Guarapuava teve primavera chuvosa, com recorde de 935,4 mm

Nos últimos meses, os guarapuavanos e guarapuavanas sofreram com o excesso de chuvas pela cidade, que causou alagamentos e destelhamentos. Pudera, a “terra do lobo bravo” enfrentou uma primavera de aguaceiro, conforme os números divulgados pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

No total, o trimestre passado somou 935,4 mm, distribuídos deste modo: setembro (192,2 mm), outubro (559,0 mm) e novembro (184,2 mm). A chamada “estação das flores” termina somente nesta quinta-feira (21), mas já dá mostras de como foi um período marcado pelas águas em Guarapuava.

A média histórica de chuva foi superada em quase todo o estado. Os maiores volumes foram registrados na “metade” sul, superando os 600,0 mm de anomalia positiva em municípios do Sudoeste paranaense

Principalmente em outubro, seguindo uma média estadual. Nesse décimo mês do ano, 24 das 48 estações do Simepar analisadas registraram os maiores valores de toda a série histórica. O Sudoeste e o Centro-Sul Paranaense foram as regiões que receberam as maiores montas, com valores que superaram os 600 mm neste mês.

No caso da chamada Capital da Cevada e do Malte, os 559,0 superaram o que era esperado pelos especialistas (221,3 mm), afetando a população guarapuavana moradora de bairros como Industrial, Concórdia, Vila Carli, Vila Bela e o distrito de Entre Rios. Tanto é verdade que, à época, as equipes da Defesa Civil, secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social, Obras e Trânsito e Transportes, Surg (Companhia de Serviços de Urbanização de Guarapuava) e o Corpo de Bombeiros trabalharam numa força-tarefa para atender as casas atingidas pelas chuvas de outubro.

Só para se ter uma ideia, ao final desse mês o acumulado de chuvas que caiu em menos de 72 horas em Guarapuava foi de mais de 190 milímetros (mm), o que representava naquele momento aproximadamente 86% do que era esperado para o mês de outubro (221,3mm), segundo o Simepar. Aliás, essa “expectativa” foi muito além durante o mês, batendo em quase 560 mm.

Fonte: Simepar

REGIÕES
Foi na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), contudo, onde a precipitação excedeu em maior magnitude as médias históricas, com volumes 241,0, 252,0 e 265,0 % acima dos valores históricos em Curitiba, Morretes e Fazenda Rio Grande, respectivamente.

Em União da Vitória, um dos municípios mais castigados por inundações e alagamentos nesta primavera, choveu o suficiente para bater o recorde de 2008 para o mês em 34,0%, alcançando os 619,8 mm. Este valor foi superior à média histórica – de 224,1 mm – em 177,0%.

PARANÁ
O trimestre da primavera meteorológica – setembro, outubro e novembro de 2023 – foi marcado por grandes variações atmosféricas, com recordes de temperatura e chuva nas diversas regiões do Paraná. Os acumulados de chuva superaram os 900,0 mm em diversos municípios durante a estação, principalmente no Sudoeste e Centro-Sul. Em Palmas, por exemplo, choveu 1.246 mm neste período, uma média de 415 mm por mês.

TEMPERATURAS
Em relação às temperaturas, estas foram observadas acima da média em todo território paranaense, com destaque para as áreas central e norte que apresentaram valores, em média, 1,5° C de anomalia positiva.

A atuação de massas de ar excepcionalmente quentes sobre o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, bem como a atuação de bloqueios atmosféricos, foram os principais responsáveis pelas altas temperaturas e ondas de calor.

Setembro, o mês mais quente do trimestre, apresentou anomalias positivas em todas as regiões, com valores que chegaram a 3,5 e 4° C acima da média, nas áreas norte e central do Paraná, respectivamente. Curitiba registrou anomalia positiva de 2,7° C.

Recordes de temperatura para toda a série histórica também foram batidos em novembro. Em Fazenda Rio Grande e Santo Antônio da Platina, as maiores temperaturas da série histórica das estações meteorológicas daqueles municípios foram observadas em novembro. As maiores temperaturas de 2023 foram registradas em outras regiões.

No caso de Guarapuava, conforme consulta do CORREIO, setembro registrou 32,5º C e novembro, o recorde do ano até o momento: 34,2º C. Mas a temperatura histórica ainda é 35,3º C, marcada em outubro de 2020 pela estação meteorológica do Simepar.