Saulo Adami é candidato à cadeira na Academia Paranaense de Letras

Com 138 livros publicados ao longo de sua carreira, escritor se destaca na ficção, poesia e no universo da franquia “Planeta dos Macacos”. Ele já teve a oportunidade de visitar Guarapuava para conversar sobre sua produção literária e o seu trabalho de pesquisador

A tradicional Academia Paranaense de Letras (APL) vive momento de seleção do próximo integrante da instituição. A lista é formada por três escritores inscritos para a cadeira que foi ocupada pelo jurista René Ariel Dotti (falecido em fevereiro deste ano).

Desse trio de candidatos, um é conhecido do público guarapuavano. Trata-se de Saulo Adami, jornalista e autor de mais de 130 livros. Em três oportunidades, ele esteve em Guarapuava para conversar com leitores sobre sua produção literária e a pesquisa e cima da franquia “Planeta dos Macados”.

“Decidi me candidatar à Academia Paranaense de Letras porque gostaria de poder contribuir com esta entidade e, enfim, ter meu trabalho mais conhecido local e regionalmente. Acredito que esta seja aspiração de todo autor paranaense, assim como todo escritor gostaria de fazer parte da Academia Brasileira de Letras”, diz, em depoimento ao CORREIO.

O processo eleitoral deve ocorrer no próximo dia 13 de outubro, durante reunião mensal da APL. Outros candidatos são Clémerson Merlin Clève, advogado, professor, autor de compêndios jurídicos e poeta; e Gilmar Aparecido Cardoso, advogado, assessor jurídico da Assembleia Legislativa do Paraná e membro da Academia Mourãoense de Letras.

“Se não for o eleito? Tentarei de novo!”, avalia Adami, que é um catarinense radicado em Curitiba, onde mora há dez anos desde que se casou com a psicóloga paranaense Jeanine Wandratsch. “Mas tenho procurado atuar junto a entidades ligadas à preservação da memória histórica e ao incentivo à leitura no Paraná”, diz o autor.

Aliás, ele explica que já foi convidado a ingressar na Academia Catarinense de Letras. Mas à época morava em Guabiroba, distante 100 km da sede dessa instituição; e estava envolvido com a direção de uma editora de livros. “Ao contrário da catarinense, a academia do Paraná tem sua sede a três quilômetros da minha casa e a apenas algumas quadras do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Além do mais, minha residência é em Curitiba”.

Ele conta ainda que a APL segue o modelo da Academia Brasileira de Letras (ABL), com 40 cadeiras ocupadas por intelectuais do Estado. “A estrutura de cada cadeira é composta por patrono, fundador e demais ocupantes. Ao me candidatar, enviei ofício ao presidente da entidade com minha intenção de concorrer à cadeira nº 3, encaminhei anexo meu currículo, exemplares de minha produção literária e minha fortuna crítica, com depoimentos sobre meus livros e demais produções artístico-culturais”.

“Acredito que, a partir de agora, serei um pouco mais conhecido pelos imortais paranaenses – aliás, vários deles são, assim como eu, nascidos em Santa Catarina”, complementa.

O escritor e jornalista Saulo Adami (Foto: Arquivo Pessoal)

CARREIRA
Tendo nascido em Brusque (SC) no ano de 1965, numa família de escritores, Saulo Adami iniciou nas letras aos nove anos de idade. Aos dez, escreveu e montou a primeira peça teatral. Mas o primeiro livro foi publicado em 1982: “Cicatrizes” (poesia, conto e crônica).

Desde 2014, Adami é voluntário do Instituto Pegaí Leitura Grátis, com sede em Ponta Grossa. Em 2017, ingressou no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, em Curitiba – do qual é diretor de biblioteca, membro do conselho editorial do “Boletim” anual e coordenador do programa “O Cinema Conta a História”.

Até setembro de 2021, o autor publicou 138 livros. Destes, metade foi escrita no Paraná. “Tenho vários livros publicados por editoras de Curitiba (DTX e Ataîru) e São José dos Pinhais (Estronho), e meu selo editorial (Estrada de Papel) foi criado em Curitiba em 2019. Tive a oportunidade de ser editor de autores paranaenses, de participar de eventos ligados à literatura e às artes em geral, como palestrante, ministrante de oficinas de conto e crônica, autor convidado de convenções e feiras literárias, e como expositor em Curitiba, São José dos Pinhais, Guarapuava, Ponta Grossa…”.

O Paraná foi também cenário do documentário “O Dirigível” (Griô Filmes, 2019). Adami escreveu, dirigiu e produziu esse média-metragem com Alessandro Vieira e Carlos Alexandre Martins, e sua estreia lotou a Sala João Baptista Groff da Cinemateca de Curitiba, na estreia: 1º de dezembro de 2019, exatos 83 anos do voo do Hindenburg sobre o Paraná e Santa Catarina.

DOCUMENTÁRIO
Adami também é tema do documentário “Estrada de Papel”, produzido pela Griô Filmes. Esse audiovisual dirigido por Alessandro Vieira traz um recorte sobre a vida e a obra de um dos escritores brusquenses mais ativos de todos os tempos: Saulo Adami. O roteiro tem como base de pesquisa o livro homônimo, escrito por Jeanine Wandratsch Adami e Saulo Adami.

O filme pode ser baixado neste link: https://bit.ly/3oL8yOu

NOVIDADES
Adami tem mais duas obras prontas para lançamento até fins de novembro: “O Dirigível”, com a história do documentário e o filme na íntegra; e “O Neandertal Que Falava Inglês”, em coautoria com Carlos Gomes de “Perdidos no Espaço” e “O Vigilante Rodoviário”.

Para 2022, estão confirmados, entre outros lançamentos, “Camicleta – Manual dos Proprietários”, sobre a série de TV brasileira “Shazan – Xerife & Cia.”, e “Vida de Urso – Memórias Autorais”.

“Também estou participando de projetos para produção de novos documentários relacionados à história do Paraná. Mas, estes serão anunciados apenas no início do ano que vem”, finaliza.

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