Polícia Civil fala sobre morte e prisões de suspeitos de participação no assalto em Guarapuava

As ações foram executadas pela Polícia Militar (PM) após levantamento de informações do setor de inteligência; uma força-tarefa formada por forças de segurança está atuando no caso

A Polícia Civil de Guarapuava concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (28) para relatar as ações das equipes de segurança realizadas na quarta-feira (27), quando um rapaz foi morto na Vila Bela e outros três homens foram presos durante diligências da Polícia Militar (PM).

As situações ocorreram durante as investigações do caso da tentativa de assalto à Protege e ataque ao 16º Batalhão de Polícia Militar (PM) no domingo de Páscoa (17 de abril). De acordo com o delegado chefe da 14ª Subdivisão Policial (SDP), Rubens Miranda, chegou ao conhecimento da Polícia Civil por meio dos policiais militares de que a diretoria de inteligência de Curitiba, que está atuando em Guarapuava desde a última segunda-feira, teria identificado possíveis quatro indivíduos que teriam participação na tentativa de roubo à empresa. “Em diligências para verificar essas informações, em três locais, foram três pessoas autuadas. Duas delas por tráfico de drogas e, em um dos locais, o indivíduo teria sido autuado por posse irregular de arma de fogo. Ele estaria com um revólver 38 e várias munições”, explica.

Sobre a ação que terminou com a morte de Robson da Luz Tavares (20 anos), conhecido como “Monstrinho”, o delegado relata o que foi repassado pelos policiais que estavam na operação. “Segundo os policiais, eles chegaram ao local, tentaram entrar e escutaram um barulho de arrasto do sofá, para fazer uma barricada para que os policiais não conseguissem entrar. Eles tentaram derrubar a porta, conseguiram fazer um campo visual onde foi constatado que havia um casal dentro daquele ambiente e um cachorro da raça pitbull. Em virtude da raça foi solicitado que a mulher prendesse esse animal e que o masculino levantasse as mãos. No entanto, segundo os policiais houve uma resistência por parte do Robson”, destaca.

Ainda conforme o Dr. Rubens, o indivíduo teria se direcionado para uma geladeira, momento em que a PM perdeu ele de vista no imóvel. “No momento seguinte, eles tentaram entrar novamente forçando a porta e visualizaram o Robson já de posse de um fuzil direcionando a um dos policiais, momento em que houve o disparo de vários tiros para salvaguardar a vida dos policiais”. Na entrevista, o delegado afirmou que não houve confronto.

O armamento foi retirado do local logo em seguida pela Polícia Militar por questões de segurança, mas de acordo com a Polícia Civil, ele estava com duas munições intactas. A mulher que estava na casa junto com Robson ainda será ouvida.

PRESOS
Em relação às outras diligências da PM, onde pessoas foram presas, o delegado Rubens Miranda declarou que alguns utilizaram tornozeleira eletrônica e ao ser questionado sobre a localização dos mesmos na noite do crime, afirmou que a participação não se restringe a estar no local do crime. “No caso aqui, a denúncia é que ele [um dos presos] faria parte do ‘hospital’, que é como eles chamam, não necessariamente teria que ter saído da casa. A atitude dele seria socorrer os demais integrantes em eventual ferimento”, conta. Outro dos detidos seria responsável por guardar as armas e munições e drogas para uma facção da cidade.

Segundo a PC, foram instaurados quatro inquéritos em paralelo ao principal, que é o da tentativa de assalto (Foto: Redação/Correio)

INVESTIGAÇÃO
Segundo a PC, foram instaurados quatro inquéritos em paralelo ao principal, que é o da tentativa de assalto. Se provada a vinculação com o ataque, essas provas serão compartilhadas com o do ataque.

Outro ponto importante da coletiva foi a da não participação da Polícia Civil nas ações desta quarta-feira (27). Para a imprensa, o delegado chefe confirmou que em um primeiro momento a PC não sabia que a PM faria essas operações, no entanto, destacou que há um trabalho conjunto entre as forças de segurança para localizar os criminosos. “Nesse caso em específico, a presidência do inquérito é feita pela Polícia Civil, pelo Dr. Alysson, e está sendo feita uma força tarefa com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, os institutos e até a PM, mas neste caso não havia a participação da Polícia Civil”.

Para o delegado Alysson Henrique de Souza, a investigação não é simples, principalmente pela organização da quadrilha que atuou em Guarapuava. “Muitas vezes nós não passamos informações porque pode atrapalhar, pode chamar atenção desses marginais. Nós temos uma força tarefa, a coleta de provas até o momento demonstra que não são sujeitos simples, então toda informação que é passada para polícia vai agregar esse inquérito policial. Completamente sigilosas essas informações, elas não podem ser repassadas. O que nós podemos garantir é que tem uma força tarefa, tem um trabalho de 24h desde o momento que ocorreu a ação em Guarapuava”, finaliza.

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