‘A retirada da vacinação só vai trazer benefícios’, diz diretor executivo da Frimesa

O Fórum Regional Paraná Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação reuniu autoridades e membros do setor produtivo no campus Santa Cruz da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), na tarde desta terça-feira (21)

A retirada da vacinação contra a febre aftosa no Paraná foi discutida durante um fórum realizado no campus Santa Cruz da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) na tarde desta terça-feira (21).

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), com apoio dos Conselhos de Sanidade Agropecuária (CSA) e outras entidades, realiza palestras em diversos municípios do Estado neste mês de maio.

Na avaliação do presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Botelho, esse novo passo na cadeia produtiva deve levar o estado a ganhar novos mercados, além de servir de cartão de visitas. “Vai dizer: ‘nós temos sanidade e garantia’”, resume.

Dessa forma, a discussão serviu para levar informação a todo o setor agropecuário, já que tratou da última vacinação em bovinos e suínos.

VALOR

“O Paraná é hoje um dos maiores produtores de carne do Brasil, e com isso precisa agregar valor e precisa ter um mercado que paga mais por essas carnes”, acrescenta Botelho.

Já Elias José Zydek, diretor executivo da Frimesa, argumenta que atualmente cerca de 60% do mercado comprador de carne está fechado para o país. “A gente só vai conseguir acessar esses mercados se retirar a vacina”, aponta.

“O fórum está sendo realizado para esclarecer toda a cadeia produtiva, apontando os passos e responsabilidades que todos têm de seguir daqui para frente. E por isso é importante que todos participem e ajudem a manter esse status favorável”, esclarece.

Duas palestras ocorreram no auditório Francisco Contini do campus Santa Cruz na tarde desta terça-feira (Foto: Douglas Kuspiosz/Correio)

PROCESSO

O diretor executivo explica que há um protocolo a ser seguido para que a vacina seja retirada dos rebanhos. “Estamos lutando há mais de seis anos”, relata.

No próximo ano, deve ser feita sorologia do rebanho. Se o vírus não for detectado, será solicitada uma auditoria ao Ministério da Agricultura e posteriormente poderá ser feito o pedido à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) para retirar a vacina.

“Tem o benefício de elevar o status sanitário, acessar novos mercados, reduzir os custos para o pecuarista, além de se ter um potencial muito grande”, explica.

A expectativa é que a aprovação da retirada seja definida em 2021.

PALESTRAS

Durante o fórum foram realizadas duas palestras: Saiba o que muda após a suspensão da vacina contra febre aftosa, com o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias; e Por que o Paraná deve parar de vacinar?, com o diretor executivo da Frimesa Elias José Zydek.