Teatro democratizado: Feteco inicia com espetáculo de rua em Guarapuava
Mesmo com a chuva, o público que passou pela rua XV de Novembro na manhã desta terça-feira (5) pode acompanhar a apresentação ‘Vikings e o Reino Saqueado’, da Cia. Os Palhaços de Rua; peça abriu 22ª edição do festival
Do palco para as ruas: saindo do modelo tradicional de teatro, o espetáculo Vikings e o Reino Saqueado levou para a rua XV de Novembro, na manhã desta terça-feira (5), a arte da palhaçaria.
A apresentação deu início ao Festival de Teatro da Unicentro (Feteco), que neste ano chega à sua 22ª edição.
No enredo, a dupla constantemente tenta reconquistar seu reino, tomado por duques. Utilizando textos como o do sociólogo brasileiro Jessé Souza e do mitologista Joseph Campbell, os artistas relacionam a cultura nórdica com a realidade política e social do Brasil nos últimos cinco anos.
Durante 40 minutos de espetáculo, Batata Doce e Turino, interpretados por Adriano Gouvella e Lucas Turino, dividiram espaço com o público que passou pelo local para prestigiar a apresentação.
A gente traz essa ideia para as ruas, para que as pessoas que estão passando, que não iriam ao teatro assistir, possam ter acesso a essa leitura e, principalmente, refletir sobre o seu dia a dia, sua condição de vida, o meio em que está inserido e tudo mais, declarou Turino.
PÚBLICO ATENTO
Mesmo com a chuva que despencou durante a manhã, os olhos do público seguiram atentos. Eduarda Roth (18 anos) é acadêmica de Arte na Unicentro, e ressaltou que, no seu ponto de vista, o espetáculo foi revolucionário.
Traz um pensamento muito legal sobre o trabalho, sobre o governo e sobre o momento crítico que a gente vive. Eu adorei, porque trouxe essa criticidade também para rua, disse.
A também acadêmica Bruna Cebulsky (18 anos) notou que, mesmo com a comédia, a dupla fez uso da arte para expressar críticas e problemas comuns que atingem a população.
Eles realmente escancaram tudo que está acontecendo. Você trazer a cultura para rua e mostrar tudo que está acontecendo em um momento como esse é revolucionário e forte, comentou a jovem.
DEMOCRATIZAÇÃO
Para os atores, o processo de democratizar o teatro e aproximar o público do espetáculo é muito importante.
Trazer esse conhecimento teórico-científico, essa reflexão junto com os espetáculos de circo e teatro é um modo de fazer com que as pessoas parem, se encantem e ao mesmo tempo reflitam um pouco sobre a condição do Brasil, sobre sua condição de vida no mundo, declara Adriano.
Compondo a organização do Feteco, Elizabete Lustoza, chefe da Divisão de Assuntos Culturais da Unicentro, promete que muitos encantos ainda estão para acontecer nas apresentações deste Feteco.
SERVIÇO
O festival segue até o dia 8 de novembro. Nesta quarta-feira (6), o Teatro Municipal de Guarapuava recebe a estreia gratuita da peça Revolução das Mulheres, do grupo Felchak Produções. A apresentação tem início às 20h, e a classificação indicativa é de 14 anos.