Rita Felchak afirma que papel inicial da Secretaria de Cultura é ouvir os artistas de Guarapuava

Em entrevista ao CORREIO, a secretária Rita Felchak contou sobre as principais ações da nova pasta municipal, a Secretaria Municipal de Cultura (Secult), que foi aprovada em 9 de maio pela Câmara de Vereadores. Uma das demandas é a formação do Plano Municipal de Cultura

Aprovada pela Câmara de Vereadores no dia 9 de maio, a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) era uma antiga reivindicação da classe artística do município. A criação da pasta já era dada como certa pelo prefeito Celso Góes; no entanto, a pandemia atrasou a oficialização devido a uma lei que impedia que novas secretarias fossem criadas.

Ainda assim, o departamento de Cultura já trabalhava planejando o momento em que fosse mudar de patamar. A diretora, e agora primeira secretária de Cultura de Guarapuava, Rita Felchak, contou ao CORREIO sobre as principais ações neste início de trabalho.

“Nós estávamos ansiosos e continuamos fazendo, claro com um pouquinho de limitação, por sermos Departamento, mas ansioso para que a qualquer momento pudesse sair a Secretaria. Então, essa expectativa e essa ansiedade ela já vem a longo tempo”, disse sobre a criação da Secult.

Segundo ela, o trabalho que vinha sendo feito pelo Departamento sempre foi uma preparação para a Secretaria. “Em nenhum momento por sermos Departamento a gente fez um trabalho menor, sempre pensando que logo a Secretaria viria e nós teríamos que ampliar todos os projetos. Então, aproveitamos o momento do Departamento e fomos desenvolvendo, criando projetos para que quando a Secretaria já fosse de verdade, a gente pudesse colocar em prática tudo aquilo que a gente entende que é necessário para o desenvolvimento cultural de Guarapuava”.

ORÇAMENTO
Como foi aprovada em maio, a pasta terá que desenvolver as atividades ainda com orçamento de 2022 enquanto departamento. Já no próximo ano, o repasse deve aumentar.

“Para o ano que vem nós teremos um maior orçamento para a Secretaria existir e poder trabalhar todos aqueles projetos que inclusive estão inseridos dentro do nosso PPA. Mas eu acredito que mesmo com esse orçamento que é um pouco reduzido, nós vamos conseguir fazer o que está no planejamento para 2022”, explicou Felchak.

Foto: Redação/Correio

DEMANDAS
Para Rita Felchak, o principal papel da Secult, em seu início, será o de ouvir os artistas. Para ela, é fundamental dar voz àqueles que foram afastados pela pandemia e que, em alguns momentos, precisaram parar de trabalhar ou desistir da arte. Por isso, a pasta irá realizar, em agosto, a Conferência Municipal de Cultura.

“É uma coisa importantíssima para a Secretaria, para o movimento artístico, para ouvir as classes, todas as linguagens. Nós estamos trabalhando agora com bastante afinco dentro da elaboração das pequenas conferências”, contou.

Serão realizadas pelo menos cinco miniconferências para que todas as áreas sejam ouvidas e possam contribuir para a elaboração do Plano Municipal de Cultura. As datas das audiências serão divulgadas na próxima semana.

AÇÕES
Para este ano, Rita conta que há diversas atividades já em pauta. Entre elas, está o projeto de grafite, ou “arte no muro”, como está chamando. Além disso, a secretária afirmou que a pasta quer trabalhar o hip-hop e fazer um festival de músicas. “Colocar o artista na rua, que eu acho que é um palco extremamente democrático onde nós podemos, de novo, fazer com que nosso público espontâneo possa reviver aqueles momentos que já há muito tempo está longe da realidade deles, então eu acredito que levar arte para as praças, para os parques, descentralizar para fomentar o artista que está nos bairros, que está no interior, que está precisando de visibilidade e dar oportunidade”.

A criação de editais também é uma das ações que está em discussão pela Secult. Rita Felchak aponta que o chamamento público é necessário para que o artista possa receber para poder executar seus trabalhos. “Principalmente por esse tempo que não existia Secretaria. Mas nós estamos prontos para estarmos visíveis ao estado, a questão federal para que os projetos venham, os subsídios venham e a gente possa distribuir e fazer leis e poder fazer um chamamento para que nossa produção cultural, fazedores de cultura possam ajudar a desenvolver a nossa Guarapuava”.

Foto: Redação/Correio

INTEGRAÇÃO
Na entrevista ao CORREIO, Rita Felchak destacou a importância da cooperação entre secretarias e colocou a necessidade de ações conjuntas. “Eu acho que a transversalidade é muito importante. Eu acho que sozinhos a gente não faz nada, nós precisamos da experiência das outras secretarias”, disse, lembrando do evento de 1° de maio, Dia do Trabalhador, quando várias pastas trabalharam juntas para oferecer diversas atividades para o público.

“Às vezes um evento da Agricultura, não tem porque a gente não possa levar um espetáculo musical, teatral, uma dança. Nós temos que ter consciência que tudo pode. E que quanto mais a gente colocar as atividades culturais para que as pessoas tenham acesso, e isso é nossa obrigação, também contribuímos para a saúde mental. E nós precisamos entender que estamos trabalhando com a saúde, com a assistência social, com a Secretaria da Mulher, e tudo isso nós estamos falando de ser humano. Então a cultura e a arte são ferramentas que podem ajudar muito nessa prevenção de doenças, de dificuldades. Então eu acho que precisamos trazer essa consciência para que as pessoas valorizem a arte e a cultura. Nós estamos começando agora essa discussão e vai ser bom, vai ser importante para todo mundo”, finalizou.

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