Forças de segurança trabalham com hipótese de que quadrilha seja do Paraná

Sem êxito em seu intento, os criminosos foram expulsos do perímetro urbano, sendo empurrados para a área rural. Durante o evento, a quadrilha abandonou seis veículos (alguns blindados), nove armas de fogo (calibre .50 e fuzis), colete, mochilas com material médico para socorro próprio, mantimentos, capacetes, dinamites

Pela primeira vez na história, Guarapuava foi alvo de uma ação criminosa de grandes dimensões, assustando moradores. Uma quadrilha fortemente armada e formada por cerca de 30 criminosos, a bordo de oito veículos, tentou assaltar uma empresa que transporta valores, na noite de domingo (17) para segunda-feira (18).

Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Romulo Marinho Soares, a hipótese inicial é de que a invasão foi orquestrada por um grupo de bandidos oriundos do próprio Paraná. “A gente vai tentar encontrar quem são essas pessoas”, disse, durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, na sede do 16º Batalhão de Polícia Militar (16º BPM).

Sem êxito em seu intento, os criminosos foram expulsos do perímetro urbano, sendo empurrados para a área rural. Durante o evento, a quadrilha abandonou seis veículos (alguns blindados), nove armas de fogo (.50 e fuzis), coletes, mochilas com material médico para socorro próprio, mantimentos, capacetes, dinamites.

Desde hoje, são pelo menos 200 policiais deslocados ao terceiro planalto paranaense em perseguição aos bandidos, com uso de três helicópteros para sobrevoar a região.

Paralelamente, o Instituto de Criminalística do Paraná colhe as evidências deixadas nas cenas do crime, como é o caso da sede da empresa atacada e a sede do 16º Batalhão de Polícia Militar. Neste local, caminhões em chamas foram utilizados para tentar impedir a saída de policiais e viaturas, além de disparos de tiros.

TIPOS
Segundo o comandante geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, existem dois tipos de crime numa situação como essa. Um é o chamado “novo cangaço”, quando os criminosos dominam uma cidade, explodindo agências bancárias e utilizando pessoas como escudo humano.

“E o outro é o que aconteceu ontem [domingo] aqui, na região. Que é a mesma coisa que Criciúma (SC) e Araçatuba (SP). De lá pra cá, a nossa inteligência tem conversado com São Paulo e Santa Catarina. E, na sinergia de esforços, tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil, quanto da Polícia Rodoviária Federal, que está nos apoiando desde o início da madrugada, havia o indicativo sim que o nosso Estado poderia ser alvo desse tipo de crime”, explica Teixeira, destacando que o setor de inteligência estava preparado.

Ele ainda relata que a quadrilha que agiu em Guarapuava não conseguiu acessar a empresa atacada, diante do cerco policial. Mas o confronto se deu mesmo no perímetro rural da região, preservando os guarapuavanos. Alguns bandidos estão feridos.

Coletiva de imprensa em Guarapuava (Foto: Redação/Correio)

FAKE NEWS
O secretário de Segurança ressalta que circularam muitas notícias falsas, as chamadas fake news, dando conta de invasões à penitenciária e à casa do prefeito de Guarapuava, uso de blindados do exército, dezenas de mortes, entrada na empresa de segurança com reféns, capturas de líderes de facções, subtração de armas etc. Tudo não passou de boataria.

“A gente tem de tentar evitar as fake news”, citando relatos nas redes sociais sem procedência.

BR 277
Presente à entrevista coletiva, o chefe da delegacia da Polícia Rodoviária Federal em Guarapuava, Jorge Lúcio dos Santos Coelho, informou que, desde as cinco da manhã de segunda-feira, a BR 277 está com fluxo normal. “Os usuários podem ficar tranquilos e circular dentro da normalidade”.

Vale lembrar que um trecho dessa estrada foi bloqueado durante a ação dos bandidos.

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