Atletas de voleibol de Guarapuava passam em seletiva do time juvenil de Maringá

Quatro atletas de voleibol do projeto Esporte em Ação de Guarapuava foram selecionadas para atuar no time juvenil do Maringá, que atualmente disputa a Superliga. As jovens foram observadas pelo técnico do clube Aldori Júnior e estiveram na Cidade Canção para mostrar seu talento.

Em visita ao CORREIO, três delas e o treinador Jefferson Christhiano Batista contaram sobre a novidade e quais serão os próximos passos das atletas. “Faz cinco anos que formamos a Associação Esporte em Ação com o intuito de fomentar e participar de competições. Antes da pandemia, nós nos inscrevemos em uma liga e chegamos a participar de uma etapa da Liga Norte-Sul. Agora, depois da pandemia, voltamos a competir nessa mesma liga. A gente participou da primeira etapa e haverá mais três etapas. Nessa primeira, a gente foi campeão no Sub-13 e vice-campeão no Sub-17. Eu acredito que o que chamou a atenção do técnico [do Maringá] foi o bom resultado que nós tivemos lá”, explicou.

Das selecionadas, Maria Julia Schaidak (14 anos) é a que está há menos tempo no projeto. Ela começou há cerca de um ano e hoje atua como central no time. “Sempre me falaram muito para ir ao vôlei por causa da minha altura, mas eu nunca fui tão interessada. Aí eu comecei a gostar, estou em desenvolvimento ainda. Fiquei muito feliz quando passei”, contou.

Já Vitória Ferreira (16 anos) é central e oposta e tem mais tempo de casa. Ela começou quando tinha oito anos. “Eu comecei com o projeto do Jefferson na igreja e conforme eu fui evoluindo e pegando gosto pelo vôlei, ele me convidou para participar do projeto da Vila Bela onde eu cresci e evolui até chegar aonde eu estou. Eu acredito que, tanto eu quanto elas, passamos pelo nosso desempenho e por esforço da nossa parte e da parte do Jefferson”, destaca a atleta.

Ana Eduarda Paluski (16 anos) também é central e também está há quase 10 anos no Esporte em Ação. Ela afirma que sempre se dedicou muito ao vôlei porque sempre gostou muito do esporte. “Uma amiga que já treinava com ele me indicou para começar a treinar e eu fui. Sempre fui focada, sempre foi um grande sonho ser uma jogadora de vôlei e agora com essa oportunidade que a gente teve na seletiva, acho que vai evoluir ainda mais para conseguir alcançar esse meu sonho”.

A quarta atleta é Isadora Breins Rolão que também atua como central.

MARINGÁ
Das quatro, apenas Maria Vitória já decidiu que vai encarar o desafio de mudar de cidade e atuar pelo Maringá. Lá, ela e as outras, caso decidam ir, ficarão em um alojamento do clube e estudarão em um colégio estadual que fica ao lado.

“Elas vão ser transferidas para a escola de lá, vão jogar Jogos Escolares, Taça Paraná, estadual e outras competições da região. É uma parceria. Elas não vão deixar de jogar por Guarapuava as competições que a gente está participando”, detalha o treinador. Ele também explica que elas vão estudar em uma escola estadual onde todas as atletas do Maringá estudam. Além disso, as categorias são alojadas por idade. “Por exemplo, pela idade delas vão se alojar com a equipe que estão jogando. O sub-19 é outro apartamento, o adulto é outro apartamento também”.

Quando estavam aptas para competir, as jovens guarapuavanas receberam uma bolsa atleta do Maringá. Antes da seletiva, elas passaram um dia no alojamento e conheceram de perto a rotina das futuras companheiras de equipe.

“Eu acho que é uma das maiores oportunidades que apareceram e justamente para eu mostrar que é o que eu quero e é o que eu quero seguir e acredito que depois desse possam vir oportunidade melhores para eu poder realizar meu maior sonho”, disse Maria Vitória.

“Espero que essa oportunidade, se eu for mesmo para lá, que me ajude a crescer ainda mais e abrir novas oportunidades”, reiterou Ana Eduarda.

PROJETO
O Esporte em Ação é um trabalho social na área do esporte, mas também é formador. Ele ocorre há 12 anos no ginásio da Vila Bela e há dois anos no ginásio Planalto. Atualmente, conforme Jefferson, são mais de 150 matriculados.

“É uma satisfação, com isso o projeto vai criando cada vez mais credibilidade e aumentando o número de participantes. Nós estamos crescendo. Passo a passo, quem sabe futuramente, teremos uma equipe de rendimento na nossa cidade também”, enfatizou o treinador.

Para Fernanda Iachinski, mãe de Maria Júlia, o projeto leva os adolescentes a ter um objetivo, seja no esporte ou para a vida. “O esporte se você não forma esportistas, você forma seres humanos. Ela [a filha] está animada para ir e foi um divisor de águas para vida dela, ela não fazia esporte nenhum, ali ela acabou se encontrando. E está cada dia mais focada e dedicada para isso. Da nossa parte a gente tem que mais é dar força e lutar pelo objetivo dela”, afirmou.

O avô de Ana Eduarda, Ailton Antonio Curupana, destacou o trabalho do treinador Jefferson no resultado das meninas. “Dar os parabéns ao Jefferson pelo projeto, pela perseverança que ele tem com essas meninas que não é fácil. Elas começaram com 10 anos lá, a gente ia lá elas todas pequenininhas e ele perseverando. O sonho dela é esse. E o que depender de nós estamos juntos”.

APOIO

O projeto de voleibol em Guarapuava recebe apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Recreação.