Agrária apresenta detalhes do projeto da nova indústria de maltes especiais para o prefeito de Guarapuava

Nova fábrica ficará no distrito de Entre Rios. A empresa será a primeira no Brasil a produzir maltes especiais para abastecer o mercado nacional

Consolidada como a Capital do Malte e da Cevada, Guarapuava vai ganhar uma nova fábrica para a produção de malte cervejeiro. A Cooperativa Agrária anunciou investimento de R$ 500 milhões para a construção de uma indústria de maltes especiais no distrito de Entre Rios.

O empreendimento é da Ireks do Brasil, joint venture formada pela cooperativa e pela empresa alemã Ireks. O anúncio oficial foi realizado nesta sexta-feira (23), durante evento no centro de treinamento e desenvolvimento de novos produtos para os segmentos de panificação e cervejaria da empresa, a Akademie Ireks & Agrária.

Durante a ocasião, o presidente do Conselho de Administração da Ireks do Brasil, Jorge Karl, e membros da diretoria da cooperativa apresentaram detalhes do projeto da nova estrutura da empresa para o prefeito de Guarapuava, Celso Góes.

“A construção desta nova maltaria aqui em nosso município significa um dos maiores avanços para a área industrial de Guarapuava. Somos a terra da cevada e do malte e investimentos como esse fortalecem nossa economia e consolidam nossa cidade como a principal produtora do país. É mais de meio bilhão de reais investido pela Ireks da Alemanha junto com a Ireks do Brasil e a Cooperativa Agrária. Isto representa um novo momento para a economia local e do Paraná, pois 60% do investimento é estrangeiro, ou seja, dinheiro novo que estará circulando em nossa economia”, destacou o prefeito.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná é responsável por 321.516 toneladas de cevada produzidas no Brasil por ano, e Guarapuava se destaca como o maior produtor, com 95.931 toneladas, o que representa 21% da produção nacional. O município se destaca, há mais de 13 anos, pela maior produtividade por hectare de cevada cervejeira do Brasil, desenvolvida por meio de processo tecnológico fomentado por centros de pesquisas.

Atualmente, o município já detém o título de Capital Paranaense da Cevada e do Malte, de acordo com a Lei Estadual n° 19124/2017 e busca por meio de um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados o título de “Capital Nacional da Cevada e do Malte”.

“Com esse título estaremos fortalecendo o turismo, as indústrias e valorizando os produtores locais. Essa foi uma demanda apresentada por nossa secretária de Turismo e Eventos, Katriane Mila, durante uma passagem por Brasília. Temos acompanhado o andamento desse projeto na Câmara e esperamos que logo tenhamos mais esse motivo para comemorarmos”, ressaltou Celso.

Foto: Secom

NOVA MALTARIA

A empresa vai ser a primeira no Brasil a produzir maltes especiais (Caramelo, torrado e melanoidina) em larga escala para abastecer o mercado nacional. Hoje o produto vem do exterior. Já na fase inicial da nova indústria, a capacidade de produção chegará a 64 mil toneladas do produto por ano.

“A capacidade total projetada para essa fase inicial do projeto já é muito boa. Tendo em vista que, esse mercado hoje não existe ainda em sua totalidade no Brasil, mas vem crescendo muito. Esperamos que até o funcionamento pleno da operação consigamos aumentar ainda mais a nossa capacidade de produção. Temos previsto um aumento de produção de cevada de aproximadamente 75 mil toneladas”, comentou Karl.

A nova unidade segue também as diretrizes do pacto global de inovação e sustentabilidade, se tornando a primeira maltaria do mundo a produzir maltes especiais utilizando 100% de energias renováveis durante os processos.

“Essa é uma prioridade tanto para a nossa empresa, quanto para a administração municipal, ter uma operação que preze pela inovação e sustentabilidade. Esse é um processo nada simples, tem uma ciência muito grande para tudo isso. Hoje, não temos essa tecnologia de produção no país. Então, além do capital estrangeiro para o projeto, vamos implantar a tecnologia alemã nesta nova maltaria”, enfatizou Karl.

A construção deve começar no primeiro trimestre de 2024, com início da operação em 2026, gerando cerca de 400 empregos diretos e indiretos.

“Esse é um grande passo para o desenvolvimento regional da nossa região, quando falamos na criação de cerca de 400 empregos diretos e indiretos, estamos pensando somente na nova fábrica. Sabemos que a geração de empregos será ainda maior. Tanto em se tratando da cadeia produtiva no campo que vai aumentar a sua demanda, quanto na fase de construção da nova maltaria, onde teremos ainda mais oportunidade de emprego para os guarapuavanos”, salientou Celso.

Após a cerimônia de anúncio, os membros das empresas apresentaram a estrutura da Akademie, que é um laboratório similar ao das filiais da Ireks Alemanha, Áustria e República Tcheca, para o prefeito e seus secretários municipais.

Estiveram presentes no evento, as secretárias de Comunicação, Tatiana Farhat, de Desenvolvimento Econômico, Janaína Naumann, de Turismo e Eventos, Katriane Mila, além dos secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação, Sávio Denardi, de Meio Ambiente, Germano Toledo Alves e da Secretaria Executiva, Daniel Frahm. O evento também contou com a participação do vereador Celso Costa.

GOVERNO DO ESTADO

O projeto também foi apresentado ao governador do Estado, Carlos Massa Ratinho Junior, na última quarta-feira (21), durante a ocasião o presidente da Cooperativa Agrária, Adam Stemmer, explicou que a construção será feita pela Ireks, sendo que a operação da maltaria, produção e industrialização da cevada, além da comercialização do malte, serão de responsabilidade da Agrária.

“Estamos agora tratando de todas as licenças e das cotações dos equipamentos e obras civis, com a previsão de iniciar a venda dos maltes especiais em 2026. A finalidade é substituir a importação desses produtos, que passarão a ser fabricados em Guarapuava”, relatou Stemmer.

No mesmo evento, o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, destacou que o projeto deve impactar também na balança comercial do Estado, com a nacionalização de um produto que é totalmente importado.

“Este novo investimento demonstra que a Agrária e a Ireks acreditam no mercado e no ambiente de negócios do Paraná. Além do tamanho do aporte e dos números de geração de emprego, com o empreendimento, vamos deixar de importar mais de US$ 40 milhões em maltes especiais por ano”, ressaltou.

****Com informações da AEN- Agência Estadual de Notícias

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