Polícia Civil faz busca e apreensão em gabinete de vereador de Guarapuava

Segundo a investigação, ele é suspeito de exigir parte do salário de uma funcionária indicada por ele; itens apreendidos serão analisados pela polícia

A Polícia Civil de Guarapuava, com apoio da equipe da Divisão de Combate a Corrupção de Curitiba, cumpriu três mandados de busca e apreensão contra um vereador de Guarapuava. As diligências ocorreram na manhã desta quarta-feira (18) no gabinete da Câmara de Vereadores e na casa do suspeito.

Em entrevista coletiva, o delegado Bruno Maciozek explicou que a ação policial deriva de uma investigação do crime de “rachadinha”. “Veio até a Polícia de Guarapuava notícias de que um vereador estaria exigindo parte do salário de uma funcionária. Nós fizemos alguns levantamentos para verificar se de fato isso estava acontecendo e foram angariados alguns documentos que dão fundamento ao pedido de busca e apreensão”, destacou.

Conforme a denúncia, o suspeito utilizava de outras pessoas para receber parte do valor da funcionária, que teria sido contratada por indicação dele. Por isso, segundo o delegado, também foram realizadas diligências em casas de possíveis pessoas que possam ter ligação com o suposto esquema. Além disso, há suspeitas de que a mulher não era a única a “rachar” o salário com o vereador. “Segundo relatado para nós, a exigência se deu desde o início que ela assumiu o cargo. Há comprovantes de que ela fez os pagamentos”, disse Bruno sobre a mulher que fez a denúncia.

O Dr. Bruno relatou que nas buscas foram encontradas cadernetas, anotações, computadores e outros dispositivos de mídias que possam ter alguma comprovação de como o esquema era feito, o valor recebido e se era realizado com outros servidores além da denunciante. “No gabinete foi feita uma busca especialmente para apreender os computadores que eram utilizados por eles para verificar se nestes dispositivos tinham alguma informação que confirmasse ou desmentisse isso. A investigação segue para os dois lados até que se confirme o que aconteceu”.

O vereador estava presente no momento da ação policial, mas segundo o delegado, ele não se manifestou no sentido de negar a denúncia, nem questionou nada sobre a busca. Agora, a polícia irá analisar os itens apreendidos para verificar se o vereador praticava a “rachadinha” e quem são os envolvidos.

INQUÉRITO
A investigação está apontando até o momento para dois crimes, o de concussão e lavagem de dinheiro, mas até que surjam novos desdobramentos, o vereador segue em liberdade.

Sobre a pessoa que dividiu os ganhos com o acusado, a Polícia Civil aponta que as consequências jurídicas serão definidas ao longo da investigação. “Nesse momento ela é tida como vítima, mas é óbvio que quando vierem os elementos, quando nós tivermos a ideia mais certa de que de fato aconteceu, isso pode mudar”, afirmou o delegado Bruno.

OUTRO LADO
O CORREIO fez contato com a assessoria do vereador suspeito. Mas em resposta à reportagem, a assessoria disse que não tinha informação sobre a situação e que, por enquanto, não gostaria de apresentar um posicionamento sobre a ação da Polícia Civil.

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