Crea-PR promove Fórum de Acessibilidade em Guarapuava

Até outubro, o evento será realizado em todas as regiões do Estado. Neste ano, Guarapuava é a terceira regional a receber o Fórum, que já passou por Curitiba e Ponta Grossa

Na segunda-feira (13), o Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) promoveu, no campus Santa Cruz da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná), o 3º Fórum de Acessibilidade de 2019, com o objetivo de difundir leis e normas que determinam a acessibilidade no país e definir ações em conjunto entre os profissionais e órgãos responsáveis da área. 

Profissionais e estudantes das Engenharias, representantes das entidades de apoio às pessoas com deficiência e membros do poder público participaram do Fórum, que contou com três palestras: do Eng. Mecânico Sergio Yassuo Yamawaki, sobre Tecnologias Assistivas; da professora Elenir Guerra, abordando ´Um olhar através do Plano Nacional das Pessoas com Deficiência´; e da Eng. Civ. Célia Neto Pereira da Rosa, Coordenadora da Câmara Especializada de Engenharia Civil, apresentando alguns obstáculos urbanos encontrados pelos deficientes e soluções de engenharia para resolver tais problemas.

Na abertura do evento, o presidente do Crea-PR, Eng. Civ. Ricardo Rocha de Oliveira, abordou o motivo pelo qual o Conselho promove discussões sobre acessibilidade há mais de 20 anos, com eventos regionais em anos ímpares e internacionais em anos pares. Muito além de ser um programa contínuo do Crea-PR, é um valor que já foi incorporado dentro do que é o sistema profissional. Além dos eventos regionais e internacionais promovidos pelo Conselho há anos, nós temos um programa de fiscalizações na área de acessibilidade, que tem apoiado muitas dessas discussões. Tudo isso para que, cada vez mais, os futuros profissionais possam incorporar a acessibilidade em seus projetos. E, com as normas que nós temos hoje, isso já tem ocorrido de forma mais intensa, mas entendemos que temos muitas coisas para fazer ainda em relação à infraestrutura, principalmente os antigos edifícios que precisam ser adaptados, afirma.

Em sua palestra, a Eng. Civ. Célia Neto Pereira da Rosa trouxe alguns dados, demonstrando que, no Brasil, 45,6 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, 19 milhões são idosos, e 14,5 milhões são gestantes ou crianças com até 3 anos de idade. Ou seja, são 79,1 milhões de pessoas, o que representa 41,5% da população, que tem deficiência ou mobilidade reduzida. Então, nas engenharias, já não cabe mais um projeto sem acessibilidade. A gente precisa pensar melhor e estruturar os espaços urbanos, avalia.

O Eng. Mecânico Sergio Yassuo Yamawaki abordou em sua fala alguns exemplos de Tecnologias Assistivas que estão sendo desenvolvidas nos últimos anos para melhorar a qualidade de vida e a autonomia dos deficientes e idosos. Neste contexto, o Engenheiro apontou a necessidade da acessibilidade dentro dos cursos de graduação. Somente em 2018, 228 mil pessoas ficaram com invalidez permanente no Brasil. É uma população com deficiência que cresce a cada ano e, mesmo assim, nossos profissionais de Engenharia e Arquitetura não têm a disciplina de acessibilidade na graduação. É preciso pensar em maneiras de melhorar a inclusão social e a mobilidade, avalia Yamawaki.

Em sua fala, a professora Elenir Guerra destacou a necessidade de inclusão em detrimento da inserção da população deficiente nos diversos espaços sociais. Não é inserir. Quando a gente insere uma pessoa em um ambiente, ela precisa se adaptar a ele, mas, na verdade, é o ambiente que deve estar adaptado a essa pessoa. Quando ocorre inclusão, aí temos acessibilidade de verdade, explica.

Ao final do Fórum, o Coordenador Estadual da Comissão de Acessibilidade do Crea-PR, Edson Perez Guerra, avaliou o evento como positivo, no sentido de ser um passo para a implementação de políticas públicas de acessibilidade na região. Nós estamos dando oportunidade para que cada regional se reúna e discuta sobre o assunto acessibilidade, juntando profissionais das engenharias e representantes do poder público em um mesmo espaço de debate, afirma.

Sergio Yassuo Yamawaki abordou em sua fala alguns exemplos de Tecnologias Assistivas que estão sendo desenvolvidas nos últimos anos (Foto: Assessoria)

DATAS DOS PRÓXIMOS FÓRUNS

Campo Mourão – 27/mai – 14:00 – 18:00

Arapongas – 24/jun – 14:00 – 18:00

Toledo – 22/08 – 14:00 – 18:00

Pato Branco – 26/ago – 14:00 – 18:00

Bandeirantes – 21/out – 14:00 – 18:00

COMISSÃO

A Comissão de Acessibilidade tem o objetivo de definir as políticas do Conselho no que diz respeito às questões de acessibilidade, além de analisar os relatórios oriundos das fiscalizações solicitadas pelos órgãos competentes. Trabalha, ainda, na divulgação da legislação para otimizar a qualidade de vida das pessoas com deficiência e idosos.

As publicações lançadas pelo Sistema Confea/Crea oferecem um olhar técnico e podem ser utilizadas como material de apoio a órgãos da administração pública.

O Manual Prático de Acessibilidade do Confea tem como objetivo auxiliar os profissionais em seus projetos e pode ser baixado AQUI. A publicação tem por base estudos sobre acessibilidade gerados pelo Crea de Santa Catarina, Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM),  Lei da Inclusão, nº 13.146/2015, NBR9050 e também por municípios. O manual foi elaborado no ano passado pela Comissão Temática de Acessibilidade e Equipamentos (Ctae), do Confea.

O Crea-PR também tem disponível em seu site o Guia Prático para Projeto de Adaptações e Novas Normas e o Caderno Técnico de Acessibilidade, fruto da Agenda Parlamentar do Crea-PR. Ambos podem ser acessados AQUI e AQUI.