Sergio Moro participou de reunião com o prefeito de Guarapuava nesta quarta-feira (13)
Na terça-feira (12), o ex-juiz da Operação Lava Jato anunciou sua pré-candidatura ao Senado Federal. Ele é natural de Maringá, na região Noroeste do Estado. “Estou radiante de poder concorrer pelo Paraná. Isso é o que importa. Aqui é que eu nasci, eu cresci e constitui família”
O ex-juiz Sergio Moro cumpriu agenda em Guarapuava nesta quarta-feira (13). Pela manhã, ele se reuniu com o prefeito Celso Góes no Paço Municipal. À tarde, agenda programada na sede da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig), participando do Encontro de Diretores e Executivos da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Centro-Oeste do Paraná.
“Temos ido para várias cidades do Paraná. Estamos apenas iniciando a jornada. E Guarapuava, pela importância dela não só pela região, mas também para todo o Estado do Paraná, não poderia ficar de fora”, explicou Moro, em entrevista exclusiva ao CORREIO, acrescentando que queria ouvir as percepções do prefeito guarapuavano referentes ao cenário socioeconômico.
Segundo ele, Góes relatou que hoje uma das principais demandas do município é na área da saúde, principalmente em relação às consultas e procedimentos que ficaram represados por conta da pandemia. “E a necessidade de ter uma estrutura de atendimento melhor para a saúde da região”, afirmou Moro.
PRÉ-CANDIDATURA
Na terça-feira (12), o ex-juiz da Operação Lava Jato anunciou sua pré-candidatura ao Senado Federal. Ele é natural de Maringá, na região Noroeste do Estado.
“Estou radiante de poder concorrer pelo Paraná. Isso é o que importa. Aqui é que eu nasci, eu cresci e constitui família”, acrescentando que, na função de juiz, escreveu uma página na história do Brasil e que isso só foi possível com apoio do povo paranaense.
“O Paraná é um estado que tem potencial enorme, tem toda uma vitalidade. Mas ele não tem a importância política que, a meu ver, o tamanho econômico dele e da riqueza espiritual da população demandaria”, destacou.
A princípio, cogitou-se que Moro tentaria a eleição para presidente da República, filiando-se ao Podemos. Mas a pré-candidatura presidencial não se confirmou, em meio à mudança para o partido União Brasil. Segundo ele, o motivo foi a falta de estrutura partidária do Podemos.
Depois, o ex-juiz tentou a transferência de domicílio eleitoral para São Paulo, a pedido do União Brasil. “Porque é o maior colégio eleitoral do país”. Porém, quando isso também não se confirmou, Moro argumenta que viu a oportunidade de concorrer pelo Paraná, que sempre foi seu desejo inicial.
SENADO
“A gente vai precisar nos próximos anos de um Congresso forte e de vozes independentes no Senado. E eu já provei pelo meu passado, tanto como juiz como ministro da Justiça, quando a agente conseguiu implementar políticas públicas importantes no combate à criminalidade em geral, que eu posso ser essa voz independente”, avalia Moro, citando, por exemplo, que os senadores não podem apenas “carimbar” as escolhas do presidente da República para o Supremo Tribunal Federal.
Sobre a possibilidade de concorrer pela vaga ao Senado em 2022 contra Álvaro Dias (Podemos), Moro não vê problemas, pois diz que tem uma boa relação com o atual senador paranaense. “Se acontecer [a disputa], será em alto nível em cima de propostas, em cima de construções”, afirma o ex-ministro.
Aliás, o maringaense diz que é ainda cedo para avaliar como será a eleição a senador, que na visão de articulistas políticos promete ser mais acirrada que o Governo do Estado.
Moro afirma que tem circulado e sentido a receptividade. “Acho que o mais importante é conversar e ter essa conexão com as pessoas”, destacando que a percepção em geral é de que Brasília está numa redoma de vidro e de que as pessoas que estão lá não conhecem os problemas reais do país. “Isso a gente quer quebrar”.
NACIONAL
Na avaliação de Sergio Moro, as eleições em nível nacional tendem a acentuar a polarização vista nos últimos anos.
“Isso é ruim para o país. As pessoas até podem gostar de um ou de outro dos extremos, mas o fato é que não pacifica o país. Vai aprofundar as divisões e não acho que um dos presidentes eleitos for um desses representantes dos extremos que o país vai se acalmar, vai se pacificar”.
PARANÁ
Em relação à disputa ao governo do Paraná, Moro explica que a composição de chapa com o atual governador Ratinho Jr. ainda será decidida pelo partido. Independentemente disso, o pré-candidato ao Senado afirma que tem uma relação cordial com o chefe do Executivo do Estado.
Assim como tem boa relação com o ex-prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, que é pré-candidato a governador. Na verdade, segundo o ex-juiz, a maior preocupação no momento é com o projeto ao Senado, e também o projeto do partido em relação às bancadas de deputado federal e deputado estadual.
“O que eu posso assegurar com 115% de certeza é que não estaremos com o PT”.