Mulheres são maioria entre professores e estudantes da Unicentro

No Brasil, as mulheres representam 46% dos docentes e 55% da comunidade universitária. Na Unicentro, segundo a Diretoria de Avaliação Institucional, entre todo o corpo docente, as mulheres são maioria, representando 57,6% dos professores. Entre os estudantes, essa parcela é ainda maior, com 64,4% de alunas mulheres na Unicentro

“Ser mulher nessa universidade é inspiração, é admirar e perceber nas mulheres que aqui trabalham e estudam como podemos ser além do que nos determinam. É uma vitória, porque antes nós, mulheres, não éramos permitidas nestes espaços, mas, hoje, estamos aqui aprendendo, produzindo, lutando e resistindo”. Essa é a definição da estudante do terceiro ano de Letras da Unicentro, Sabrina Markoski, sobre o que é ser mulher na universidade.

Como aluna, ela foi incentivada por dezenas de outras mulheres, que foram suas professoras até agora em sua caminhada como licencianda. Uma de suas experiências, durante a graduação, foi no PET Letras. O Programa de Educação Tutorial permitiu que ela agregasse conhecimentos sobre a docência – prática que é o centro de sua futura profissão. No PET, Sabrina conheceu a professora Níncia Borges Teixeira, que é tutora dos alunos participantes do Programa. A docente atua na Unicentro há 24 anos, vinculada ao Departamento de Letras do Campus Santa Cruz e ao Programa de Pós-Graduação em Letras. Reunindo teoria e prática, a professora também exerce o ensino em outros projetos paralelos, como oTrollendo, um canal no YouTube com o objetivo de auxiliar vestibulandos nas provas de Literatura e Redação dos processos seletivos para ingresso na universidade.

“Ser mulher, ser professora, ser mãe na sociedade em que vivemos, antes de ser um ato de resistência, é um ato de desobediência. Você precisa desobedecer muitas normas que são impostas pela sociedade que tem ainda o poder masculino como norma. É complicado, mas no dia a dia, você consegue que outras mulheres também enxerguem além daquilo que foi instituído como uma educação patriarcal. É muito importante termos mulheres na ciência, mulheres na universidade, para ensinar outras mulheres que elas podem, elas seguem e elas conquistam”, sentencia Nincia.

Questões de gênero ensinadas pela professora Níncia que reverberam na fala de alunas como a Sabrina, que, tocada pelo discurso da docente nas aulas, decidiu ampliar o conhecimento sobre o tem e desenvolver pesquisa como uma aliada em sua formação universitária. “Ser mulher na Unicentro pode nos permitir pesquisar os mais variados temas e problemáticas. Nossas pesquisas colaboram com o desenvolvimento da sociedade, a desafiam e pensam o que é ser mulher neste mundo – o que não é fácil, mas, aqui recebemos reconhecimento. Porém, sendo mulher na Unicentro e sendo a Unicentro parte desse mundo dos homens, ser mulher aqui também é ser maioria em vários cursos nos quais poucos dos teóricos utilizados são mulheres, é resistir em cursos dominados por homens mesmo quando dizem que ali não é nosso lugar, é lembrar que nós, humanos, ainda temos um longo caminho até a igualdade”, ressalta a estudante.

Professora Níncia Borges Teixeira (Foto: Arquivo Pessoal)

No Brasil, as mulheres representam 46% dos docentes e 55% da comunidade universitária. Na Unicentro, segundo a Diretoria de Avaliação Institucional, entre todo o corpo docente, as mulheres são maioria, representando 57,6% dos professores. Entre os estudantes, essa parcela é ainda maior, com 64,4% de alunas mulheres na Unicentro.

Mesmo assim, em algumas áreas, a representatividade feminina ainda é pequena, principalmente nas profissões tidas no imaginário social como masculinas. É o caso da Ciência da Computação que, como conta a professora Angelita de Ré, mesmo sabendo do ambiente majoritariamente masculino, resiste e não desiste em incentivar que mais mulheres ocupem espaço nesta área. “Quanto a ser mulher dando aulas, ministrando disciplinas, é um desafio, que na área das Exatas é ainda maior. Nós quase não temos alunas meninas – no curso inteiro, de 110 alunos, nós temos 10 meninas, no máximo. É um desafio captar mais alunas para as Exatas”.

DESAFIO

Angelita é docente na Unicentro há 20 anos, vinculada ao Departamento de Ciência da Computação do Campus Cedeteg. Para a professora, ensinar Ciência da Computação nesta grande era da tecnologia é um desafio que a move a buscar sempre mais para transmitir aos estudantes. “Nesses últimos anos, a Unicentro tem se adaptado as mudanças e novas realidades. Nosso aluno, hoje, chega na graduação com um conhecimento maior sobre internet, computação e tecnologias. Como ele vem com essa bagagem maior, ele também vem com mais questionamentos nessa área, vem com uma ânsia maior de informações. Isso nos fortalece bastante para que a gente possa modificar as aulas e intensificar algumas coisas para suprir essa necessidade dos alunos”, conta a docente.

Todo esse esforço da professora Angelita reflete na formação de estudantes como acadêmica do quarto ano de Ciência da Computação, Thais Amanda Santos, que prestes a finalizar o curso, compreende como o conhecimento adquirido na Unicentro pode transformar a realidade em que vive, a partir do exercício de sua futura profissão. “Eu consegui ver que eu posso ajudar as pessoas com o meu conhecimento na Ciência da Computação – ajudar pessoas com deficiência auditiva, como foi estudado no meu TCC. Então, a Ciência da Computação se tornou uma parte muito importante da minha vida, pois me tornou uma pessoa mais madura e me ensinou muita coisa além da parte técnica – me ensinou também sobre crescimento pessoal, sobre amizade, sobre carinho”.

******Reportagem: Unicentro.br, com edição

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