Mesa Executiva da Alep exalta humildade e atuação de Recalcatti em defesa da segurança

Em homenagem, familiares e integrantes do gabinete do deputado, que morreu na sexta-feira (9), participaram da sessão, cercada de emoção, por meio das falas de diversos deputados

“Um minuto de silêncio em respeito à morte do deputado Delegado Recalcatti”, pediu o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSDB), no início da sessão plenária desta segunda-feira (12) como forma de prestar homenagens ao colega de parlamento, que morreu na noite de sexta-feira (9), vítima de um infarto fulminante. Traiano relembrou um pouco da trajetória do deputado, que exercia o segundo mandato e que cresceu em Francisco Beltrão, no Sudoeste, mesma região que ele representa. “Ele era um colega de trabalho muito dedicado e carinhoso com todos.

A convivência com os demais deputados e com os servidores era harmônica. Delegado Recalcatti trabalhou até quinta-feira (8) conduzindo uma audiência pública em homenagem aos Consegs, onde sua fala ficou registrada mais uma vez naquilo que ele insistentemente fazia, que era a defesa da segurança pública e dos policiais”, destacou Traiano. 

Em seguida, foram exibidos dois vídeos. O primeiro com uma reportagem de TV sobre o desfecho de um dos sequestros mais violentos do Paraná, no qual Recalcatti atuou, no tempo que atuava na Polícia Civil. Foi em Cambira, no ano de 1991, quando dezenas de trabalhadores rurais, mulheres e crianças foram feitos reféns dentro de um ônibus em uma estrada rural. Após uma perseguição, houve troca de tiros com a polícia. Dois sequestradores e um refém morreram e o chefe do bando acabou preso. Uma cena de terror, que mais tarde virou livro escrito por Recalcatti, como forma de homenagear os policiais.

Um segundo vídeo, produzido pela equipe da Diretoria de Comunicação da Assembleia, mostrou cenas da vida parlamentar do delegado/deputado. Atuação, que, segundo o primeiro secretário, deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), foi impecável. Ele afirmou estar consternado com a morte do colega. “Tive o privilégio de poder ter mantido ao longo do tempo uma relação fraterna, respeitosa e sempre o admirei. Aqui na Assembleia, ele tinha posicionamentos muitos firmes. Ele foi a primeira voz que se levantou publicamente a favor do nosso pleito pela menor tarifa do pedágio, bandeira assumida por toda a Casa posteriormente”, ressaltou e complementou: “Vai-se o homem, fica o exemplo. Um parlamentar muito atuante, que exerceu com dignidade o mandato e um grande exemplo para todos nós”. 

Presentes no plenário, o chefe de Gabinete, Vinicius Borges, a nora Regiane dos Anjos Borges e o filho Felipe se emocionaram. “Queria agradecer a todos pelas homenagens e dizer que eu fui o maior presenteado de tê-lo como pai. Uma pessoa que deixou apenas coisas boas para nós que convivemos com ele. É um orgulho estar aqui recebendo essa homenagem. Prometo que vou honrar o legado deixado por ele com todas as minhas forças”, declarou Felipe, da Tribuna.

O deputado Jacovós (PL) lamentou a perda e lastimou a ausência de Recalcatti na Casa a partir de agora. Ele classificou o parlamentar como “um grande líder da bancada da Segurança Pública. Um verdadeiro timoneiro, o nosso xerife”.

Ele lembrou que o dia a dia na área da segurança transforma os profissionais em pessoas duras, sisudas, os chamados popularmente de “casca grossas”. Mas ressaltou que, no caso do delegado Recalcatti, por trás disso, havia um homem afetuoso, de bom coração. “Recalcatti só era exigente com seus funcionários de gabinete em relação ao cumprimento de horários e que todos estivessem a par do que acontecia no local. E ele fazia questão de tratar a todos que o procuravam com gentileza e humildade”, enfatizou, bastante comovido.

COLEGAS PRESTAM HOMENAGENS

Em clima de comoção, diversos deputados se manifestaram para homenagear o amigo e colega de parlamento no decorrer da sessão plenária.

O segundo secretário da Assembleia, deputado Gilson de Souza (PSC) também falou do jeito sisudo de Recalcatti que escondia a verdadeira face do deputado. “Aqueles que realmente o conheciam apenas pelas reportagens ou de vista não tiveram a oportunidade de conhecer o verdadeiro Delegado Recalcatti. Uma pessoa generosa, uma pessoa que amava a sua família e vimos seu sofrimento quando da perda da esposa e a forma como se referia a sua família. Uma pessoa com grande coração e que vai deixar muita saudade e fará falta para nossa sociedade que precisa de pessoas assim”.

Entre os   que representam a área da segurança pública na Assembleia, Subtenente Everton (PSL) disse, emocionado, que o dia estava muito difícil. “O jeito sisudo dele era sempre transformado com um sorriso. Era um grande amigo. Para mim e para a Assembleia, ele vai deixar um grande vazio”.

Mauro Moraes, que também é líder do PSD na Assembleia, relatou um pouco da história de Recalcatti, destacando sua lisura e honestidade. “Nunca ouvi nenhuma palavra de queixa contra o meu amigo. Ao contrário, ouvi muitos elogios à pessoa dele. As palavras que uso para definí-lo são: fé, honra e ideal”.

O líder do Governo, deputado Hussein Bakri (PSD), fez ecoar o mesmo toque de chamadas do telefone do deputado Recalcatti: o do Hino Nacional, que ele considerou que fez do seu mandato uma missão. “Essa será uma sessão que ficará guardada para sempre na nossa memória, porque é toda dedicada ao nosso companheiro, que nunca deixou de atender aos seus eleitores. Era muito dedicado à função e que vai fazer muita falta aqui”.

“Quero deixar aqui uma saudação especial à família do deputado Recalcatti. Ele era um grande companheiro”, destacou Arilson Chiorato (PT).  Homero Marchese (PROS), destacou a atuação em defesa da polícia.  “Era um deputado que sempre pedia nosso apoio quando o assunto eram projetos voltados para a área policial”.

Evandro Araújo (PSC) exaltou a atuação, o cuidado e a gentileza do deputado.  “Ele era sempre muito elogioso de nosso trabalho. E sempre que tínhamos um projeto com uma causa nobre, ele sempre apoiava. Quero honrar a memória deste grande amigo neste momento”.

Michele Caputo (PSDB) leu um poema de Santo Agostinho sobre o significado da morte para homenagear o ex-colega de plenário. “Acho que essa oração nos traz o conforto de lembrar o legado de Recalcatti, com todo o bom humor que tinha e o compromisso com o mandato”.

Para Nelson Justus (DEM), Recalcatti “era um homem tão doce, que não combinava em nada com aquela primeira impressão de uma pessoa sisuda, imposta pela profissão. Sempre atuante, bem-humorado, descontraído. E todas as vezes que precisei dele, fui prontamente atendido”.

Douglas Fabrício (CDN) homenageou o deputado em nome dos deputados do partido. “Uma pessoa muito respeitosa, educada e comprometida com a pasta da segurança e também da cultura, onde contribuiu bastante como presidente da Comissão de Cultura”. “Um grande cidadão, um grande paranaense, que fez um mandato voltado para a segurança pública. A maior homenagem que podemos prestar a ele é continuar lutando em defesa das pautas que ele defendia”, afirmou o deputado Professor Lemos (PT), líder da Oposição.

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