, o objetivo é deixar a casa dessa pessoa arrumadinha depois da nossa saída”.

O agradecimento é percebido pela equipe logo após a conclusão da ação, que segundo a voluntária, é de grande impacto devido a vulnerabilidade das pessoas atendidas. “Elas ficam com alta estima muito mais elevada porque elas veem que são capazes de ter um ambiente adequado para se viver, mais bonito, mais limpo, mais organizado, e elas sentem vontade de manter e buscar mais do que aquilo”.

Muitos dos atendidos acabam envolvidos com os voluntários por mais tempo, pedindo ajuda em outras questões, como na busca de emprego ou outras situações nas quais é possível ajudar.

BENEFICIADOS
A professora Giselle conta que não existe um critério para as seleções das famílias que vão ser atendidas e que todas que pedem ajuda, são beneficiadas. “Tem questões que são mais urgentes e são priorizadas, mas o objetivo é ajudar todas as pessoas que nos procuram. Apesar de ser um projeto muito legal, nem todo mundo conhece sobre ele, então a nossa procura não é uma que a gente precisa excluir alguém da lista”.

COMO AJUDAR
Existem diversas formas de ajudar o Brasil Sem Frestas a seguir atuando em Guarapuava, mas duas delas são mais importantes, que é ser voluntário na colocação das placas nas casas e a doação das caixinhas. “Graças a Deus o povo sempre doa as caixinhas, a gente nunca teve falta de caixinhas. Mas são sempre bem-vindas. Nós fazemos a cada três meses, um bazar de roupas, então doação de roupas também são interessantes pra gente”. Com o que é arrecadado com as vendas, o projeto utiliza para comprar os materiais para fazer a aplicação, como grampos e pregos.

A orientação dos voluntários é que antes de fazer a doação das caixas de leite, a população deve lavá-las para evitar que o cheiro deixe a mesma inutilizável. Depois de abertas, elas são costuradas para formar uma placa que será grampeada na parede de uma casa atendida. “A gente precisa de mais ou menos de umas duas mil placas para revestir uma casinha”.

As caixas podem ser entregues na sede do projeto, que fica na Rua Engenheiro Antônio Rebouças, 35, no bairro Santa Cruz.

Hoje são aproximadamente seis voluntários fixos e há os esporádicos. “A gente precisa muito, muito de voluntários”, frisa Giselle.

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