Guarapuava tem taxa média de 31 homicídios, segundo Atlas

Número é resultado de estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública a partir de 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017

O município de Guarapuava registrou a taxa média de 31 homicídios em 2017, segundo o Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros 2019 divulgado nesta semana.

No contexto paranaense, a famosa terra do lobo bravo figura em 9º lugar entre as 20 cidades paranaenses com mais de 100 mil habitantes. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, analisou detalhadamente 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017 e fez um recorte regionalizado da violência no país.

Com base nesse estudo nacional, Guarapuava ficou com 56 homicídios registrados em 2017; e nenhum caso oculto. Como a população estimada do município era pouco mais de 180 mil pessoas em 2017, a taxa média (a cada 100 mil habitantes) ficou em 31.

Segundo o Atlas, o conceito de taxa de homicídio estimada por 100 mil habitantes para cada município, utilizado nesse trabalho, considera o número de óbitos por agressão mais o número de óbitos ocasionados por intervenção legal e mais o número de homicídios ocultos.

No caso do Paraná, cinco municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) estão entre os mais violentos: 1º lugar, Piraquara (com taxa de 64,5); 2º lugar, São José dos Pinhais (41,8); 3º lugar, Almirante Tamandaré (41,6); 4º lugar, Colombo (41,1); e 5º lugar, Pinhais (39).

Com taxa estimada de 31 homicídios, Guarapuava aparece logo após Paranaguá, em 6º lugar, com 37,9; Foz do Iguaçu, em 7º lugar, com 36; e Araucária, em 8º lugar, com 32.

Cidades maiores como Maringá (taxa de 12,7) e Londrina (24,4) estão na segunda parte do ranking estadual. Já a capital Curitiba figura em 13º lugar, com 448 homicídios registrados em 2017, mas média de 24,6, que é inferior proporcionalmente aos municípios da RMC e até mesmo ao polo do terceiro planalto paranaense.

No Paraná, as maiores taxas estimadas de homicídios se encontravam nas mesorregiões Sudoeste, Noroeste, Oeste e Centro-Sul. Em particular, as três cidades proporcionalmente mais violentas do Estado – que não representavam a realidade do Paraná, por terem taxas discrepantes em relação aos demais municípios e por serem cidades muito pequenas, com população abaixo de 10 mil habitantes – são: Espigão Alto do Iguaçu (134,9), Ibema (109,4) e Esperança Nova (108,0).

DIFERENÇA

Levando em conta apenas o quesito homicídios dolosos, os números do Atlas da Violência são diferentes daqueles divulgados periodicamente pela Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR).

Em 2017, o Relatório Estatístico Criminal da Sesp registrou 37 assassinatos em Guarapuava, que é sede da 7ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp). Mesmo se levar em conta os latrocínios e vítimas com lesão corporal, o número total não passa de 40 casos de mortes.

Já o relatório do Ipea aponta 56 homicídios no principal município da região Central.