Valor da Produção Agropecuária é de R$ 578,2 bilhões

As lavouras geraram R$ 391,8 bilhões e, a pecuária, R$ 186,3 bilhões. Centro-Oeste segue na liderança

A estimativa do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2018, com base nas informações de outubro é de R$ 578,2 bilhões, 2,3% abaixo de 2017, que foi de R$ 591,7 bilhões. Neste ano, as lavouras geraram R$ 391,8 bilhões e, a pecuária, R$ 186,3 bilhões. Em relação ao ano passado, as lavouras apresentaram redução real de 1,2% e a pecuária, de 4,5%.

O VBP deste ano é o menor dos últimos quatro anos. A redução do valor de produtos relevantes como arroz, cana-de-açúcar, feijão, laranja, mandioca e milho foi o principal fator que afetou o resultado, explica José Garcia Gasques, coordenador-geral de Estudos Econômicos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Na relação de produtos pesquisados, os maiores destaques, considerando preço e produção, ocorreram com o algodão, 47,6% em relação a 2017, cacau (35,8%), café (8,3%), mamona (107,6%), soja (12,4%), tomate (5,4%), trigo (78%). Esses produtos representam 57% do valor das lavouras.

Outros produtos têm-se beneficiado de preços agrícolas maiores em relação ao ano de 2017. Entre estes, pode-se destacar algodão com aumento médio real de 15,0%, cacau, 15,1%, milho, 11,3%, cebola, 23,5%, soja, 9,8%, tomate, 7,7%, trigo, 29,9% e maçã, 5,9%.

Há uma relação de produtos que têm apresentado redução do VBP. É o caso do amendoim, do arroz, banana, batata inglesa, cana-de-açúcar, feijão, laranja, mandioca, milho e uva. Esses produtos conjuntamente têm peso elevado na agropecuária e, por isso, seus resultados afetaram o desempenho neste ano.

Já os resultados da pecuária são negativos em relação ao ano passado, com destaque principalmente para suínos e ovos, lembrou o coordenador.

Os dados regionais mostram a continuidade do Centro Oeste na liderança com VBP de R$ 167,2 bilhões, Sudeste, R$ 142,9, Sul, 137,2 bilhões, Nordeste, R$ 51,3 bilhões, Norte, R$ 30,2 bilhões.

2019

Os prognósticos para a próxima safra ainda estão divergentes devido à fase muito preliminar das informações disponíveis. O IBGE aponta estimativa de 226,7 milhões de toneladas de grãos, e a Conab, apresenta intervalo entre 233,7 milhões e 238,2 milhões de toneladas. Também em forma muito preliminar, o VBP de 2019 está estimado em R$ 584,7 bilhões, pouco acima do estimado para este ano.Apesar do bom desempenho do setor de serviços e do aquecimento do comércio próximo do fim do ano, a criação de empregos com carteira assinada desacelerou em outubro. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, 57.733 postos formais de trabalho foram criados no último mês, número 24,6% inferior às 76.599 vagas abertas no mesmo mês do ano passado.

O indicador mede a diferença entre contratações e demissões.

Mesmo com a desaceleração, a criação de empregos é a segunda melhor registrada desde outubro de 2013, quando as admissões tinham superado as dispensas em 94.893. Em outubro de 2014, 2015 e 2016, o saldo tinha ficado negativo, com as empresas demitindo mais do que contratando.

A criação de empregos totaliza 790.579 de janeiro a outubro, alta de 2,09% em relação ao mesmo período de 2017. Nos últimos 12 meses, o país contratou 444.483 trabalhadores com carteira assinada a mais do que demitiu, alta de 1,16%.

Na divisão por ramos de atividade, seis dos oito setores econômicos criaram empregos formais em outubro. O campeão foi o setor de comércio, com a abertura de 34.133 postos, seguido pelo de serviços (28.759 postos) e pela indústria de transformação (7.048 postos). A construção civil abriu 560 vagas, seguida pela indústria extrativa mineral (377 vagas) e pelos serviços industriais de utilidade pública, categoria que inclui energia e saneamento, com 268 vagas.

O nível de emprego caiu apenas no setor da agropecuária, que demitiu 13.059 trabalhadores a mais do que contratou no mês passado, e na administração pública (-353 postos). Tradicionalmente, outubro registra contratações pelo comércio, por causa do fim de ano. Em contrapartida, o mês registra demissões no campo, por causa da entressafra de diversos produtos.

No comércio, o setor varejista abriu 28.984 postos formais de trabalho. O setor atacadista criou 5.149 vagas. Nos serviços, os grandes destaques foram o comércio e a administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico, que abriu 9.946 postos, e os serviços médicos, odontológicos e veterinários, com 7.046 vagas. A indústria foi impulsionada pelos produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, com 3.223 postos.

REGIÕES

Quatro regiões brasileiras criaram empregos com carteira assinada em outubro. O Sul liderou a abertura de vagas, com 25.999 postos, seguido pelo Sudeste (15.988 vagas). Foram abertos 13.426 no Nordeste e 2.379 no Norte. Por causa do peso da agropecuária na economia da região, apenas o Centro-Oeste demitiu mais do que contratou, com o fechamento de 59 vagas.

Na divisão por estados, as maiores variações positivas no saldo de emprego ocorreram em São Paulo (13.088 postos), Santa Catarina (9.743), no Rio Grande do Sul (9.319) e Paraná (6.937). Quatro estados demitiram mais do que contrataram: Goiás (-3.565 vagas), Pernambuco (-1.330), Rio de Janeiro (-847) e Rondônia (-374).