Hospital São Vicente celebra o Setembro Verde com bons números na doação de órgãos

Famílias de pacientes que foram doadores em 2021 e em 2022 serão homenageadas no dia 27

O Setembro Verde tem um significado especial para as famílias de doadores de órgãos e para quem recebeu uma nova oportunidade de viver ou de ter qualidade de vida. Dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná mostram que em 2021 foram efetivadas 412 doações no Estado.

Para celebrar o gesto e incentivar a doação, a Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital São Vicente preparou uma programação de ações. No dia 27 (Dia Nacional da Doação de Órgãos), às 14h, no auditório do Centro Universitário Uni-Guairacá, a equipe da comissão vai homenagear as famílias de doadores de 2021 e 2022. A comissão é formada por funcionários do hospital de diferentes áreas, como enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.

Ao CORREIO, a enfermeira responsável pelo CIHDOTT, Jéssyca Braga, afirmou que o objetivo do Setembro Verde é conscientizar e fazer com que as pessoas conversem sobre o tema. “Independentemente do que elas decidam, nosso objetivo é que as pessoas saibam sobre o assunto e cada vez falem mais porque ainda é um tabu. Para pensar na doação de órgãos primeiro você tem que pensar na sua morte e isso é muito difícil”, comentou.

Este é o terceiro ano que as atividades são realizadas, incluindo ainda divulgações internas e externas sobre o tema, capacitações para as equipes, além da conversas em escolas e universidades.

DOADOR

De acordo com a enfermeira, o único modo de manifestar a vontade de ser doador é comunicando a família, que é quem decide no final. “Não existe documento que faça a pessoa doar os órgãos depois que morrer. É a família que decide sempre. Às vezes acontece do paciente ser doador se a família não ser a favor, acaba que não é feita a doação”, destaca, reiterando que também ocorre ao contrário, onde o paciente não havia manifestado o desejo de doar, mas a família opta por isso.

Podem ser doadores pacientes que foram diagnosticados com morte encefálica (ME), o que ocorre, segundo o Paraná Transplantes, normalmente em decorrência de traumas ou doenças neurológicas. Há ainda o doador vivo, onde a pessoa saudável pode ser doador, em vida, de um dos rins ou parte do fígado para um familiar próximo. No caso de doação para alguém que não é parente, é necessário autorização judicial.

NÚMEROS

Conforme Jéssyca, no ano passado, o Hospital São Vicente teve 31 protocolos com 86% de positividade, ou seja, de doadores. “Esse ano já tivemos 17 protocolos e desses 17 só duas foram negativas e quatro pacientes tiveram parada cardíaca antes de terminar o protocolo, então essas famílias não foram entrevistadas para doação de órgãos porque não deu tempo”, contou Jéssyca Braga.

No Paraná, de janeiro a maio, foram 198 doações efetivas de um total de 501 notificações. A maioria das negativas foram por contra indicação clínica (158) e por recusa familiar (77).

A enfermeira aponta que o Paraná é referência na doação de órgãos e que o CIHDOTT do São Vicente tem um dos melhores números. “É uma equipe que trabalha muito e que consegue bons resultados.

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