Movimento 20+ quer levar nomes comprometidos com pautas anticorrupção para a Alep

Inspirado no Movimento 200+ que pretende eleger deputados federais e senadores comprometidos com a pauta anticorrupção, surge no Paraná o 20+, voltado para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Para participar do 200+, o candidato precisa se comprometer a atuar em três eixos: pela redução ou extinção do fundo eleitoral, o combate à corrupção com o fim do foro privilegiado e a preparação política, onde deverá ter 100h de curso de preparação política ao fazer a adesão ao movimento. Após eleito, ele deve realizar a cada dois anos a mesma carga horária.

O engenheiro guarapuavano Fabio Oliveira, que mora em Curitiba, mas sempre está em terras guarapuavanas onde reside a família, contou ao CORREIO que apesar de ser inspirado no movimento de nível nacional, o 20+ tem suas pautas desenhadas com base nas necessidades do paranaense. “Surgiu pensando no Paraná, na renovação da Assembleia Legislativa do Paraná. Nós pensamos em algo que se faz necessário dentro da Assembleia Legislativa. Então o 20+ tem três premissas também”, explica Fabio.

De acordo com ele, a primeira é a preparação política, que segue as mesmas regras do 200+. Já a segunda é o comprometimento com a transparência. “Hoje, se você entrar no site da transparência da Assembleia Legislativa, para você conseguir saber quanto um deputado estadual gastou naquele mês, você praticamente monta um quebra-cabeça. Então, a transparência fiscal, os deputados estaduais se comprometendo a deixar aberto o que eles gastam por mês com dinheiro público”, aponta.

A primeira forma dessa transparência acontecer precisa ser através de uma ação do próprio candidato. “Ele, do gabinete dele, vai ter que tornar pública essas informações, através das mídias sociais, site do próprio deputado. E um ponto dentro desta questão da transparência é o apoio e a intenção do deputado estadual em que a Assembleia desenvolva uma ferramenta única e online, onde todas as informações estejam acessíveis aos cidadãos”. A transparência de agenda também será cobrada dos políticos que vierem a ingressar no 20+. “O terceiro eixo do movimento é a real fiscalização do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Fabio Oliveira ressalta que o projeto é apartidário e que qualquer candidato pode participar desde que se comprometa a seguir as pautas. “Qualquer candidato a deputado estadual, de qualquer partido, ele pode participar deste projeto. Ele é desprovido de ideologia, nós não estamos falando de aborto, de armas, de ideologia de gênero, nós estamos falando de situações que são unânimes e que todo cidadão gostaria de ter acesso a informação, de ver o deputado fiscalizando e preparado para desempenhar sua função como deputado”.

COMO FUNCIONA
Assim como o 200+ (www.200mais.com), o projeto estadual também terá um site para que os eleitores assinem um abaixo-assinado dizendo que ele quer que os candidatos sigam as três propostas do movimento. “Nós vamos lançar no início de julho e a empresa que está fazendo o site é guarapuavana”.

Nos dois movimentos, os pré-candidatos podem se inscrever, se disponibilizando a participar. “Só que isso não é automático. São os movimentos sociais que são os fiscais deste site que vão avaliar se aquele candidato realmente está apto”, diz, mostrando que há um filtro na seleção.

Fabio explica que, ao analisar os nomes, os fiscais vão buscar se o candidato em algum momento se mostrou contrário a uma das pautas dos movimentos. “Lembrando que tanto o 200+, quanto o 20+ vai ser uma ferramenta de pesquisa do eleitor”, frisa o engenheiro.

IMPORTÂNCIA
Para Fabio, há uma dificuldade de se encontrar lugares onde é possível ter uma avaliação sobre os candidatos, já que quase sempre, o que se tem é uma descrição da pessoa com informações que não mostram as intenções do candidato. “O que importa é se aquele candidato vai me representar”.