Safra de soja deve sofrer quebra de 16,4% no Paraná, aponta Deral

As lavouras plantadas mais precocemente foram atingidas por um período de falta de chuvas e de calor excessivo entre os meses de novembro e dezembro, explicou o economista do Deral, Marcelo Garrido

A colheita da soja está em andamento no Paraná e aponta para um volume de 16,3 milhões de toneladas, com redução de 16,4% em relação à estimativa inicial do Departamento de Economia Rural (Deral) – de 19,5 milhões de toneladas. A safra foi prejudicada principalmente para os produtores que anteciparam o plantio nas regiões Oeste e Sudoeste.

As lavouras plantadas mais precocemente foram atingidas por um período de falta de chuvas e de calor excessivo entre os meses de novembro e dezembro, explicou o economista do Deral, Marcelo Garrido. Foi uma perda considerável, já que a soja é a principal cultura plantada nesse período do ano no Estado, disse o economista. Segundo ele, considerando o preço da soja praticado pelo mercado, de R$ 70 a saca, em média, pago aos produtores, é possível calcular um prejuízo de R$ 3,7 bilhões com a perda de 3,2 milhões de toneladas de grãos.

As perdas se estenderam também para as regiões Norte, Noroeste e Norte Pioneiro por causa da incidência de períodos com temperaturas muito elevadas no mês de janeiro. Ocorreram chuvas, mas não foram suficientes para a recuperação de lavouras.

Por outro lado, a maior parte da lavoura plantada mais tarde se desenvolveu bem. O excesso de calor acelerou o ciclo das plantas e a colheita está bem adiantada em relação ao ano passado. Atualmente 42% da área plantada, de 5,4 milhões de hectares, foi colhida. Enquanto no ano passado, nessa mesma época, 9% da área havia sido colhida.

ESTABILIDADE

A tendência é de estabilidade nas perdas porque as últimas áreas a serem colhidas concentram-se na região Sul, com menos impacto das influências do clima. Segundo o Deral, a região que mais sofreu prejuízos com o clima do verão foi o Noroeste que teve redução de 34% na safra em relação ao potencial da planta. Depois a região Oeste, teve redução de 27% em relação à estimativa inicial, o que dá uma média de 16,4% para o Estado.

Garrido informa que o preço da soja é considerado satisfatório pelos produtores e representa um aumento de 8% em relação aos preços praticados no mesmo período do ano passado, que eram em torno de R$ 65 a saca. A tendência era de queda no preço porque a produção foi grande no mercado externo, com um volume global de aproximadamente 360 milhões de toneladas. Porem, fatores econômicos como relação China e Estados Unidos e o dólar num patamar ainda considerado elevado estão mantendo o valor da cotação atual da soja.