Ministros da Cultura discutem economia criativa e audiovisual

A reunião que acontece em Curitiba busca aproximar os países para criação de mecanismos de cooperação nestas áreas. Participam representantes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

A integração de ações nas áreas de economia criativa e audiovisual estão entre os temas discutidos na quarta Reunião dos Ministros da Cultura do BRICS, que acontece nesta sexta-feira (11), em Curitiba. O secretário de Estado da Comunicação Social e Cultura, Hudson José, participou da abertura do encontro, no Museu Oscar Niemeyer.

O secretário afirmou que o Paraná tem interesse em investir na economia criativa para fomentar novos projetos e atividades culturais. O Governo do Estado está trabalhando, para 2020, em uma série de ações que vai movimentar a economia criativa, que visa profissionalizar e estruturar as ações e promoções artísticas, disse ele.

O secretário salientou que o evento consolida o Paraná como um polo importante de difusão cultural do Brasil. O encontro reúne o ministro da Cidadania, Osmar Terra; o diretor do Departamento de Museus e Relações Exteriores da Federação Russa, Vladislav Kononov; o ministro da Cultura da Índia, Prahlad Singh Patel; o vice-ministro da Cultura e Turismo da República Popular da China, Zhang Xu; e a vice-ministra de Esporte, Artes e Cultura da África do Sul, Nocawe Mafu.

Este ano, o Brasil está na presidência rotativa do bloco e tem a responsabilidade de conduzir reuniões e organizar eventos oficiais. O encontro acontece no Paraná por causa da 14ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba, que segue até março do ano que vem e conta com a participação de artistas dos países do bloco.

POTENCIAL

No encontro foi destacado que os cinco países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – têm potencial mercadológico e abrem uma gama de oportunidades para que setores da indústria criativa e do audiovisual encontrem novas parcerias e mercados para suas produções.

O ministro Osmar Terra ressaltou que a possibilidade de crescimento da economia criativa é grande e pode atingir uma participação maior no Produto Interno Bruto (PIB) desses países. É uma área que vai muito além da cultura, ela movimenta a moda, artesanato e até o turismo. Os empregos que vão existir daqui a dez anos vão ter muito a ver com a economia criativa, as novas tecnologias e a inovação cultural, disse.

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, participa nesta sexta-feira (11) da 4ª Reunião de Ministros da Cultura do BRICS (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

MAIS CRESCE

Um dos setores que mais cresce no mundo, a economia criativa engloba diversas áreas, que abrangem e ultrapassam a produção de bens e serviços culturais. No Brasil, segundo dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o PIB Criativo representou 2,61% de toda a riqueza gerada em território nacional em 2017, o equivalente a R$ 171,5 bilhões. O setor gerou 837 mil postos de trabalho formais naquele ano.

COOPERAÇÃO

Por iniciativa brasileira, está sendo preparada uma carta de intenções para fortalecer a cooperação entre os países do BRICS no âmbito da economia criativa.

Além da troca de informações sobre eventos e estatísticas de atividades culturais, o instrumento visa facilitar a mobilidade intrabloco para profissionais do setor e aumentar a participação conjunta de seus representantes em mesas redondas, seminários e outros eventos sobre o tema.

De acordo com Osmar Terra, também está sendo estudado a criação de um canal para exibição de filmes produzidos no bloco, visando também abrir as portas desses países para as produções brasileiras. É uma oportunidade muito boa de colaboração. Temos que explorar bem esse potencial porque isso se reverte em desenvolvimento econômico para o Brasil, afirmou.