Coruja-de-capela ferida é resgatada na região

Ave foi encaminhada para o Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS), clínica veterinária da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

Profissionais do Instituto Água e Terra (IAT) do Núcleo Regional de Pitanga, na região central do Paraná, resgataram na quarta-feira (21), em Mato Rico, uma coruja-de-capela ferida. A ave foi encontrada na área urbana do município, próximo ao Colégio Estadual Adélia Bianco Seguro, pelo estudante de medicina veterinária Luiz Eduardo da Luz, que prestou os primeiros atendimentos e, na sequência, acionou o IAT.

A ave foi encaminhada para o Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS), clínica veterinária da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), de Guarapuava. Após passar por exames, ficou constatado que a coruja havia sofrido luxação em uma das asas. O animal ficará internado até a plena recuperação para que possa ser devolvido ao seu habitat natural.

As corujas-de-capela também são conhecidas como suindara e coruja-das-torres e pertencem à espécie Tytofurcata. São aves de médio porte, com cores castanho-claro, manchas grandes nas costas (pretas ou castanhas) e na parte de trás da cabeça. O peito e toda parte inferior do corpo possui cor branca, podendo também apresentar-se em branco-acinzentado ou amarelado. A espécie se alimenta da caça de pequenas aves, invertebrados, roedores e pequenos lagartos e anfíbios.

RESGATES

Essa atenção e cuidado com a fauna paranaense é uma das principais atribuições do IAT. Em 2022, cerca de 6,9 mil animais silvestres foram resgatados, atendidos ou destinados adequadamente pelos escritórios regionais do instituto.

Neste ano outras duas corujas foram resgatadas. No dia 04 de maio uma ave da espécie Asio clamator, popularmente conhecida como coruja-orelhuda, foi encontrada ferida e bastante assustada após as fortes chuvas que caíram em Pitanga. No dia 09 do mesmo mês foi encontrada na mesma cidade uma ave da espécie  Asio stygius, popularmente conhecida como coruja-do-diabo ou mocho-diabo. Ambas foram resgatadas pelo Núcleo Regional do IAT de Pitanga e encaminhadas para o Cafs de Guarapuava. 

Já o Escritório Regional de Cianorte, no Noroeste, recebeu em 18 de maio um macaco-prego ferido, resgatado por moradores da cidade. O animal foi encaminhado para a Clínica Escola Veterinária da Universidade Paranaense (Unipar), em Umuarama, para a prestação de socorro médico veterinário. Após o exame de raio-x constatar uma fratura no fêmur, o macaco precisou passar por um procedimento cirúrgico. É esse cuidado que pode, no futuro, permitir a recuperação completa e possibilitar a volta do animal para a natureza.

COMO AJUDAR

Ao avistar animais machucados, ou vítimas de maus-tratos, tráfico ilegal ou cativeiro irregular, o cidadão deve entrar em contato com a Ouvidoria do Instituto Água e Terra , da Polícia Militar do Paraná.

Se preferir, a pessoa pode ligar para o Disque Denúncia 181. Informe de forma objetiva e precisa a localização e o que aconteceu com o animal. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem fazer o atendimento.

CAFS

A Unicentro informou ainda nesta última semana que o Centro de Apoio à Fauna Silvestre recebeu animais resgatados de um zoológico embargado em Dois Vizinhos. A operação foi coordenada pelo Instituto Água e Terra (IAT). 

O espaço contava com cerca de 350 animais e mais de 150 foram encaminhados para outros locais capacitados a receber animais selvagens espalhados pelo Brasil. Alguns animais permaneceram no zoológico e vão receber o atendimento de um veterinário que foi contratado em caráter emergencial.

No plantel do zoológico havia uma leoa bastante idosa, que estava em tratamento de câncer desde o começo do ano. Após avaliações e procedimento cirúrgico por outras equipes veterinárias, devido ao quadro crítico, optou-se pela eutanásia. Após uma triagem, aves, mamíferos e répteis foram transportados para o Cafs Unicentro, que se prontificou a recebê-los, oferecendo as condições adequadas para recuperação e cuidados.

“O Cafs da Unicentro se dispôs a receber uma pequena parte desses animais porque aqui é uma estrutura hospitalar e não é uma estrutura de manutenção”, conta o coordenador do Cafs Unicentro, professor Rodrigo Martins de Souza. 

“Foram encaminhados para cá sete aves – três corujas, um gavião e três papagaios. As corujas estão em avaliação, os papagaios estão enfermos e vão passar por tratamento. Também foi enviada uma cascavel, que tinha uma lesão em face, que já foi removida e agora está sendo tratada, também um filhote de furão para reabilitação e dois gatos mouriscos que também vieram para reabilitação”, detalha. De acordo com o coordenador do Cafs, depois de submetidos às avaliações veterinárias e aos tratamentos adequados, alguns dos animais poderão ser colocados em liberdade.

*Com edição

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