‘Produção aumentou graças à adaptação genética’, afirma pesquisador da Fapa
Ao CORREIO, durante a 16ª edição do WinterShow, Noemir Antoniazzi apontou que a cultura já está consolidada na região de Guarapuava, com produtores que possuem o ‘know-how’ necessário para manter a qualidade do cereal
A cevada começou a ser cultivada nas áreas da Cooperativa Agrária, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, em meados da década de 1970. De modo geral, a identidade dos imigrantes europeus, que já conheciam a cultura, foi um dos motivos para o início da produção na região.
Passadas quatro décadas, é possível afirmar que o cereal já tem seu cultivo consolidado na famosa terra do lobo bravo; não à toa, a cidade recebeu há pouco tempo o título de Capital Paranaense da Cevada e do Malte.
Esse breve histórico foi relatado à reportagem pelo pesquisador Noemir Antoniazzi, que atua na Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa). Para ele, a adaptação da cultura à região ocorreu, sobretudo, pela questão genética e pelo manejo no campo.
Temos produtores que têm todo o ‘know-how’ da cultura, que produzem cevada de qualidade, porque o destino é a maltaria, diz, pontuando que a rentabilidade é resultado da produtividade e da qualidade.
Reconhecendo o bom momento do cereal, a agricultora Claudete Buhali (50 anos), que tem terras em Entre Rios, está retomando o plantio de cevada após quatro anos. A gente viu pelo agrônomo que a expectativa é boa, acrescentando que sua plantação tem 22 hectares.
IMPERATRIZ
Para os vários produtores do cereal na região de Guarapuava, um dos momentos mais importantes da 16ª edição do WinterShow foi o lançamento da cultivar Imperatriz.
De acordo com Antoniazzi, essa variedade foi resultado de um trabalho de dez anos de um programa de melhoramento iniciado na fundação. Em linhas gerais, foi alcançada uma resistência maior às doenças, garantindo uma queda no custo da produção.
Vem com um apelo especial melhorando a sanidade. Isso implica em uma menor aplicação de fungicidas, e com certeza numa produção mais sustentável, por ser mais tolerante às doenças, afirma o pesquisador.
Já o presidente da Cooperativa Agrária, Jorge Karl, afirma que a cultivar é promissora e atende o desempenho de produtividade necessário.
Mas, as tecnologias que são apresentadas aqui não são apenas uma nova cultivar, mas o todo, a tecnologia gerada, ressaltando o trabalho desenvolvido pelas empresas do ramo. A agricultura digital é uma grande novidade, completa.
DIFUSÃO
As atividades do WinterShow ocorreram entre 15 e 17 de outubro, na sede da Fapa, em Entre Rios. Segundo Jorge Karl, um dos intuitos foi apresentar o que vem sendo gerado em termos de inovação na fundação, que atende cooperados da Agrária e posteriormente acaba difundindo esse conhecimento em toda a região Sul do Brasil.
É uma tecnologia que muda ano a ano, e os desafios são sempre diferentes. Logicamente a questão econômica tem um peso grande, porque é preciso viabilizar a rentabilidade dessas culturas, finalizou o presidente.